PESQUISA-Economias de Brasil e México enfrentam déficits imensos devido a choque do coronavírus
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Por Gabriel Burin
BUENOS AIRES (Reuters) - As maiores economias da Am?rica Latina, o Brasil e o M?xico, provavelmente enfrentar?o aumento do d?ficit este ano dado que os governos s?o for?ados a combater recess?es provocadas pela pandemia de coronav?rus, mostrou uma pesquisa da Reuters.
Mas qualquer reca?da na frouxid?o fiscal no longo prazo pode amea?ar a recupera??o futura, adicionando um novo risco ?s preocupa??es existentes sobre as atitudes do presidente Jair Bolsonaro e seu colega mexicano, Andr?s Manuel L?pez Obrador, em rela??o ? emerg?ncia global.
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil recuar? 2,5% em 2020, de acordo com a mediana das estimativas em uma pesquisa realizada com 45 analistas entre 13 e 21 de abril, afundando novamente a maior economia da Am?rica Latina em recess?o ap?s tr?s anos de crescimento fraco.
A vis?o pessimista, um rebaixamento ante uma previs?o de expans?o marginal de apenas 0,3% em uma pesquisa preliminar no m?s passado, agora est? associada a temores emergentes sobre o 'Or?amento de guerra' de Bolsonaro contra o v?rus.
Maiores gastos e menores receitas resultantes da crise reverteriam anos de austeridade e fariam o d?ficit prim?rio do Brasil subir para 6,0% do PIB, elevando a d?vida bruta a um recorde de 85% at? o final de 2020, de acordo com as respostas dos analistas a uma pergunta separada.
Autoridades dizem que essas m?tricas extremas ainda s?o administr?veis, ??e uma maioria de 10 economistas entre 15 na pesquisa concordou em princ?pio, afirmando que medidas de emerg?ncia fiscal, combinadas com cortes na taxa de juros pelo banco central, devem impulsionar o crescimento em 2021.
No entanto, 12 de 14 analistas que responderam a uma pergunta diferente viram riscos para a economia se o pa?s n?o for capaz de mostrar claramente como vai restabelecer a austeridade quando o pior do epis?dio do coronav?rus terminar.
'Precisamos entender por quanto tempo haver? pausa nas reformas que estavam levando os mercados a precificar mudan?as estruturais positivas e qual ser? o desvio nos gastos', disse Rafael Silotto, gerente de portf?lio da Brasilprev.
A mais recente recess?o do Brasil, atualmente em seu primeiro e pior trimestre, com uma perda estimada de 5,7% do PIB no per?odo, deve elevar a taxa de desemprego para 13,1% no final do ano, de 11,6% em fevereiro.
No entanto, se o cen?rio b?sico se realizar, seria mais brando do que a contra??o de 2015 e 2016, quando o Brasil enfrentou a mais profunda crise econ?mica de uma gera??o em meio a turbul?ncias pol?ticas dom?sticas.
As tens?es relacionadas ao tratamento geral da pandemia s?o outra fonte de ansiedade, pois Bolsonaro entra em conflito com poderosos governadores estaduais sobre seus planos de reabrir a economia rapidamente, minimizando a doen?a que ele chama de 'gripezinha'.
M?XICO
Assim como Bolsonaro, L?pez Obrador, presidente do M?xico, tamb?m foi alvo de cr?ticas por minimizar a pandemia, ap?s suas sugest?es iniciais no m?s passado de que as pessoas deveriam continuar indo a restaurantes e gastando dinheiro para manter a economia em movimento.
Como no Brasil, as contas p?blicas do M?xico est?o em uma condi??o delicada. O d?ficit prim?rio dever? subir para 2,5% do PIB este ano, ante super?vit de 1,4% em 2019, enquanto a d?vida bruta est? prevista em 54% do PIB, cerca de 9 pontos percentuais a mais.
L?pez Obrador 'tem uma corda bamba dif?cil de andar', disse Christian Lawrence, estrategista de mercado do Rabobank. 'O est?mulo ? necess?rio, mas n?o pode ser oferecido sem arriscar o rating de grau de investimento do M?xico.'
Enquanto alguns dizem que o M?xico est? entrando em sua maior recess?o desde a chamada 'crise da tequila' do in?cio dos anos 1990, ou pior, a pesquisa apontou para uma contra??o de 5,1%, um pouco menor do que a queda de 5,3% em 2009.
Escrito por Reuters
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