Papa ataca líderes corruptos ao encerrar visita a Moçambique

Por Philip Pullella

MAPUTO (Reuters) - Ao encerrar sua visita a Mo?ambique nesta sexta-feira, o papa Francisco repreendeu l?deres pol?ticos e empresariais do pa?s do leste africano que se permitem ser corrompidos por estrangeiros.

Em seu ?ltimo dia no pa?s Francisco visitou um hospital para aid?ticos administrado pela comunidade de Sant' Egidio e rezou uma missa para cerca de 60 mil pessoas no est?dio nacional de Maputo.

No hospital e em sua homilia, Francisco falou de todos os quatro temas principais de sua viagem ao pa?s, al?m de Madagascar e das Ilhas Maur?cio: paz, pobreza, corrup??o e prote??o ambiental.

'Mo?ambique ? uma terra de recursos naturais e culturais abundantes, mas paradoxalmente grande quantidade de seu povo vive abaixo da linha da pobreza', disse Francisco no est?dio, localizado em uma ?rea da capital em que muitas pessoas vivem em favelas com casas de teto de folhas de metal.

No hospital para doentes com Aids, o papa viu uma cruz feita de madeira e farpas de metal do teto desabado da casa de uma idosa.

De acordo com o Programa Mundial de Alimentos das Na??es Unidas (PMA), 80% da popula??o de Mo?ambique n?o pode arcar com os custos m?nimos de uma dieta adequada.

'?s vezes parece que aqueles que se aproximam com o desejo alegado de ajudar t?m outros interesses. Infelizmente, isso acontece com irm?os e irm?s da mesma terra, que se deixam corromper. ? muito perigoso pensar que este ? o pre?o a pagar pela ajuda estrangeira', disse Francisco.

Mo?ambique est? no ?ltimo quarto do ?ndice de Percep??o da Corrup??o da Transpar?ncia Internacional.

Embora o papa n?o tenha dado nenhum exemplo espec?fico de corrup??o, o pa?s ainda luta para se recuperar do impacto do esc?ndalo de uma d?vida de 2 bilh?es de d?lares, no qual centenas de milh?es de d?lares de empr?stimos garantidos pelo governo mo?ambicano desapareceram.

A rigor, o dinheiro foi emprestado para desenvolver estaleiros, seguran?a mar?tima e um empreendimento de pesca de atum, mas agora autoridades dos Estados Unidos dizem que os projetos foram uma farsa elaborada para um esquema de subornos e propinas. Enquanto isso, barcos adquiridos para os projetos est?o enferrujando em portos do pa?s.

(Reportagem adicional de Emma Rumney em Joanesburgo)