Paraguai e Brasil tornam sem efeito acordo sobre energia de Itaipu para tentar evitar impeachment de Abdo
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Por Lisandra Paraguassu
BRAS?LIA (Reuters) - Os governos de Paraguai e Brasil concordaram em tornar sem efeito o acordo sobre energia de Itaipu assinado em maio no qual os paraguaios haviam concordado com altera??es no tratado que trariam um custo maior para a energia daquele pa?s.
O embaixador do Brasil no Paraguai, Carlos Alberto Simas Magalh?es, disse ? Reuters que, depois de uma negocia??o com o governo brasileiro feita atrav?s da embaixada, o novo chanceler paraguaio, Antonio Rivas Pal?cios, registrou em ata a decis?o de tornar inv?lido o acordo.
O documento, tornado p?blico pelo Itamaray no final da tarde desta quinta-feira registra a reuni?o entre a chancelaria paraguaia e o embaixador e a decis?o do Paraguai de denunciar o acordo.
'A alta parte contratante paraguaia comunicou sua decis?o unilateral e soberana de deixar sem efeito a ata bilateral de 24 de maio de 2019', diz o documento.
A decis?o, apesar de ter sido colocada como unilateral, foi negociada antes com o governo brasileiro.
'Tudo foi feito em acordo com o governo brasileiro', disse o embaixador.
Uma reuni?o entre as chancelarias estava marcada para a sexta pela manh?, em Bras?lia, para negociar a den?ncia --ou rescis?o-- do acordo. Inicialmente resistente, o governo brasileiro foi cedendo ? press?o paraguaia pelo evidente risco de impeachment do presidente Mario Abdo, j? que os processos paraguaios s?o feitos rapidamente.
A negocia??o ent?o foi feita diretamente em Assun??o, pelo embaixador Simas, com aval do governo brasileiro, para resolver rapidamente o caso. A reuni?o em Bras?lia foi cancelada.
A ata diz ainda que uma nova negocia??o entre as partes t?cnicas dos dois pa?ses se iniciar? e que 'as altas partes contratantes coincidiram em que a falta de acordo sobre o cronograma de pot?ncia a ser contratada de Itaip? afeta negativamente o faturamento dos servi?os de eletricidade da entidade binacional'. Al?m disso, destaca a necessidade que uma solu??o seja encontrada a curto prazo.
Em nota, o Itamaraty destacou que a den?ncia de acordos ? uma 'faculdade inerente dos Estados soberanos' e ressaltou que os dois pa?ses mant?m 'excelentes rela??es bilaterais' e compartilham vis?es e objetivos estrat?gicos'.
? tarde, Bolsonaro confirmou a suspens?o do acordo e disse que as negocia??es ir?o recome?ar, mas s?o secretas.
'N?s queremos um bom contrato com o Paraguai, um bom acordo com o Paraguai, e estamos trabalhando nesse sentido', disse o presidente.
Um dos objetivos do governo brasileiro com a den?ncia do acordo foi evitar o risco iminente do impeachment de Abdo, a quem Bolsonaro v? como um dos seus principais aliados na regi?o.
Partidos de oposi??o, ajudados por um grupo dissidente do partido Colorado, do pr?prio presidente, se preparavam para apresentar o pedido de abertura de um processo de impedimento contra Abdo por conta do acordo que, segundo parlamentares paraguaios, aumentaria em 200 milh?es de d?lares o custo da energia para a estatal paraguaia da ?rea.
Com a den?ncia do acordo, os parlamentares paraguaios recuaram da amea?a de pedir o impeachment do presidente Mario Abdo depois que Brasil e Paraguai
Escrito por Redação
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