Mourão gostaria de disputar reeleição, mas não vê problema se Bolsonaro escolher outro vice
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Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O vice-presidente da Rep?blica, general da reserva Hamilton Mour?o, afirmou nesta segunda-feira que n?o v? ?problema nenhum? se o presidente Jair Bolsonaro escolher um outro vice para montar uma chapa para tentar a reelei??o em 2022.
Em entrevista ? Reuters, ap?s coletiva de imprensa com jornalistas de ve?culos estrangeiros, Mour?o afirmou que seria ??timo? fazer parte dessa futura chapa, mas minimizou uma eventual prefer?ncia de Bolsonaro por outro nome.
'O presidente j? manifestou o desejo de reelei??o e se ele quiser que eu continue ao lado dele, ?timo, mas se n?o quiser e precisar de uma outra pessoa para fazer uma composi??o distinta de chapa, para mim n?o h? problema nenhum. Estou aqui para servir ao Brasil e o governo do presidente', disse.
Mesmo com apenas sete meses de mandato, Bolsonaro j? revelou que pode se candidatar ? reelei??o no pr?ximo pleito e especula-se que ele poderia negociar a vaga de companheiro de chapa com outro partido e com setores evang?licos.
Bolsonaro e Mour?o chegaram a divergir publicamente no come?o de governo, o que teria causado um certo desgaste na rela??o entre eles. O vice revelou que o presidente pediu que diminu?sse a exposi??o p?blica.
Mour?o minimizou a sa?da de militares do governo e disse n?o acreditar que isso represente um perda de for?a. Nos primeiros meses de governo, os militares chegaram a ser apontados como moderadores e ponto de equil?brio de uma gest?o marcada por decis?es e opini?es pol?micas.
?Ao substituir o general Santos Cruz ele colocou um ministro oriundo da ?rea militar e general da ativa', argumentou Mour?o.
'N?o vejo que os militares estivessem l? para tutelar o presidente ou controlar, e cada um est? l? para cumprir sua tarefa. Vejo como perfeitamente normal fazer essas trocas dentro da vis?o que ele julga melhor para cumprir objetivos?, acrescentou.
Ru?dos na equipe de governo causaram a queda de alguns militares, em particular do general da reserva Carlos Alberto Santos Cruz, que comandava a Secretaria de Governo.
MEIO AMBIENTE
Na entrevista a ve?culos estrangeiros, Mour?o tratou da crise na Venezuela, elei??es na Argentina, meio ambiente, e quest?es nacionais, como a poss?vel indica??o do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, como embaixador em Washington.
Em meio a cr?ticas locais e internacionais ao aumento do desmatamento da Amaz?nia e ? pol?tica ambiental brasileira --especialmente ? libera??o de agrot?xicos, ?s propostas de mudan?as no Fundo Amaz?nia e o alinhamento do ministro Ricardo Salles com produtores rurais--, Mour?o reiterou apoio do governo Bolsonaro ao Acordo de Paris sobre o clima e ? preserva??o dos biomas e florestas brasileiras.
Mour?o insinuou, no entanto, que por tr?s da preocupa??o global com a preserva??o do meio ambiente brasileiro podem estar interesses comerciais de outros pa?ses que tentam impedir um avan?o maior do Brasil no cen?rio internacional.
'Nosso governo n?o deixar? em nenhum momento de buscar a preserva??o dos nossos biomas', declarou o vice. 'Um aspecto ? o das pessoas preocupadas com o ambientalismo. E h? outro aspecto, onde o potencial do Brasil de produ??o agr?cola e mineral ? enorme. Ent?o tamb?m serve como press?o para que n?o haja expans?o maior dessa produ??o', disse Mour?o.
Sobre as elei??es na vizinha Argentina, que podem levar de volta ao poder a esquerda, Mour?o adotou tom mais diplom?tico que Bolsonaro e declarou que o governo brasileiro torce pela reelei??o do presidente Maur?cio Macri, ao mesmo tempo que ressaltou que Brasil e Argentina sempre ter?o uma rela??o de Estado, independentemente dos seus presidentes.
?Vamos buscar benef?cio m?tuo independente de quem for eleito?, frisou Mour?o.
Em rela??o ? Venezuela, o vice-presidente disse n?o ver solu??o para a crise no curto prazo e destacou que um bom resultado depende de v?rios atores que t?m influ?ncia sobre o pa?s vizinho como China, R?ssia e Cuba.
?N?o vemos no curto prazo um desfecho para essa crise... a R?ssia ? grande fornecedora de armas e os cubanos controlam mil?cias e servi?o de intelig?ncia.
'(A Venezuela) ? um pa?s dividido e ? uma divis?o com corte vertical pela sociedade. O pa?s vive um situa??o complicada e compete ?s demais na??es auxiliar na busca por uma solu??o concertada e que leve a novas elei??es?, avaliou.
EDUARDO E MORO
Uma outra posi??o pol?mica do atual governo ? poss?vel indica??o de Eduardo Bolsonaro, deputado federal mais votado na elei??o do ano passado e filho do presidente, para ocupar a embaixada do Brasil em Washington, um dos cargos mais importantes da diplomacia brasileira.
O deputado federal n?o tem carreira diplom?tica e sua indica??o ? considerada por alguns especialistas potencialmente ilegal por implicar em nepotismo. Mour?o disse que a decis?o cabe a Bolsonaro e disse que Eduardo cumpre os requisitos para ocupar o posto.
?Ele (Eduardo) est? dentro dos requisitos colocados para aqueles que n?o s?o da carreira diplom?tica. ? uma decis?o do presidente, que ele n?o discutiu com todos os seus conselheiros, e depois tem que passar pelo crivo do Congresso. N?o vejo nenhum problema nessa quest?o', disse.
Em um discurso mais alinhado ao de Bolsonaro, Mour?o saiu em defesa do ministro da Justi?a, Sergio Moro, em meio ?s supostas mensagens divulgadas pelo site The Intercept Brasil que indicariam que o ministro, quando era juiz da opera??o Lava Jato em Curitiba, orientava os procuradores respons?veis pelas acusa??es do caso.
O vice classificou Moro como figura 'imprescind?vel' para o governo e disse n?o ter visto nenhuma irregularidade nas alegadas mensagens divulgadas pelo site.
Escrito por Redação
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