Petrobras eleva preço médio da gasolina em 12%; alta em maio soma 38%
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Por Marta Nogueira e Roberto Samora
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras aumentar? os pre?os m?dios da gasolina em suas refinarias em 12% a partir de quinta-feira, na terceira alta em maio, com um avan?o acumulado de cerca de 38% neste m?s, na esteira de uma recupera??o recente das cota??es do petr?leo e seus derivados no mercado externo.
As demais eleva??es da gasolina da petroleira estatal vendida ?s distribuidoras neste m?s ocorreram nos dias 7 e 14, de 12% e 10%, respectivamente.
Os reajustes na gasolina ocorrem ap?s o pre?o do petr?leo Brent, refer?ncia internacional, ter avan?ado tamb?m cerca de 40% em maio, reagindo a cortes de produ??o de grandes produtores e a um relaxamento de medidas de isolamento contra o coronav?rus em pa?ses da Europa e nos Estados Unidos.
Ainda assim, os valores da gasolina da Petrobras neste ano ainda acumulam queda de 34%, depois do mercado de petr?leo ter sofrido fortemente com uma desacelera??o da economia global, diante de impactos da pandemia. O recuo acumulado do Brent neste ano ? de aproximadamente 47%.
A alta da gasolina pode ser encarada como uma boa not?cia para a ind?stria de etanol no Brasil, mas o presidente da Uni?o da Ind?stria de Cana-de-a??car (Unica), Evandro Gussi, pondera que o setor tamb?m tem sido afetado por uma queda de pre?os e de demanda no mercado interno.
Ele lembrou que o etanol hidratado era cotado na usina de S?o Paulo acima de 2 reais por litro antes das medidas de combate ao coronav?rus, e agora est? em torno de 1,40 real.
'(Etanol) abaixo de 1,81 real ? preju?zo', disse, ressalvando que esse valor considera uma usina eficiente.
Diante dessa situa??o, ele falou que o setor mant?m pedido ao governo de financiamento para capital de giro com garantia na estocagem de etanol, ap?s o presidente Jair Bolsonaro ter negado uma reivindica??o para aumentar a Cide na gasolina, o que poderia elevar a competitividade do combust?vel renov?vel.
A estocagem de etanol permitiria que o setor postergasse vendas de etanol, o que sustentaria mais os pre?os, concentrando-se no a??car, que tem tido melhor desempenho por ser um produto majoritariamente de exporta??o do segmento, que conta com um c?mbio favor?vel para vendas externas.
Segundo c?lculos da Associa??o Brasileira de Importadores de Combust?veis (Abicom), haveria espa?o para a gasolina vendida pela Petrobras estar mais valorizada, considerando a paridade de importa??o, o que viabilizaria mais neg?cios com o produto importado e at? um valor mais favor?vel ?s usinas de cana.
Para a Abicom, a defasagem da gasolina na compara??o com o mercado externo ? de 0,24 real por litro, enquanto no caso do diesel ? de 0,26 real por litro, ap?s a Petrobras ter mantido est?vel o valor deste ?ltimo combust?vel.
'Com o fim do isolamento em algumas cidades o consumo dos combust?veis est? gradualmente aumentando, e com isto estamos verificando aumentos sucessivos nas cota??es internacionais', disse o presidente da Abicom, S?rgio Ara?jo.
'A Petrobras est? acompanhando as varia??es, por?m para alcan?ar a paridade compromissada no TCC assinado em 2019 (com o Cade), deveria aumentar seus pre?os do diesel e da gasolina em aproximadamente 18%.'
DIESEL
A manuten??o foi definida ap?s a companhia elevar na ter?a-feira em 8% o pre?o do diesel para as distribuidoras, na primeira alta aplicada ao combust?vel f?ssil pela petroleira neste ano.
No caso do diesel --um produto sens?vel aos caminhoneiros, categoria que costuma apoiar o presidente da Rep?blica Jair Bolsonaro-- a queda acumulada do pre?o da Petrobras no ano ? de cerca de 40%.
O repasse dos reajustes nas refinarias at? os consumidores finais, nos postos, n?o ? imediato e depende de uma s?rie de quest?es, como margem da distribui??o e revenda, impostos e adi??o obrigat?ria de biocombust?veis.
A estatal tem uma pol?tica de pre?os que busca seguir valores de paridade de importa??o, que leva em conta pre?os no mercado internacional mais os custos de importadores, como transporte e taxas portu?rias, com impacto tamb?m do c?mbio. No entanto, tem evitado repassar volatilidade ao mercado interno.
(Por Marta Nogueira e Roberto Samora)
Escrito por Reuters
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