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BC pedirá ao Congresso carta branca para compra direta de crédito, nos moldes do Fed

BC pedirá ao Congresso carta branca para compra direta de crédito, nos moldes do Fed

Reuters

27/03/2020

Placeholder - loading - Roberto Campos Neto em entrevista no Banco Central, em Brasília 9/1/2020 REUTERS/Adriano Machado
Roberto Campos Neto em entrevista no Banco Central, em Brasília 9/1/2020 REUTERS/Adriano Machado

Atualizada em  27/03/2020

Por Marcela Ayres e Jamie McGeever

BRAS?LIA (Reuters) - O governo ir? propor ao Congresso uma Proposta de Emenda ? Constitui??o (PEC) que autoriza o Banco Central a comprar diretamente cr?dito em cen?rios de crise, afirmou o presidente do BC, Roberto Campos Neto, o que aumentar? exponencialmente o poder de fogo da autarquia para estabilizar o mercado frente aos desafios econ?micos com o coronav?rus.

Pela legisla??o vigente, o BC n?o pode comprar ativos financeiros, p?blicos ou privados, no ?mbito dos mercados financeiro e de capitais.

De acordo com minuta da PEC vista pela Reuters, a ideia ? que o BC ganhe esse aval, ficando tamb?m autorizado a adquirir t?tulos do Tesouro no mercado local ou internacional.

Caso ganhe carta branca dos parlamentares para tanto, a autoridade monet?ria poder? se alinhar a outros pa?ses no mundo, que est?o anunciando programas vultosos para apoiar o cr?dito a fam?lias, pequenas empresas e grandes empregadores.

Em coletiva de imprensa no Pal?cio do Planalto nesta sexta-feira, Campos Neto argumentou que a iniciativa ? 'muito potente' para estabilizar o mercado de cr?dito onde as institui??es financeiras 'n?o chegam'.

'Essa ? uma medida que tem largo alcance, o balan?o do Banco Central ? enorme, tem mais de 1,5 trilh?o (de reais). Ent?o essa ? uma medida muito importante para estabilizar o cr?dito', afirmou ele.

'? uma medida que s? vai poder ser acionada em cen?rios de crise, como o que n?s estamos vivendo hoje. A ideia n?o ? que o Banco Central tenha sempre essa autonomia', completou.

Na minuta da PEC, o governo argumenta que a iniciativa busca a normaliza??o da liquidez nos diferentes segmentos dos mercados financeiro e de capitais, 'notadamente no mercado de t?tulos, que ? uma refer?ncia importante de taxa de juros para a economia brasileira'.

A avalia??o ? que, por conta da turbul?ncia nos mercados pelo surto do coronav?rus, houve disfun??es dessa propaga??o nos mercados de t?tulos de d?vida p?blica e corporativa.

'Considerando a grave situa??o de desequil?brio econ?mico e financeiro que a dissemina??o do Covid-19 entre a popula??o brasileira pode produzir, trazendo preju?zos profundos e duradouros para o desenvolvimento econ?mico e social do pa?s, prop?e-se a amplia??o dos instrumentos de atua??o do Banco Central para municiar a autoridade monet?ria dos instrumentos necess?rios para enfrentamento da quest?o', traz o texto.

Em movimento que injetou ?nimo aos mercados globais nesta semana, o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, anunciou a??es hist?ricas nesse sentido, incluindo compra de b?nus corporativos e financiamentos diretos a empresas.

Sob os novos programas, o Fed tamb?m conceder? empr?stimos para estudantes, empr?stimos com cart?o de cr?dito e empr?stimos garantidos pelo governo dos EUA a pequenas empresas. Adicionalmente, comprar? t?tulos de empregadores maiores e far? empr?stimos a eles.

Nesta sexta-feira, Campos Neto afirmou que a medida que est? em elabora??o permitir? que o BC atue como o Fed.

'Hoje em dia o Banco Central brasileiro n?o tem essa capacidade, o m?ximo que ele pode fazer ? injetar liquidez no sistema. Obviamente, numa situa??o conturbada como a que n?s estamos, nem sempre a liquidez chega na ponta final', afirmou.

Ainda na v?spera, o presidente do BC havia dito em coletiva de imprensa que a autoridade monet?ria n?o tinha ferramentas para a compra direta de d?vidas de empresas e que, por isso, o canal de interven??o e atua??o era sempre via sistema banc?rio.

Reuters

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