Papa compara fazer um aborto a 'contratar um matador de aluguel'

Por Philip Pullella

CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O papa Francisco comparou fazer um aborto a 'contratar um matador de aluguel' para eliminar uma pessoa problem?tica nesta quarta-feira, em declara??o que certamente ser? bem recebida por cat?licos conservadores que acusaram o pont?fice de n?o se posicionar o bastante sobre t?picos da 'guerra cultural'.

O aborto ? uma batalha pol?tica intensa em v?rios pa?ses, inclusive nos Estados Unidos, onde muitos conservadores esperam que a Suprema Corte? acabe revertendo o veredicto hist?rico de 1973 conhecido como Roe versus Wade, que legalizou o aborto.

Francisco fez os coment?rios sobre o aborto, alguns de seus mais contundentes at? hoje, ao se dirigir a dezenas de milhares de pessoas reunidas na Pra?a S?o Pedro para sua audi?ncia geral semanal.

O papa denunciou o que chamou de contradi??o de se permitir 'a supress?o da vida humana no ventre da m?e em nome da salvaguarda de outros direitos'.

'Mas como um ato que suprime uma vida inocente e impotente que est? germinando pode ser terap?utico, civilizado ou mesmo simplesmente humano?', disse ele.

'Pergunto a voc?s: ? certo 'tirar' uma vida humana para resolver um problema? O que voc?s pensam? ? certo? ? certo ou n?o?', indagou ele de improviso.

Muitos presentes gritaram 'N?o'.

'? certo contratar um matador de aluguel para resolver um problema? Voc? n?o pode, n?o ? certo matar um ser humano, n?o importa qu?o pequeno seja, para resolver um problema. ? como contratar um matador de aluguel para resolver um problema', disse.

A Igreja Cat?lica ensina que a vida come?a no momento da concep??o e termina no momento da morte natural. Ela tamb?m pro?be a eutan?sia, mas diz que um familiar ou paciente pode decidir parar de recorrer a meios extraordin?rios para manter uma pessoa vida.

Pouco depois de se tornar papa, em mar?o de 2013, Francisco pareceu minimizar a import?ncia de temas da 'guerra cultural', como o aborto, a contracep??o e o casamento gay, dizendo em uma entrevista que a Igreja se tornou 'obcecada' por eles.

'N?o ? necess?rio falar sobre estas quest?es o tempo todo', afirmou ele na entrevista, acrescentando que a posi??o da Igreja a respeito delas ? muito clara e que esta tamb?m tem que abordar quest?es sociais como a pobreza, a injusti?a e a imigra??o.