Holandesa LyondellBasell faz oferta para comprar participação da Odebrecht na Braskem

Por Alberto Alerigi Jr.

S?O PAULO (Reuters) - A Odebrecht entrou em negocia??es exclusivas para a venda da totalidade de sua participa??o na Braskem para a holandesa LyondellBasell, o que fazia as a??es petroqu?mica brasileira dispararem nesta sexta-feira.

As negocia??es est?o em est?gio preliminar e foi concedida exclusividade ? LyondellBasell no ?mbito das tratativas, que s?o regidas por acordo de confidencialidade , disse a Braskem em fato relevante, citando informa??o fornecida pela Odebrecht, que no final de maio tinha negado reportagens da imprensa de que havia recebido uma oferta do grupo holand?s.

As a??es PN da Braskem saltavam cerca de 18 por cento ?s 11h38, enquanto os pap?is ordin?rios avan?avam mais de 15 por cento, o que elevava o valor de mercado da petroqu?mica em 5,7 bilh?es de reais na sess?o. Nos Estados Unidos, os recibos de a??es da Braskem tinham alta semelhante. J? os pap?is da LyondellBasell subiam cerca de 2 por cento.

A Odebrecht tem 38,3 por cento da Braskem, ou 50,1 por cento do capital com direito a votos, enquanto a Petrobras tem uma participa??o total de 36,1 por cento, ou 47 por cento das a??es com direito a voto.

Caso a transa??o seja concretizada, ser?o garantidas aos demais acionistas da Braskem as mesmas condi??es que vierem a ser negociadas para a Odebrecht, disse a Braskem.

Fontes afirmaram ? Reuters que a oferta da LyondellBasell pela Braskem ? em dinheiro e a??es e a expectativa ? que um acordo possa ser alcan?ado em dois meses. Antes disso, os credores da Braskem precisam aprovar a oferta, disseram as fontes.

No final de maio, a Odebrecht deu toda sua fatia na Braskem como garantia para fechar acordo com bancos e receber um novo empr?stimo de 2,6 bilh?es de reais, o que deu algum f?lego financeiro ao grupo de engenharia que est? no centro do esc?ndalo de corrup??o deflagrado pela opera??o Lava Jato.

O acordo de financiamento envolveu os bancos Ita? Unibanco e Bradesco, em um acerto que contou com concord?ncia de Banco do Brasil, Santander Brasil e BNDES sobre garantias de a??es da Braskem, em financiamentos anteriores.

Na avalia??o do Credit Suisse, a not?cia ? positiva para a Petrobras, uma vez que pode facilitar o desinvestimento da estatal na petroqu?mica. Em comunicado separado nesta sexta-feira, a Petrobras informou que vai avaliar o exerc?cio de direitos previstos no acordo de acionistas da Braskem, caso a opera??o seja concretizada.

No Brasil, a LyondellBasell possui apenas uma f?brica, em Pindamonhangaba (SP), aberta em 2006. A empresa opera em 17 pa?ses do mundo e possui 55 instala??es produtivas. J? a Braskem, al?m do Brasil, tem instala??es produtivas no M?xico, Alemanha e nos Estados Unidos, onde ? a maior produtora de polipropileno (PP), um tipo de pl?stico usado em uma ampla variedade de produtos, desde copos a m?veis.

A ind?stria de produtos qu?micos tem passado por uma s?rie de consolida??es. Em maio, o Conselho Administrativo de Defesa Econ?mica (Cade) aprovou a fus?o dos grupos qu?micos Dow Chemical e DuPont, em um neg?cio de 130 bilh?es de d?lares, condicionando o aval da opera??o no Brasil ? venda de uma s?rie de ativos que inclu?am atividades em torno de sementes de milho da Dow no pa?s.

Em fevereiro, a LyondellBasell anunciou a compra da rival norte-americana de menor porte A. Schulman por 2,25 bilh?es de d?lares, dobrando o tamanho de seus neg?cios de pl?stico para embalagens, produtos eletr?nicos e constru??o.

(Reportagem adicional de Tatiana Bautzer e Paula Arend Laier)