Na 1ª alta do ano, diesel da Petrobras sobe 8%; preço da gasolina é mantido
Publicada em
Atualizada em
Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras elevar? o pre?o m?dio do ?leo diesel nas refinarias em 8% a partir de ter?a-feira, na primeira alta aplicada ao combust?vel f?ssil pela petroleira neste ano, na esteira de uma recupera??o recente dos pre?os internacionais do petr?leo, apontou a empresa nesta segunda-feira.
Ainda assim, o diesel da petroleira estatal --respons?vel por quase 100% da capacidade de refino do pa?s-- acumula queda de cerca de 40% neste ano, impactado por uma diminui??o dos pre?os do petr?leo e de seus derivados diante da propaga??o do novo coronav?rus, que reduziu a demanda global.
A ?ltima eleva??o do diesel, o combust?vel mais consumido no pa?s, havia ocorrido em 21 de dezembro, quando foi elevado em 3%.
Os pre?os do petr?leo Brent acumulam aumento de cerca de 40% neste m?s, reagindo a cortes de produ??o e a um relaxamento de medidas de isolamento social tomadas em fun??o da pandemia nos Estados Unidos e em alguns pa?ses da Europa.
Nesta segunda-feira, o Brent operava em alta de cerca de 9%, a 35,32 d?lares por barril.
Em contrapartida, a Petrobras decidiu manter o valor da gasolina nas refinarias, ap?s j? ter realizado duas eleva??es neste m?s. A queda acumulada da gasolina da Petrobras neste ano tamb?m est? por volta de 40%.
O repasse dos reajustes nas refinarias at? os consumidores finais, nos postos, n?o ? imediato e depende de uma s?rie de quest?es, como margem da distribui??o e revenda, impostos e adi??o obrigat?ria de biodiesel.
DEFASAGENS
Apesar dos recentes reajustes, o mercado aponta um atraso da Petrobras para repassar as altas internacionais.
A estatal tem uma pol?tica de pre?os que busca seguir valores de paridade de importa??o, que leva em conta pre?os no mercado internacional mais os custos de importadores, como transporte e taxas portu?rias, com impacto tamb?m do c?mbio. No entanto, tem evitado repassar volatilidade ao mercado interno.
'O aumento (do diesel) ainda ? insuficiente para fazer frente ? alta que a gente teve no mercado internacional, considerando a forte alta que estamos tendo no pre?o do diesel agora no mercado internacional a gente j? est? mais de 20 centavos defasado. Ou seja, a Petrobras tem embrionada uma alta de mais de 20 centavos ainda no diesel', disse o chefe da ?rea de ?leo e g?s da consultoria INTL FCStone, Thadeu Silva.
'A gasolina segue ainda bem defasada, a gente est? entre 15 e 20 centavos de reajuste tamb?m atrasado... ela vem atrasando bastante os reajustes.'
O presidente da Associa??o Brasileira dos Importadores de Combust?veis (Abicom), S?rgio Ara?jo, tamb?m afirmou que aguardava reajustes mais altos pela Petrobras.
'No diesel, as defasagens variavam de 0,20 real/litro a 0,14 real/litro, considerando os fechamentos da ?ltima sexta-feira (16/05). Assim, esper?vamos um reajuste maior do que o anunciado. Como hoje o mercado est? subindo, as defasagens continuar?o elevadas', afirmou.
'Esper?vamos, tamb?m, o anuncio de altera??o nos pre?os da gasolina, pois as defasagens no fechamento da ?ltima sexta-feira variavam de 0,30 real/litro a 0,21 real/litro. Existe uma oportunidade para voltar ao equil?brio com os pre?os do etanol, sem criar impostos ou medidas protecionistas. Este ? o mercado.'
O recuo dos pre?os da gasolina neste ano reduziu a competitividade do etanol hidratado, seu concorrente nas bombas. Recentemente, o presidente Jair Bolsonaro barrou um pedido do segmento sucroenerg?tico para um aumento da Cide no combust?vel f?ssil.
A Petrobras tem reiterado que seus pre?os de venda de gasolina e diesel ?s distribuidoras t?m como refer?ncia o pre?o de paridade de importa??o, que n?o ? um valor absoluto, ?nico e percebido da mesma maneira por todos os agentes.
Al?m disso, a estatal tamb?m tem frisado que as compras externas de combust?veis por concorrentes permanecem, o que evidencia a viabilidade econ?mica das importa??es por outros agentes de mercado.
Escrito por Reuters
SALA DE BATE PAPO