Petrobras prevê vender fatia na Braskem até início de 2021
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Por Luciano Costa
S?O PAULO (Reuters) - A Petrobras pretende se desfazer de toda sua participa??o na petroqu?mica Braskem por meio de opera??o no mercado de capitais, reiterou nesta segunda-feira o presidente da petroleira estatal, Roberto Castello Branco, ao projetar que o neg?cio pode ocorrer at? o come?o do ano que vem.
'Acreditamos que seja vi?vel at? o final do ano, se n?o, no in?cio do ano que vem, vender essa participa??o', disse o executivo, ao participar de transmiss?o ao vivo da Genial Investimentos.
O caminho para viabilizar o desinvestimento passa pela migra??o da Braskem ao Novo Mercado da bolsa B3, com convers?o de todas a??es da empresa em ordin?rias, o que j? ? alvo de conversas entre a Petrobras e a Odebrecht, s?cia da estatal na petroqu?mica e detentora de 50,1% da a??es com direito a voto.
'N?o h? sentido nenhum em a Petrobras ser s?cia da Braskem. Primeiro, a Petrobras n?o ? fundo de investimento. N?s n?o operamos a Braskem, temos apenas participa??o acion?ria', apontou Castello, ao justificar o desinvestimento.
A petroleira tem buscado nos ?ltimos anos vender diversos ativos para reduzir d?vidas e focar a atua??o na explora??o e produ??o em ?guas profundas e ultraprofundas.
REVIS?O DE PORTF?LIO
Agora, em meio aos impactos da pandemia de coronav?rus, que reduziu brutalmente a demanda por combust?veis, derrubando os pre?os do petr?leo no mercado internacional, a Petrobras tamb?m passou a conduzir uma reavalia??o de sua carteira de projetos.
'Estamos fazendo uma revis?o completa do portf?lio de projetos, uma esp?cie de 'stress-test'. Para ver quais podem ser executados, outros que podem ser, mas depender?o de reestrutura??o, e aqueles que v?o ser postergados ou at? cancelados definitivamente', explicou Castello.
Esse trabalho envolve uma avalia??o do risco e retorno dos projetos e dos investimentos necess?rios, de forma que a companhia possa financi?-los sem se alavancar 'demasiadamente' como no passado, acrescentou o executivo.
Ele destacou, no entanto, que o campo de B?zios, no pr?-sal, o qual a companhia prev? investir bilh?es de d?lares nos pr?ximos anos, n?o deve ser afetado por essas revis?es.
'Esse ativo ? resistente a pre?os muito baixos, ? o que se chama de ativo de classe mundial. Grandes reservas, baixo risco, custo de extra??o pr?ximo a 3 d?lares/barril... e ? o maior campo de petr?leo offshore j? descoberto no mundo. Esse certamente vale a pena, minha expectativa ? de que ele vai passar pelo 'stress-test' facilmente'.
A empresa registrou no primeiro trimestre um hist?rico preju?zo l?quido de 48,5 bilh?es de reais, ap?s grande baixa cont?bil devido a uma revis?o das premissas de longo prazo para o petr?leo Brent.
INTERVEN??ES
Ao comentar poss?veis consequ?ncias da atual pandemia do novo coronav?rus, o presidente da Petrobras destacou que uma recess?o profunda decorrente da doen?a e de medidas de isolamento adotadas para combat?-la poderiam gerar importantes mudan?as pol?ticas.
Segundo ele, um movimento como esse 'favorece grupos pol?ticos estatistas', que defendem maior interven??o do Estado na economia.
Castello Branco, formado pela Universidade de Chicago, define-se como de pensamento econ?mico amplamente liberal, assim como o ministro da Economia, Paulo Guedes, que passou pela mesma escola norte-americana.
'As pessoas, diante da crise, querem que um grande pai as ajude, e a? ? importante a sociedade n?o ceder ? tenta??o do populismo', afirmou.
A fala do executivo vem em momento em que analistas mant?m alguma preocupa??o quanto a impactos da crise econ?mica sobre as pol?ticas da Petrobras para precifica??o de combust?veis.
Em 13 de maio, ap?s o presidente Jair Bolsonaro ter criticado um aumento de 12% na gasolina pela estatal, analistas do UBS classificaram a pol?tica de pre?os como 'principal risco' para a companhia.
'N?s vimos coment?rios similares antes (de Bolsonaro) e investidores sabem o custo que isso pode causar para a companhia', escreveram em relat?rio.
Durante a transmiss?o ao vivo, o presidente da Petrobras n?o foi questionado sobre a recente fala de Bolsonaro ou sobre press?es em sua pol?tica de pre?os.
Mas ele defendeu que, antes dos aumentos mais recentes, a companhia vinha reduzindo fortemente os pre?os nas refinarias diante da queda do petr?leo no mercado internacional, em movimento que n?o foi acompanhado pelos postos.
'Com rela??o aos postos de gasolina, n?o h? nada que a Petrobras possa fazer... est? fora do nosso escopo, n?o somos ag?ncia de regula??o. Isso ? papel do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econ?mica), a Petrobras ? s? uma empresa', disse.
Depois do ciclo de redu??es de pre?o, a Petrobras anunciou tr?s reajustes seguidos para a gasolina, com alta de 38% apenas em maio. A companhia tamb?m anunciou a primeira alta do ano para o diesel, de 8%.
Escrito por Reuters
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