Nome de Eduardo Bolsonaro para embaixada em Washington gera perplexidade entre diplomatas
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Por Lisandra Paraguassu
BRAS?LIA (Reuters) - A praticamente definida indica??o do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para a embaixada do Brasil em Washington pegou de surpresa o Itamaraty, que esperava a indica??o do embaixador Nestor Foster, promovido recentemente ao topo da carreira justamente para poder ocupar o cargo, disseram ? Reuters fontes internas do ?rg?o.
Foster, amigo pessoal do ministro das Rela??es Exteriores, Ernesto Ara?jo, foi quem aproximou o chanceler do escritor Olavo de Carvalho, guru dos irm?os Bolsonaro, do pr?prio Ara?jo e, mesmo ? dist?ncia, uma das maiores influ?ncias no governo.
Apesar dos v?rios anos de carreira, Foster ainda n?o havia chegado ao cargo de ministro de primeira classe, necess?rio para ocupar o cargo de embaixador. Foi promovido no in?cio deste ano para que pudesse ser indicado para o lugar do embaixador aposentado S?rgio Amaral, que ocupava a embaixada nos EUA at? abril.
De acordo com uma das fontes ouvidas pela Reuters, Foster --e tamb?m o restante do Itamaraty, que dava sua nomea??o como certa-- estranhava a demora na sua indica??o. O Brasil est? h? tr?s meses sem embaixador em seu principal posto diplom?tico e, com a promo??o do diplomata h? quase dois meses, n?o haveria mais motivo para demora.
At? porque as sabatinas dos indicados para chefes de miss?o diplom?tica na Comiss?o de Rela??es Exteriores do Senado, passo obrigat?rio para a nomea??o, est?o todas andando lentamente. Alguns embaixadores esperam h? mais de tr?s meses por suas sabatinas. A demora na indica??o poderia levar o Brasil a ficar por meio ano sem o chefe da miss?o norte-americana.
Na quarta-feira, Eduardo Bolsonaro completou 35 anos, idade m?nima para ser indicado embaixador. Em entrevista no in?cio da noite desta quinta, o deputado afirmou que isso era apenas uma coincid?ncia.
Na agenda de Ernesto Ara?jo para essa sexta-feira, Eduardo ? o primeiro nome, ?s 9h. No final da tarde, o chanceler recebe o senador Nelson Trad (PSD-MS), presidente da CRE no Senado.
No Itamaraty, diplomatas ouvidos pela Reuters se diziam perplexos e v?rios ainda questionavam se Bolsonaro levaria mesmo adiante a escolha do filho e se o caso n?o seria enquadrado como nepotismo, dentro da s?mula do Supremo Tribunal Federal (STF) que proibiu a pr?tica na administra??o p?blica.
A indica??o de pessoas de fora da carreira para ocupar embaixadas n?o ? uma novidade. O ex-presidente Itamar Franco foi embaixador em Roma, Lisboa e na representa??o do Brasil na Organiza??o dos Estados Americanos durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. O ex-deputado Paes de Andrade tamb?m ocupou o cargo em Lisboa.
O ?ltimo caso recente foi o do petista Tilden Santiago, nomeado por Luiz In?cio Lula da Silva para Havana. Desde sua exonera??o, no final de 2006, os embaixadores tem sido diplomatas de carreira --mesmo que aposentados, como o caso de S?rgio Amaral, em Washington.
Escrito por Redação
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