Mulheres negras estão 50% mais vulneráveis ao desemprego, mostra pesquisa do Ipea
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S?O PAULO (Reuters) - Mulheres negras est?o 50 por cento mais suscet?veis ao desemprego do que outros grupos, segundo pesquisa do Instituto de Pesquisa Econ?mica Aplicada (Ipea) divulgada nesta quarta-feira.
O estudo, que utiliza como base dados da Pnad Cont?nua, mostra que, a cada 1 ponto percentual a mais na taxa de desemprego de uma unidade federativa, a desocupa??o de mulheres negras daquela mesma unidade sofre, em m?dia, um aumento de 1,5 ponto percentual.
Al?m disso, entre o segundo trimestre de 2014 e o primeiro trimestre de 2017, mulheres negras representaram a fatia com maior aumento absoluto na taxa de desemprego, uma varia??o de 8,8 pontos percentuais. O instituto distingue os dados entre homens brancos, homens negros, mulheres brancas e mulheres negras.
Segundo o Ipea, a taxa de desemprego entre mulheres negras ? 80 por cento superior ?quela encontrada antes do in?cio da recess?o de 2015-2016.
Entre homens brancos, a varia??o no per?odo foi de 4,6 pontos percentuais. Entre negros do sexo masculino, o desemprego cresceu 7 pontos percentuais no mesmo intervalo de tempo. A disparidade ocorre desde antes da queda do PIB em 2015-2016.
'Os resultados indicam que a resposta da taxa de desemprego dos grupos durante a recess?o n?o foi alterada', diz trecho do estudo.
'A recess?o n?o afetou de maneira heterog?nea a sensibilidade dos grupos socioecon?micos ao aumento da taxa de desemprego.'
Na avalia??o do Ipea, n?o foram encontrados discrep?ncias muito grandes no comportamento da taxa de desemprego quando comparadas as mulheres brancas e negras, h? uma pequena diferen?a de 0,2 ponto percentual na desocupa??o mas 'n?o ? significativa do ponto de vista estat?stico'.
'O mesmo pode ser dito em rela??o ? diferen?a entre as mulheres brancas e os homens', diz um trecho do estudo.
'N?o h? diferen?a de resposta entre os dois grupos masculinos.'
Ao investigar como o desempenho da economia afeta cada um dos grupos de diferentes idades e cor da pele, o Ipea aponta que per?odos de maior dificuldade econ?mica, como a recess?o de 2015-2016 afetam tanto 'o n?mero de pessoas que passam a buscar emprego quanto...o tempo em que os desempregados se mant?m nessa condi??o'.
'Assim mesmo, ? poss?vel notar um padr?o de heterogeneidade entre os grupos semelhante ao verificado para a taxa de desemprego, isto ?, com as mulheres negras experimentando um resultado mais adverso que os homens brancos, o mesmo se passando na compara??o dos jovens com os adultos.'
FAIXA ET?RIA
Jovens de 18 a 29 anos est?o entre os mais afetados, com uma rela??o de 1,7 em rela??o ? taxa geral de desemprego. Ou seja, a cada um ponto percentual de aumento na taxa de desemprego, h? um avan?o de 1,7 ponto percentual na desocupa??o desta faixa et?ria. Na faixa et?ria de 30 a 64 anos, a rela??o ? de 0,7 ponto percentual, segundo o Ipea.
'Conhecer em que medida as oscila??es da economia afetam o desemprego dos diferentes grupos socioecon?micos ? uma tarefa importante, pois permite que se (re)desenhe a pol?tica p?blica de forma mais adequada ?s heterogeneidades desses grupos no mercado de trabalho', afirma a pesquisa.
'Embora haja alguma heterogeneidade entre os grupos nas respostas ?s mudan?as nas condi??es do mercado de trabalho em geral, essa heterogeneidade n?o se altera de forma expressiva em momentos de recess?o.'
(Por La?s Martins)
Escrito por Redação
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