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Navio grego é suspeito de derramar petróleo no litoral brasileiro, diz PF

Placeholder - loading - Mancha em praia Peroba, em Maragogi, Alagoas 17/10/2019REUTERS/Diego Nigro
Mancha em praia Peroba, em Maragogi, Alagoas 17/10/2019REUTERS/Diego Nigro

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Por Pedro Fonseca

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Pol?cia Federal identificou um navio de bandeira grega como suspeito de ser respons?vel pelo derrame de petr?leo no oceano Atl?ntico que atingiu praias do Nordeste a partir do in?cio de setembro, afirmou a PF em nota nesta sexta-feira, em um avan?o nas investiga??es sobre a pior trag?dia ambiental do litoral brasileiro.

O navio em quest?o atracou em 15 de julho na Venezuela, onde permaneceu por tr?s dias e foi carregado com petr?leo venezuelano, antes de seguir rumo a Cingapura, vindo a aportar depois apenas na ?frica do Sul, disseram a PF e o Minist?rio P?blico Federal (MPF), que tamb?m participa das investiga??es da opera??o M?cula.

'O derramamento investigado teria ocorrido nesse deslocamento', afirmou a PF, acrescentando que cumpre dois mandados de busca e apreens?o na cidade do Rio de Janeiro em sedes de representantes e contatos da empresa grega no Brasil.

Segundo a PF, informa??es preliminares indicam que o navio grego est? vinculado a empresa de mesma nacionalidade, mas ainda n?o h? dados sobre a propriedade do petr?leo transportado, 'o que imp?e a continuidade das investiga??es', afirmou.

Em comunicado tamb?m nesta sexta-feira, a Marinha disse que o navio suspeito transportava produto carregado no terminal San Jos?, na Venezuela, com destino ? ?frica do Sul. De acordo com a Petrobras, que fez an?lises no petr?leo a pedido do governo, n?o h? d?vida de que o ?leo ? proveniente da bacia Oriental da Venezuela, com caracter?sticas semelhantes ao encontrado em tr?s campos da regi?o.

A PF e o Minist?rio P?blico Federal do Rio Grande do Norte n?o divulgaram o nome da empresa suspeita.

Segundo as autoridades, a investiga??o criminal visa impor aos respons?veis, inclusive pessoas jur?dicas, as penas do crime de polui??o previsto no artigo 54 da lei ambiental, bem como o crime do artigo 68 da mesma lei, decorrente do fato de n?o ter havido comunica??o ?s autoridades acerca do incidente.

O advogado-geral da Uni?o, Andr? Mendon?a, disse que a Uni?o vai buscar repara??o pelos danos causados devido ao derramamento.

A localiza??o inicial da mancha de petr?leo cru foi identificada em ?guas internacionais, a aproximadamente 700 km da costa brasileira, a leste do Estado da Para?ba, com extens?o ainda n?o calculada, de acordo com a PF e a Marinha.

'A partir da localiza??o da mancha inicial, cujo derramamento suspeita-se ter ocorrido entre os dias 28 e 29 de julho, foi poss?vel identificar o ?nico navio petroleiro que navegou pela ?rea suspeita, por meio do uso de t?cnicas de geointelig?ncia e c?lculos oceanogr?ficos regressivos', afirmou a PF.

TRAG?DIA AMBIENTAL

As manchas de petr?leo cru come?aram a atingir praias do litoral nordestino no in?cio de setembro, na pior trag?dia do tipo j? registrada no pa?s, afetando estu?rios, manguezais e foz de rios em todo o Nordeste, com preju?zos para o turismo e a pesca na regi?o.

Mais de 2.000 toneladas do produto j? foram recolhidas no litoral -- boa parte com a ajuda de volunt?rios que se arriscaram a retirar o produto sem material adequado de prote??o, diante de uma resposta lenta das autoridades.

At? o momento o ?leo atingiu quase 300 localidades, em nove Estados do Nordeste, matando dezenas de animais marinhos, na maioria tartarugas. H? uma preocupa??o das autoridades com a possibilidade de o ?leo atingir o santu?rio mar?timo de Abrolhos, no sul da Bahia, que abriga a mais extensa bancada de corais do Brasil.

De acordo com as investiga??es, o navio suspeito de derramar o petr?leo que chegou ao litoral brasileiro esteve detido nos Estados Unidos por quatro dias, devido a ?incorrec?o?es de procedimentos operacionais no sistema de separac?a?o de a?gua e o?leo para descarga no mar?, disse o MPF.

Segundo o MPF, ?h? fortes ind?cios de que a (empresa), o comandante e tripula??o do navio deixaram de comunicar ?s autoridades competentes acerca do vazamento/lan?amento de petr?leo cru no Oceano Atl?ntico?.

(Reportagem adicional de Ricardo Brito, em Bras?lia, e Roberto Samora, em S?o Paulo)

Escrito por Reuters

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