Papa denuncia 'agruras e desafios diários' dos católicos da China

Por Philip Pullella

CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O papa Francisco homenageou os cat?licos chineses nesta quarta-feira por manterem a f? apesar das 'agruras e desafios', uma refer?ncia aparente ?s restri??es de Pequim ? religi?o.

A declara??o a dezenas de milhares de pessoas reunidas na Pra?a de S?o Pedro para a audi?ncia geral semanal vieram no momento em que o Vaticano e a China se encontram na fase de implanta??o de um acordo hist?rico para a indica??o de bispos, acertado em setembro.

O acordo dividiu os cat?licos na China e em todo o mundo, j? que alguns cr?ticos do papa dizem que ele cedeu ao governo comunista. O cr?tico mais duro do pacto ? o cardeal Joseph Zen, ex-arcebispo de Hong Kong.

Francisco observou que a pr?xima sexta-feira marcar? um dia santo particularmente comemorado pelos cat?licos no santu?rio de Nossa Senhora de Sheshan, perto de Xangai.

'Esta ocasi?o feliz me permite expressar uma proximidade e afei??o especial por todos os cat?licos da China, que, entre agruras e desafios di?rios, continuam a acreditar, ter esperan?a e amar', disse.

O pont?fice tamb?m exortou os cat?licos chineses a 'sempre permanecerem unidos na comunh?o com a Igreja universal'.

A Constitui??o chinesa garante a liberdade religiosa, mas desde que o presidente Xi Jinping tomou posse, seis anos atr?s, o governo endureceu as restri??es a religi?es vistas como um desafio ? autoridade do governista Partido Comunista.

O governo vem reprimindo igrejas clandestinas, tanto protestantes quanto cat?licas, ao mesmo tempo em que procura melhorar a rela??o com o Vaticano.

A China vem seguindo uma diretriz que chama de 'siniciza??o' da religi?o, tentando extirpar influ?ncias estrangeiras e for?ar a obedi?ncia ao Partido Comunista.

As restri??es ? religi?o no pa?s despertaram preocupa??o especial nos Estados Unidos. Em mar?o, durante uma visita a Hong Kong, o embaixador dos EUA para a liberdade religiosa pediu a Pequim que acabe com a persegui??o religiosa.

No mesmo m?s, uma autoridade chinesa de alto escal?o acusou for?as ocidentais de tentarem usar o cristianismo para influencia a sociedade da China e at? 'subverter' o governo, alertando que os cat?licos chineses precisam seguir um modelo chin?s de religi?o.

O papa defendeu o acordo sobre a indica??o de bispos, dizendo que ele, e n?o Pequim, ter? a palavra final sobre quem ? escolhido.

(Reportagem adicional de Ben Blanchard em Pequim)