Indicado de Trump à Suprema Corte nega alegação de assédio; acusadora quer depor

Por Lawrence Hurley e Susan Heavey

WASHINGTON (Reuters) - Brett Kavanaugh, indicado ? Suprema Corte pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chamou nesta segunda-feira as alega??es de que teria abusado sexualmente de uma mulher h? 36 anos de 'completamente falsas', enquanto a advogada da acusadora disse que a mulher est? disposta a depor diante de uma comiss?o do Senado que deve votar a indica??o do juiz nesta semana.

Em um dia de acontecimentos r?pidos, todos os 10 integrantes democratas do Comit? Judici?rio do Senado, que est? supervisionando o processo de confirma??o de Kavanaugh, enviaram uma carta pedindo que a vota??o marcada para quinta-feira seja adiada para que o FBI possa investigar a alega??o.

Christine Blasey Ford acusou Kavanaugh de atac?-la e despi-la no in?cio dos anos 1980, quando ambos cursavam o ensino m?dio.

'Essa ? uma alega??o completamente falsa. Nunca fiz nada como o que a acusadora descreve -- a ela ou a qualquer um', disse Kavanaugh em comunicado emitido pela Casa Branca. 'Como isso nunca aconteceu, eu n?o tinha a menor ideia de quem estava fazendo essa acusa??o at? ela se identificar ontem', disse Kavanaugh.

'Estou disposto a conversar com o Comit? Judici?rio do Senado de qualquer forma que o comit? considerar apropriada para refutar essa alega??o falsa, de 36 anos atr?s, e defender minha integridade', acrescentou.

Kavanaugh, cujo comunicado foi o segundo negando a alega??o, mas o primeiro desde que Christine se identificou publicamente, esteve na Casa Branca na manh? desta segunda-feira, afirmou uma autoridade da Casa Branca.

A acusa??o amea?a complicar sua indica??o, que precisa ser aprovada primeiro pelo Comit? Judici?rio do Senado e depois por toda a Casa, que tem uma pequena maioria de correligion?rios de Trump. Uma vota??o do comit? est? agendada para quinta-feira, poucas semanas antes das elei??es parlamentares de novembro.

Alguns republicanos do comit? disseram que a acusadora deveria ter a oportunidade de contar sua hist?ria, vis?o ecoada por Kellyanne Conway, uma das principais assessoras da Casa Branca.

Em entrevistas veiculadas por redes de televis?o na manh? desta segunda-feira, Debra Katz, advogada de Christine sediada em Washington, disse que sua cliente gostaria de falar publicamente.

Indagada se isso incluiria um depoimento sob juramento em uma audi?ncia p?blica com senadores, Debra respondeu no programa 'This Morning', da CBS: 'Ela est? disposta a faz?-lo, ela precisa faz?-lo'.

Mas seus coment?rios deram a entender que qualquer audi?ncia p?blica poderia ser explosiva. Christine, hoje uma professora na Calif?rnia, acredita que as supostas a??es de Kavanaugh foram uma 'tentativa de estupro', e 'que se n?o fosse pela embriaguez extrema de Brett Kavanaugh, ela teria sido estuprada', disse sua advogada no programa 'Today', da NBC.

Debra disse ? CBS que Christine havia bebido uma cerveja, mas que n?o estava b?bada.

Chuck Grassley, presidente do Comit? Judici?rio do Senado, planeja conversar com Kavanaugh e sua suposta v?tima antes da vota??o agendada, de acordo com o porta-voz do comit?.

A senadora Lisa Murkowski, uma de duas republicanas do comit?, disse ? CNN na noite de domingo que o organismo 'pode ter que cogitar' debater um poss?vel adiamento.

Jeff Flake, seu colega de partido no comit?, exortou este a adiar a vota??o at? ouvir Christine, e outro republicano do comit?, Lindsey Graham, acolheu a proposta de um depoimento da acusadora, mas disse que isso deveria 'ser feito imediatamente para que o processo continue como programado'.

(Reportagem adicional de Doina Chiacu)