Novo comandante da Boeing, David Calhoun é um veterano de crise
Publicada em
Por Allison Lampert e Kenneth Li e Tim Hepher
(Reuters) - A Boeing est? colocando seu futuro nas m?os de um veterano do segmento industrial, que liderou v?rias empresas em crise, tendo come?ado sua carreira na fabricante de motores General Electric e passado uma d?cada no conselho da maior fabricante de avi?es do mundo.
David Calhoun, de 62 anos, rec?m nomeado presidente-executivo da Boeing, assumiu a presid?ncia do conselho da companhia h? dois meses, em meio ? crise que abalou a empresa ap?s dois acidentes fatais levarem ? suspens?o do 737 MAX. Mas essa n?o foi sua primeira experi?ncia com uma turbul?ncia corporativa.
Calhoun tornou-se presidente do conselho da Caterpillar logo depois que agentes federais invadiram a sede da empresa em mar?o de 2017, chefiou uma divis?o da General Electric que inclu?a motores de avi?o ap?s os ataques de 11 de setembro e liderou o esfor?o da empresa de pesquisa de m?dia Nielsen na abertura de seu capital. Ele tamb?m ? executivo de longa data do grupo de private equity Blackstone.
'Depois de v?-lo administrar os neg?cios de avia??o da GE ap?s o 11 de setembro, sei que ele pode desempenhar sob press?o', disse o ex-presidente-executivo da GE, Jeff Immelt, ? Reuters por email, quando perguntado sobre Calhoun, acrescentando que ele restauraria a confian?a dos clientes na Boeing.
Calhoun, que coescreveu um livro sobre neg?cios, 'How Companies Win' (Como companhias vencem, em tradu??o livre), diz que ser sincero faz parte de ser um l?der, uma abordagem que muitos cr?ticos dizem estar ausente da atitude inicialmente vigiada da Boeing ?s preocupa??es com o 737 MAX.
'No segundo em que voc? entra no escrit?rio at? o segundo em que sai, toda intera??o ? julgada', disse ele em um v?deo publicado em 2014 pelo Instituto de Gerenciamento Jack Welch.
'Voc? tenta esconder qualquer coisa de todo mundo e acho que sua linguagem corporal se torna perfeitamente aparente.'
No entanto, em seu curto per?odo como presidente da Boeing, Calhoun mostrou sua capacidade de trabalhar discretamente nos bastidores, como visto pelo seu papel na sa?da de Kevin McAllister como presidente-executivo do bra?o de fabrica??o de avi?es da Boeing em outubro. A mudan?a foi silenciosa e r?pida, prenunciando a queda de Dennis Muilenburg no fim de semana passado.
Alguns especialistas viram McAllister - outro veterano da GE - como um bode expiat?rio para a crise do MAX. Outros dizem que ele pagou o pre?o por distra??es, incluindo fissuras amplamente divulgadas nos jatos 737NG mais antigos da empresa, que pegaram a diretoria desprevenida. O 737 MAX n?o foi afetado pelo problema de fissuras.
O acerto de contas ocorreu em um jantar informal do conselho no Texas, liderado por Calhoun no final de outubro. Quando os diretores terminaram uma c?pula de dois dias um dia depois, Calhoun e Muilenburg afastaram McAllister e disseram que ele estava fora, afirmaram duas pessoas informadas sobre a reuni?o.
Em um sinal de que o conselho j? estava reivindicando uma nova voz sob o presidente recentemente nomeado Calhoun, depois de dividir os pap?is de CEO e presidente, a conversa decisiva do jantar que levou ? mudan?a ocorreu sem Muilenburg, disseram as fontes.
A Boeing se recusou a comentar as discuss?es confidenciais do conselho.
McAllister e Muilenburg n?o foram encontrados.
PRESS?O PARA MUDAN?A
Agora, Calhoun deve reparar as rela??es desgastadas com os ?rg?os reguladores, continuar administrando um aperto de caixa da crise e trazer ao mercado o novo jato 777X em um momento de rigoroso escrut?nio regulat?rio.
Sua experi?ncia no conselho da Boeing permitir? que Calhoun 'tome as r?deas em pouco tempo, sem a necessidade de um longo per?odo de familiariza??o', disse Timm Schulze-Melander, especialista industrial da casa de pesquisa europeia Redburn.
Ele tamb?m ter? que enfrentar os c?ticos de que a Boeing pode mudar, incluindo Paul Njoroge, um profissional de investimentos de Toronto, que perdeu sua fam?lia em um acidente da Ethiopia Airlines em 10 de mar?o.
'A Boeing precisa de uma reformula??o de sua governan?a corporativa. O conselho deve ser demitido', disse ele, acrescentando sobre Calhoun: 'N?o acho que ele v? mudar a cultura da Boeing.'
Outros t?m menos certeza.
Ele ? um l?der 'obstinado' que n?o gosta de discordar, mas que pode inspirar, disse um executivo que trabalhou para ele na Nielsen.
'(A Boeing) pode precisar de algu?m t?o duro quanto Dave. Eu n?o acho que ele seria um bom gestor por um longo per?odo de tempo. Como gerente de crise, ele pode conseguir fazer isso ?, disse a fonte.
Outro executivo que o chamou imparcial e inteligente. 'A Boeing voltar? rapidamente', previu.
(Reportagem de Tim Hepher em Paris, Allison Lampert em Montreal e Kenneth Li em Nova York; reportagem adicional de Chibuike Oguh e Ankit Ajmera)
Escrito por Reuters
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