País ficará ingovernável sem reforma da Previdência, diz Bolsonaro à Veja
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BRAS?LIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou, em entrevista publicada pelo site da revista Veja nesta sexta-feira, que o pa?s ficar? ingovern?vel em at? tr?s anos sem a aprova??o da reforma da Previd?ncia, e justificou o fato de sempre ter sido contra a reforma quando deputado federal afirmando que muitas vezes s? tinha 'informa??o de orelhada'.
'Se a reforma da Previd?ncia n?o passar, o d?lar pode disparar, a infla??o vai bater ? nossa porta novamente e, do caos, v?o florescer a demagogia, o populismo, quem sabe o PT, como est? acontecendo na Argentina, com a volta de Cristina Kirchner. O Brasil n?o aguentaria outro ciclo assim', disse.
O presidente afirmou que a cabe?a de um parlamentar ? uma coisa, e a do presidente, que tem 'acesso aos n?meros', ? outra. 'O que faz a gente mudar? A realidade. O Brasil ser? ingovern?vel daqui a um, dois, tr?s anos', afirmou.
Segundo Bolsonaro, passada a reforma da Previd?ncia, que classificou como a 'm?e das reformas', o governo vai partir para a reforma tribut?ria e para as privatiza??es. O presidente disse, inclusive, j? ter dado sinal verde para a privatiza??o dos Correios.
Questionado sobre quando espera a diminui??o do n?vel atual de desemprego, Bolsonaro disse que uma parte dos milh?es de desempregados n?o se encaixa mais no mercado de trabalho por falta de qualifica??o. Ele admitiu que a 'situa??o n?o est? bacana'. Nesta sexta-feira, o IBGE divulgou a taxa de desemprego em 12,5% nos tr?s meses at? abril.
'SABOTAGENS'
Bolsonaro tamb?m disse na entrevista que integrantes do seu partido, o PSL, chegaram ao Congresso completamente inexperientes e que alguns acreditavam que ele iria resolver o problema 'no peito e na ra?a', mas que a situa??o 'n?o ? assim'.
O chefe do Executivo apontou 'sabotagens' dentro do governo de onde n?o se imagina, e disse que a press?o do cargo ? muito grande, afirmando ter mudado o 'jeito de conduzir os destinos do Brasil'.
'Hoje, cinco meses depois, eu sinto que a maioria dos parlamentares entendeu o que est? acontecendo. Muitos apoiam a pauta do governo. E esse apoio est? vindo por amor ? p?tria, por assim dizer. A gente n?o pode continuar fazendo a pol?tica como era at? pouco tempo atr?s. Est?vamos no caminho da Venezuela', disse.
O presidente tamb?m afirmou que o povo n?o seria favor?vel a uma mudan?a do sistema de governo para o parlamentarismo, caso ocorresse um plebiscito. Ele disse que considera natural, ao ser perguntado se uma eventual proposta como essa tem por objetivo esvaziar o poder de presidente. 'A luta pelo poder existe at? dentro de casa', justificou.
FL?VIO BOLSONARO
O presidente reconheceu estar preocupado com a quebra dos sigilos do senador Fl?vio Bolsonaro (PSL-RJ), seu filho, requerida pelo Minist?rio P?blico. 'Se algu?m mexe com um filho teu, n?o interessa se ele est? certo ou est? errado, voc? se preocupa', disse, ao citar que uma das opera??es investigadas pelo MP --de um financiamento banc?rio de 1 milh?o de reais-- est? registrada em cart?rio.
Bolsonaro repetiu que cabe ao ex-assessor de Fl?vio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) Fabr?cio Queiroz explicar as opera??es suspeitas, mas insinuou haver um aumento da exposi??o do caso por se tratar do filho do presidente.
'Teve um epis?dio dele com o meu filho em Botafogo, um assalto na frente de casa, e o Queiroz, impetuoso, saiu para pegar o cara. Ent?o existe essa amizade comigo, sim. Pode ter coisa errada? Pode, n?o estou dizendo que tem. Mas tem o superdimensionamento porque sou eu, porque ? meu filho. Ningu?m mais do que eu quer a solu??o desse caso o mais r?pido poss?vel', disse.
O presidente tamb?m disse estar convicto de que a facada que levou durante a campanha eleitora foi um crime encomendado. 'N?o quero me vitimizar nem inventar um culpado para o epis?dio, mas isso n?o saiu da cabe?a dele', disse Bolsonaro sobre o autor da facada, Ad?lio Bispo, que foi considerado pela Justi?a inimput?vel --quando n?o pode responder penalmente por um crime-- ao ser diagnosticado com um transtorno mental.
(Reportagem de Ricardo Brito)
Escrito por Redação
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