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Ministro promete reduzir desmatamento, mas não apresenta meta

Placeholder - loading - Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles 20/11/2019 REUTERS/Ueslei Marcelino
Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles 20/11/2019 REUTERS/Ueslei Marcelino

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Por Lisandra Paraguassu

BRAS?LIA, (Reuters) - Depois do desmatamento ter alcan?ado nos ?ltimos 12 meses o maior n?vel desde 2008, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, prometeu nesta quarta-feira que o governo vai se empenhar na redu??o da atividade ilegal, mas n?o estabeleceu metas ou prazos.

'O que percebemos ? que mais importante que estabelecer metas num?ricas ? estabelecer uma estrat?gia. Estrat?gia inclusive que o primeiro item ? o alinhamento com os Estados, que ficou 100% estabelecido hoje', disse o ministro em entrevista depois de reuni?o com os governadores dos nove Estados da Amaz?nia Legal.

Segundo o ministro, a inten??o j? ? ter uma redu??o do desmatamento no pr?ximo Prodes, em 2020, 'e do ponto de vista de tend?ncia, eliminar o desmatamento ilegal'.

Os dados do Prodes, sistema de vigil?ncia do desmatamento na Amaz?nia, foram apresentados na ?ltima segunda-feira e mostram que, entre 1 de agosto de 2018 e 31 de julho deste ano foram desmatados 9.762 quil?metros quadrados de mata nativa na regi?o, maior valor desde 2008. O ritmo de crescimento entre 2018 e 2019, de quase 30%, ? tamb?m o maior da ?ltima d?cada.

Parte da estrat?gia do governo, alinhado com os governadores, segundo o ministro, ? obter recursos internacionais para desenvolver atividades econ?micas legais na regi?o Amaz?nica, e isso ser? levado como posi??o brasileira a Confer?ncia das Partes 25 (COP25), em Madri, no pr?ximo m?s.

'? necess?rio que recursos em volume consider?vel, compat?veis com a preserva??o da Amaz?nia, passem a fluir para pa?ses em desenvolvimento. H? um alinhamento total dos Estados com governo federal para essa negocia??o', garantiu o ministro.

Questionado sobre como o Brasil pretende convencer os demais pa?ses a investirem em a??es no atual governo, j? que o desmatamento vem aumentando e o pa?s n?o deve cumprir a meta que se autoimp?s em 2015, Salles disse que o Brasil est? indo bem.

'N?o concordamos que n?o estamos indo bem. O ano-base ? 2005. O Brasil est? indo muito bem na redu??o de emiss?es, em tudo. O que n?o est? indo bem ? receber os recursos que foram prometidos e s?o essenciais. Precisamos obter os recursos que nos foram prometidos e at? agora n?o recebemos', disse Salles, acrescentando que a partir de 2020 os recursos internacionais prometidos aos pa?ses em desenvolvimento para servi?os ambientais alcan?ariam 100 bilh?es de d?lares.

A estrat?gia, no entanto, pode ser dif?cil de ser implementada. At? agora, o governo brasileiro criou diversos problemas para investimentos estrangeiros na quest?o ambiental e o presidente Jair Bolsonaro chegou a dizer que ONGs estrangeiras estariam 'pondo no bolso' os recursos recebidos.

Em mais de uma ocasi?o, Bolsonaro acusou, especialmente os pa?ses europeus, de estarem 'comprando a Amaz?nia' e de quererem retirar a soberania brasileira na regi?o. O Fundo Amaz?nia, financiado por Alemanha e Noruega para a??es de preserva??o, est? paralisado e os dois pa?ses retiraram os recursos previstos em resposta a mudan?as feitas pelo atual governo e ?s declara??es de Bolsonaro, que nesta quarta-feira disse que o Brasil n?o vai acabar com a destrui??o da floresta por se tratar de uma quest?o 'cultural': 'Voc? n?o vai acabar com desmatamento. Nem com queimada. ? cultural.'

Salles, no entanto, afirma que o Brasil presta servi?os ambientais ao clima e ao planeta e que se a Amaz?nia tem um alto n?vel de conserva??o, o apoio dos pa?ses ricos precisa se concretizar.

'O grande ator do crescimento no desmatamento na Amaz?nia ? a aus?ncia de dinamismo econ?mico na regi?o', afirmou.

Salles tra?ou outras tr?s estrat?gias resolver essa quest?o, j? faladas anteriormente, e que incluem a regulariza??o fundi?ria, o zoneamento econ?mico-ecol?gico para definir o potencial econ?mico de cada ?rea, e uma agenda de bioeconomia, para incentivar produtos vindos da floresta.

Segundo o ministro, essas quest?es precisam deixar de ser ideias para serem 'uma atitude concreta, transformando essas a??es em um ambientalismo de resultado.'

A reuni?o com os governadores tamb?m analisou o uso de verbas oriundos da recupera??o de recursos da Petrobras pela opera??o Lava Jato. O minist?rio ter? 230 milh?es de reais e os Estados, outros 430 milh?es. Salles n?o detalhou como ser?o usados os recursos da sua pasta.

J? os governadores, segundo Fl?vio Dino, do Maranh?o, usar?o a verba para a??es de preven??o e repress?o aos crimes ambientais e tamb?m na legaliza??o fundi?ria.

'Consideramos que esses aspectos s?o a garantia de que a lei ser? respeitada', disse o governador.

Escrito por Reuters

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