Pacote de medidas é afago para caminhoneiros, mas não resolve problema de custo, diz CNTA
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S?O PAULO (Reuters) - O conjunto de medidas anunciado pelo governo federal nesta ter?a-feira para apoiar os caminhoneiros aut?nomos representa um apoio bem-vindo para os motoristas, mas n?o resolve o problema principal da categoria, que ? o estabelecimento de fretes que reponham o custo dos trabalhadores, afirmou o presidente da Confedera??o Nacional dos Transportadores Aut?nomos (CNTA), Diumar Bueno.
'A gente est? fazendo uma leitura de que este pacote ? um oxig?nio que se est? dando para o setor, porque o governo ainda n?o tem as respostas que a categoria precisa para manter sua subsist?ncia em uma condi??o normalizada', disse Bueno em entrevista ? Reuters. A CNTA afirma representar mais de 140 sindicatos e nove federa??es de motoristas do pa?s, que envolvem um universo de 900 mil caminhoneiros aut?nomos.
O governo de Jair Bolsonaro anunciou mais cedo que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econ?mico e Social (BNDES) vai dar cr?dito de 30 mil reais para caminhoneiros bancarem manuten??o de seus ve?culos e investir 2 bilh?es de reais em obras rodovi?rias que incluem pavimenta??o de locais importantes, como o trecho final da BR-163 at? Miritituba, no Par?.
O an?ncio foi feito alguns dias depois da interfer?ncia de Bolsonaro que levou a Petrobras a cancelar na semana passada uma alta de 5,7 por cento no pre?o do diesel.
Na avalia??o de Bueno, 'esse afago dos 30 mil reais ? bem vindo por aqueles (motoristas) com contas atrasadas em postos de abastecimento. Pode dar uma amenizada na situa??o financeira deles para retomarem a atividade...Mas a principal necessidade do caminhoneiro hoje ? o estabelecimento do piso m?nimo de frete com fiscaliza??o'.
Em sua fala durante o an?ncio, o ministro da Infraestrutura, Tarc?sio de Freitas, afirmou que entre as medidas no pacote est? uma intensifica??o da fiscaliza??o da Ag?ncia Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para o cumprimento da tabela atual de fretes pelos contratantes de transporte de carga. Esta tabela, institu?da em meados do ano passado, est? tendo metodologia revista e foi colocada em consulta p?blica na semana passada.
Bueno afirmou que um dos problemas da cria??o ?s pressas da tabela pelo governo Michel Temer foi que n?o houve o estabelecimento de mecanismo de fiscaliza??o de seu cumprimento e rejeitou que os caminhoneiros aut?nomos possam ser responsabilizados pela interfer?ncia de Bolsonaro na decis?o de pre?o do diesel da Petrobras.
'Est?o usando o caminhoneiro. N?o conseguimos identificar quem est? manipulando a situa??o. A realidade ? que o problema do caminhoneiro n?o ? o diesel, o reajuste para mais ou para menos, com a pol?tica do piso m?nimo de frete, n?o deveria influenciar o caminhoneiro. Essa decis?o da Petrobras de n?o reajustar (o pre?o do diesel) n?o ajuda em nada.'
No racioc?nio de Bueno, como desde o ano passado a tabela j? previa um reajuste autom?tico de seus valores quando os reajustes do combust?vel somassem 10 por cento, o aumento em si do pre?o n?o geraria problemas para a categoria, se houvesse fiscaliza??o para cumprimento do piso m?nimo de frete atual.
'Os caminhoneiros aut?nomos consomem menos de 3 por cento do ?leo diesel no pa?s. Quem est? sendo beneficiado pela decis?o da Petrobras ? o agroneg?cio e a ind?stria', disse o presidente do CNTA. 'Se fosse esse o problema (o pre?o isolado do combust?vel) estar?amos pedindo subs?dio no combust?vel', acrescentou.
Bueno comentou que a CNTA tem reuni?o na semana que vem com representantes do governo para 'nos posicionar de forma clara'.
'Est? todo mundo (caminhoneiros) dando um voto de cr?dito, a categoria apostou neste governo. Eles (motoristas) ainda est?o acreditando. As medidas desta ter?a-feira minimizam um pouco a situa??o mas n?o s?o a solu??o do problema da categoria', disse.
(Por Alberto Alerigi Jr.)
Escrito por Redação
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