Nova crise provocada por Olavo de Carvalho escancara irritação de militares
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Por Lisandra Paraguassu
BRAS?LIA (Reuters) - Em mais uma crise no governo provocada pelo escritor Olavo de Carvalho, a resposta mais dura veio do general da reserva Eduardo Villas B?as, ex-comandante do Ex?rcito, que classificou o escritor de 'Tr?tsky de direita', sem 'princ?pios b?sicos de educa??o e respeito' e como algu?m que age para 'acentuar as diverg?ncias nacionais'.
Um dos nomes mais respeitados nas For?as Armadas, o general, hoje assessor especial do ministro do Gabinete de Seguran?a Institucional, general da reserva Augusto Heleno, deu pela redes sociais o recado que os militares querem passar: Olavo de Carvalho precisa 'deixar o governo'.
A an?lise foi feita ? Reuters por uma fonte palaciana que acompanha de perto as crises que t?m sido causadas pelos ataques do escritor aos militares --e que tem sido respaldadas pelos filhos do presidente Jair Bolsonaro, o vereador no Rio de Janeiro Carlos e o deputado federal Eduardo (PSL-SP).
'Mais uma vez o senhor Olavo de Carvalho, a partir de seu vazio existencial, derrama seus ataques aos militares e ?s For?as Armadas demonstrando total falta de princ?pios b?sicos de educa??o, de respeito e de um m?nimo de humildade e mod?stia', escreveu Villas B?as.
O general, com seis quase 600 mil seguidores no Twitter --bem mais do que Olavo de Carvalho, com seus 133 mil-- foi a voz da insatisfa??o dos militares no governo.
A mais nova disputa entre a ala militar e os chamados 'olavistas' do governo foi escancarada mais uma vez na onda de ataques ao ministro da Secretaria de Governo, general da reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz. Incomodado, o pr?prio ministro foi na noite de domingo conversar com Bolsonaro. Disse que estava sendo v?tima de um ataque orquestrado que envolviam os filhos do presidente.
'Eles t?m intimidade o suficiente para o ministro chegar e reclamar do que est? acontecendo', disse uma fonte palaciana.
Depois de criar pol?mica atacando o vice-presidente Hamilton Mour?o, o escritor voltou suas baterias a Santos Cruz. Em uma s?rie de tu?tes no final de semana chamou o ministro de fofoqueiro e outros adjetivos. A sess?o de ataques se manteve nesta segunda.
A crise foi aumentada quando o humorista Danilo Gentili publicou nas redes sociais uma entrevista do ministro dada ? r?dio Jovem Pan no in?cio de abril. Em sua fala, Santos Cruz diz que 'as distor??es e os grupos radicais, sejam eles de uma ponta ou de outra, da ponta leste ou da ponta oeste, isso a? tem que ser tomado muito cuidado, tem que ser disciplinado. A pr?pria legisla??o tem de ser melhorada'.
O ministro virou alvo, al?m de Olavo, dos filhos do presidente e um ataque coletivo nas redes, e o pr?prio Bolsonaro usou o Twitter para dizer que n?o haveria controle das redes.
'Em meu governo, a chama da democracia ser? mantida sem qualquer regulamenta??o da m?dia, a? inclu?da as sociais. Quem achar o contr?rio recomendo um est?gio na Coreia do Norte ou Cuba', escreveu.
Ao ter desautorizado publicamente seu ministro, Bolsonaro terminou por ampliar a margem para os ataques a Santos Cruz. No entanto, nesta segunda, ao ser perguntado se o ministro ainda tinha seu respaldo, Bolsonaro foi enf?tico: 'Completamente'.
Apesar da crise, Santos Cruz se mant?m forte no governo n?o apenas pela rela??o de amizade com Bolsonaro, mas porque representa e tem lideran?a no grupo de militares que ? considerado um dos pilares de sustenta??o do governo.
'Para demitir Santos Cruz vai ter que demitir muita gente antes', disse a fonte palaciana.
A ordem agora ? tentar, mais uma vez, ignorar os ataques de Olavo de Carvalho. O pr?prio presidente afirmou, mais cedo, que, de acordo com a origem do problema, a melhor resposta ? 'ficar quieto, porque temos muitas coisas mais importantes para discutir no Brasil'.
Mour?o refor?ou. 'Esses ataques s?o totalmente sem nexo. Se n?s ignorarmos, ser? muito melhor para todo mundo.'
(Edi??o de Eduardo Sim?es)
Escrito por Redação
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