Petrobras reduz gasolina em 3% na semana após queda do dólar com eleições

Por Marta Nogueira

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras reduzir? o pre?o m?dio da gasolina em suas refinarias em 0,93 por cento, a partir de sexta-feira, completando tr?s cortes nesta semana at? agora, principalmente devido ? desvaloriza??o do d?lar frente ao real, segundo analistas ouvidos pela Reuters.

Os pre?os da gasolina da Petrobras nas refinarias, que apresentaram recuo de 3 por cento na semana, s?o ajustados de acordo com indicadores mercado, tendo como par?metros principalmente o d?lar e o pre?o do petr?leo no mercado internacional.

O d?lar avan?ou 0,41 por cento, fechando a 3,7788 reais na venda nesta quinta-feira. Mas na semana acumulou queda de 2,03 por cento, depois que o candidato ? Presid?ncia Jair Bolsonaro, que tem tido amplo apoio do mercado, ficou em primeiro lugar no primeiro turno das elei??es no domingo.

'O peso maior foi por causa do c?mbio, por causa das elei??es... As duas primeiras quedas (no pre?o da Petrobras) est?o ligadas ? varia??o do c?mbio, a ?ltima foi tamb?m por uma queda mais forte do petr?leo', disse o gerente de Trading do Grupo Delta Energia Bruno Cestaro.

Os pre?os do petr?leo despencaram 3 por cento para m?nimas em mais de duas semanas nesta quinta-feira, acompanhando a queda dos mercados acion?rios, e com o sentimento baixista dos investidores se acentuando com um aumento maior do que o esperado dos estoques de petr?leo dos Estados Unidos.

O valor m?dio da gasolina nas refinarias da Petrobras ser? ajustado para 2,1490 reais por litro na sexta-feira, ante 2,1691 reais por litro nesta quinta-feira.

As quedas ocorreram depois que a petroleira manteve o pre?o m?dio est?vel por 11 dias nas refinarias at? a ?ltima segunda-feira.

'Acredito que agora, com o c?mbio dando uma estabilizada, como j? ficou um pouco mais est?vel nos ?ltimos dois dias, e o petr?leo tamb?m (se mantendo), acho que ela (Petrobras) vai fazer reajustes mais espa?ados', completou Cestaro.

S?cio-diretor da Raion Consultoria, Eduardo Oliveira de Melo tamb?m ressaltou uma 'euforia' do mercado ap?s o resultado do primeiro turno.

'As bolsas tiveram resultado positivo e o d?lar teve uma redu??o. Ent?o ? um resultado pol?tico em cima da cota??o do c?mbio, que tamb?m influencia para o pre?o da gasolina, que obedece tanto o c?mbio quanto o mercado internacional do petr?leo', disse Melo.

Al?m disso, Melo pontuou que quest?es geopol?ticas e de demanda contribu?ram com uma queda importante do barril do petr?leo.

A atual pol?tica de pre?os da Petrobras busca manter a paridade de pre?o internacional em busca de rentabilidade.

Mas, para reduzir a volatilidade, a empresa adotou recentemente um instrumento de hedge, que permite segurar poss?veis reajustes por at? 15 dias.

A op??o de adotar mecanismo de hedge, calcada em contratos futuros do combust?vel nos EUA, completou um m?s no ?ltimo s?bado e permitiu um recuo importante da volatilidade nos pre?os das refinarias.

O repasse dos movimentos dos pre?os da gasolina nas refinarias ?s bombas depende de diversas quest?es, como da rede de distribui??o e revenda, al?m de impostos e de uma mistura obrigat?ria de etanol anidro.

Na semana passada, o pre?o m?dio da gasolina nos postos do Brasil atingiu recorde nominal de 4,7 reais por litro, o que representou uma alta de 0,09 por cento ante a semana anterior, segundo informou a reguladora ANP.

No caso do diesel, a Petrobras mant?m os pre?os congelados em 2,3606 reais por litro, devido a ades?o ao programa de subven??o ao combust?vel, lan?ado em junho, pelo governo federal. Por meio dele, a as empresas praticam pre?os estipulados pelo governo, podendo ser ressarcidas em at? 0,30 real por litro, dependendo do mercado.

(Por Marta Nogueira)