Petrobras eleva gasolina em 10% nas refinarias, na 2ª alta de maio
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Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras elevar? o pre?o m?dio da gasolina nas refinarias em 10% a partir de quinta-feira, na segunda alta do combust?vel f?ssil realizada neste m?s, na esteira de uma recupera??o recente dos pre?os internacionais do petr?leo, apontou a petroleira nesta quarta-feira.
Ainda assim, a gasolina da petroleira estatal --respons?vel por quase 100% da capacidade de refino do pa?s-- acumula queda de cerca de 40% neste ano, impactada por uma diminui??o dos pre?os do petr?leo e de seus derivados diante da propaga??o do novo coronav?rus, que reduziu a demanda global.
Em 7 de maio, a empresa havia elevado em 12% o pre?o m?dio da gasolina vendida ?s distribuidoras. Antes disso, o ?ltimo aumento de pre?os do combust?vel ocorreu em 20 de fevereiro.
Os pre?os do petr?leo Brent acumulam aumento de mais 15% neste m?s, reagindo a cortes de produ??o e a um relaxamento de medidas de isolamento social tomadas em fun??o da pandemia nos Estados Unidos e em alguns pa?ses da Europa.
Em contrapartida, a Petrobras decidiu manter o valor do diesel, o combust?vel mais consumido no pa?s e sens?vel para os caminhoneiros, uma categoria que costuma apoiar o presidente Jair Bolsonaro. No caso desse produto, a queda acumulada nas refinarias no ano ? de 44%.
PARIDADE DE IMPORTA??O
Chefe da ?rea de ?leo e g?s da consultoria INTL FCStone, Thadeu Silva afirmou que tanto a gasolina quanto o diesel da petroleira permanecem com defasagem em rela??o ao valor internacional.
Segundo ele, o aumento da gasolina foi de 0,1097 real por litro, quando teria de ser de pelo menos 0,20 real por litro para que estivesse em linha com o mercado internacional. J? o diesel estaria com uma defasagem de 0,10 real por litro.
'Ou seja, a conta para a importa??o de gasolina continua muito complexa e o setor sucroalcooleiro pode continuar reclamando', afirmou o especialista.
O recuo dos pre?os da gasolina neste ano reduziu a competitividade do etanol hidratado, seu concorrente nas bombas. Recentemente, o presidente Jair Bolsonaro barrou um pedido do segmento sucroenerg?tico para um aumento da Cide no combust?vel f?ssil.
A pol?tica de pre?os da Petrobras busca seguir valores de paridade de importa??o, que leva em conta pre?os no mercado internacional mais os custos de importadores, como transporte e taxas portu?rias, com impacto tamb?m do c?mbio. No entanto, a empresa tem evitado repassar volatilidade ao mercado interno.
A Associa??o Brasileira dos Importadores de Combust?veis (Abicom) estima que as defasagens, ap?s o reajuste de hoje, estejam em 0,25 real por litro no caso do diesel e em 0,15 real por litro, na gasolina, o que dificulta a importa??o dos combust?veis por outros agentes.
Em relat?rio a clientes nesta quarta-feira, o banco UBS alertou para o risco de inger?ncias pol?ticas na estrat?gia de pre?os da Petrobras, ap?s o presidente Jair Bolsonaro ter comentado publicamente sobre a ?ltima alta anunciada na gasolina.
'J? vimos coment?rios semelhantes e os investidores sabem o custo que isso pode causar ? empresa', disse o relat?rio do UBS, referindo-se a governos anteriores, que fizeram a Petrobras subsidiar combust?veis, causando bilh?es de d?lares de preju?zos ? estatal.
No entanto, o UBS ressaltou acreditar 'que a administra??o da Petrobras tem feito um excelente trabalho mantendo os pre?os dom?sticos de combust?veis alinhados com a paridade internacional na maioria das vezes'.
Antes do reajuste anunciado nesta quarta-feira, o UBS calculava uma defasagem de 14% para gasolina.
O repasse de ajustes em valores da gasolina cobrados nas refinarias aos consumidores finais, nos postos, n?o ? imediato e depende de uma s?rie de quest?es, como margem da distribui??o e revenda, impostos e adi??o obrigat?ria de etanol anidro.
Procurada, a Petrobras reafirmou que os pre?os de venda de gasolina e diesel ?s distribuidoras t?m como refer?ncia o pre?o de paridade de importa??o.
A empresa reiterou ainda que o pre?o de paridade de importa??o n?o ? um valor absoluto, ?nico e percebido da mesma maneira por todos os agentes.
'Os reais valores de importa??o variam de agente para agente, dependendo de caracter?sticas, como, por exemplo, as rela??es comerciais no mercado internacional e dom?stico, o acesso ? infraestrutura log?stica e a escala de atua??o', afirmou.
A petroleira disse ainda que as importa??es de gasolina e diesel por empresas concorrentes continuaram ocorrendo entre abril e maio, 'o que evidencia a viabilidade econ?mica das importa??es realizadas por agentes eficientes de mercado'.
Escrito por Reuters
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