PERFIL-Em seu 7º partido, Alvaro Dias quer romper com a política tradicional e 'refundar' República
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Por Eduardo Sim?es
S?O PAULO (Reuters) - O senador Alvaro Dias (Podemos-PR) ? um veterano da pol?tica, come?ou na vida p?blica em 1969 e quer, na elei??o de outubro deste ano, comemorar os 50 anos de carreira pol?tica em 2019 vestindo a faixa presidencial com a promessa de 'refundar' a Rep?blica e romper com o modelo pol?tico atual, que ele classifica como um balc?o de neg?cios.
Dias, de 73 anos, ? formado em Hist?ria e come?ou na pol?tica como vereador na cidade de Londrina, no norte do Paran?, depois de ser apresentador em programas de audit?rio de r?dio e autor de radionovelas de sucesso no interior do Paran?.
Atualmente no Podemos, antigo PTN, Dias est? no s?timo partido de sua carreira pol?tico. Come?ou no MDB, quando o partido representava a oposi??o ao regime militar que governou o pa?s entre 1964 e 1985. Passou tamb?m pelo extinto PST e por PP, PSDB, PDT e PV. Al?m de vereador e senador, foi deputado estadual, deputado federal e governador.
Com toda esse curr?culo pol?tico, apresenta-se no pleito eleitoral deste ano como a ruptura ao modelo atual da pol?tica. Em maio deste ano, durante sabatina realizada pelo jornal Folha de S.Paulo, pelo SBT e pelo portal UOL, recorreu a uma passagem b?blica para explicar esta aparente contradi??o.
'Eu conhe?o esse monstro nas suas entranhas e n?o gostei de conviver com ele. Ali?s, no Velho Testamento, Jonas tamb?m n?o gostou de morar na barriga da baleia', disse, em refer?ncia ? passagem b?blica sobre um profeta que chegou a ser engolido por uma baleia ap?s desobedecer uma ordem de Deus, arrependendo-se depois e sendo salvo por Deus das entranhas do animal.
Dias costuma orgulhar-se de sua passagem ? frente do governo do Paran?, entre 1987 e 1991 e coloca sua gest?o, bem avaliada de acordo com o Datafolha, como exemplo do que pode fazer caso chegue ao Pal?cio do Planalto em janeiro do ano que vem.
O parlamentar evita r?tulos ideol?gicos, n?o afirma ser nem de direita, nem de centro-esquerda, nem de centro-direita. Em entrevista ? Reuters em abril disse que ? ?para frente que se caminha?.
?Sou do chamado centro democr?tico progressista?, disse o senador na ocasi?o em seu gabinete no Congresso.
Dias marcou sua atua??o parlamentar por uma postura combativa em comiss?es parlamentares de inqu?rito que investigam esc?ndalos e por uma ret?rica dura em den?ncias de irregularidades no setor p?blico.
Foi presidente da CPI do Futebol entre 2000 e 2001, quando ganhou notoriedade em meio ?s acusa??es de irregularidades na Confedera??o Brasileira de Futebol (CBF). Em 2001 foi expulso do PSDB por ter assinado requerimento de cria??o de CPI que investigaria irregularidades no governo Fernando Henrique Cardoso.
Na ocasi?o, foi com o irm?o e ? ?poca tamb?m senador Osmar Dias, que deixara o PSDB por ter assinado o requerimento, para o PDT. Em 2003, Alvaro Dias retornou ao ninho tucano, enquanto seu irm?o permaneceu no PDT.
Dias tamb?m tornou-se cr?tico feroz dos governos petistas, especialmente em momentos em que enfrentavam den?ncias de corrup??o.
AJUDA DO AL?M
O discurso da ?tica, que Dias trouxe para sua segunda tentativa de chegar ao Planalto --tentou sem sucesso ser o candidato do PMDB em 1989 perdendo a candidatura para Ulysses Guimar?es--, no entanto, n?o o eximiu de ver seu nome envolvido em esc?ndalos.
Em 2009, o parlamentar foi um dos senadores envolvidos no epis?dio que ficou conhecido como 'farra das passagens'. Ele usou sua cota parlamentar de passagens a?reas para que familiares viajassem ao exterior. Na ocasi?o, ele negou qualquer irregularidade, disse que se tratou de uma compensa??o de despesas, pois em alguns casos precisou pagar do pr?prio bolso passagens para viagens a trabalho.
Mais recentemente, Dias, que ? um defensor ferrenho da opera??o Lava Jato, foi citado por um dos delatores da opera??o. O caso, no entanto, foi posteriormente arquivado pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal.
Dias, cujo atual mandato no Senado termina apenas em 2023, insistiu frequentemente que sua candidatura ao Planalto era irrevers?vel e afastou a possibilidade de se aliar novamente ao PSDB, legenda que ele afirma ser um 'sustent?culo' do modelo pol?tico que ele quer combater.
Agora com a candidatura confirmada, o senador poder?, quem sabe, contar ainda com uma ajuda sobrenatural para chegar ao Planalto no 50? anivers?rio de sua entrada na pol?tica, j? que, no ano passado, um vidente paranaense famoso por aparecer em programas populares de TV o apontou como pr?ximo presidente da Rep?blica. Ap?s a previs?o, o vidente foi recebido pelo senador e gravou um v?deo com ele.
Escrito por Redação
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