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Petrobras reduz gastos para enfrentar tempos 'sem precedentes', diz CEO

Placeholder - loading - CEO da Petrobras, Roberto Castello Branco  08/05/2019 REUTERS/Sergio Moraes
CEO da Petrobras, Roberto Castello Branco 08/05/2019 REUTERS/Sergio Moraes

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Por Marta Nogueira e Luciano Costa

RIO DE JANEIRO/S?O PAULO (Reuters) - A Petrobras reduziu investimentos previstos para 2020, cortou gastos operacionais e adiou pagamento de dividendos, entre as diversas medidas para enfrentar o que o presidente da estatal acredita que possa ser o pior momento dos ?ltimos 100 anos para a ind?stria de petr?leo.

Em an?ncio nesta quinta-feira, a empresa informou aporte de 8,5 bilh?es de d?lares para este ano, contra 12 bilh?es previstos anteriormente, com a posterga??o de atividades explorat?rias, da interliga??o de po?os e da constru??o de instala??es de produ??o e refino.

A empresa tamb?m decidiu reduzir a produ??o de petr?leo em 100 mil barris por dia (bpd) at? o fim de mar?o, tornando-se a primeira grande empresa estatal de petr?leo a anunciar uma redu??o significativa na produ??o em resposta ? pandemia do novo coronav?rus.

As medidas ocorrem diante de um recuo de 60% no pre?o de refer?ncia do petr?leo Brent neste ano at? o momento, como reflexo de uma queda da demanda devido ao combate ao v?rus e de uma guerra de pre?os travada entre as gigantes produtoras Ar?bia Saudita e R?ssia.

'Minha percep??o ? que n?s estamos vivendo um tempo sem precedentes... talvez a pior crise sofrida pela ind?stria de petr?leo dos ?ltimos 100 anos', disse o CEO da Petrobras, Roberto Castello Branco, em uma videoconfer?ncia com analistas transmitida online.

'Come?amos a nos preparar para viver com pre?o de petr?leo t?o baixo quanto 25 d?lares por barril', complementou, ressaltando que o objetivo anterior da empresa era estar apta a atuar com pre?os a 40 d?lares por barril.

Outras gigantes do petr?leo, como Shell , Chevron, Total e Equinor tamb?m anunciaram cortes de investimentos em meio ao cen?rio.

AVALIA??O POSITIVA

A empresa desembolsou ainda duas novas linhas de cr?dito, que somam 3,5 bilh?es de reais, al?m dos cerca de 8 bilh?es de d?lares de linhas de cr?dito compromissadas que j? entraram no caixa, e realizou cortes operacionais e de recursos humanos.

Analistas de mercado receberam as iniciativas de forma positiva.

'Junto das medidas relacionadas a linhas de cr?dito, vemos a companhia numa situa??o ainda confort?vel em termos de liquidez', afirmaram analistas do BTG Pactual em nota a clientes.

'A mensagem que fica ? que a companhia est? numa s?lida posi??o para enfrentar a crise, ao menos versus a maioria de seus pares.'

O Ita? BBA, por sua vez, ponderou que apesar do an?ncio da petroleira ser positivo e aliviar a press?o de liquidez a curto prazo, ele j? era esperado.

'O principal fator continuar? sendo a recupera??o dos pre?os do petr?leo; que atualmente permanece deprimido devido a um excesso de oferta e demanda por contrata??o', afirmou.

Apesar de todo o cen?rio, a Petrobras seguir? adiante com seu plano bilion?rio de desinvestimentos, que prev? levantar entre 20 bilh?es e 30 bilh?es de d?lares no per?odo 2020-2024, caso obtenha pre?os favor?veis por seus ativos.

Aos analistas, Castello Branco destacou n?o ter visto indica??o do mercado de que haja menos interesse pelos ativos da empresa, que busca focar em ativos mais rent?veis, essencialmente de explora??o e produ??o em ?guas profundas, enquanto luta para reduzir sua d?vida.

DEMAIS MEDIDAS

No caso de gastos operacionais, houve corte adicional de 2 bilh?es de d?lares, com a hiberna??o de plataformas em opera??o em campos de ?guas rasas, que t?m custo de extra??o mais elevado e passaram a ter fluxo de caixa negativo com a queda dos pre?os do petr?leo.

'A produ??o atual de ?leo desses campos ? de 23 mil bpd e os desinvestimentos nesses ativos continuam em andamento', afirmou a empresa mais cedo, em comunicado.

As medidas tamb?m incluem menores gastos com interven??es e po?os, otimiza??o da log?stica de produ??o e posterga??o de novas contrata??es relevantes pelo prazo de 90 dias.

Na ?rea de recursos humanos, em que prev? postergar e reduzir gastos no total de 2,4 bilh?es de reais, a Petrobras disse que ir? adiar o pagamento de programa de pr?mio por performance em 2019 e o pagamento de horas-extras.

A companhia tamb?m vai adiar recolhimento de FGTS e de gratifica??o de f?rias, conforme previsto na medida provis?ria 927 de 2020.

Presidente, diretores, gerentes executivos e gerentes gerais ter?o posterga??o do pagamento de 30% da remunera??o mensal.

Processos de avan?o de n?vel e promo??o para empregados est?o tamb?m cancelados.

A Petrobras tamb?m ir? reduzir em 50% o n?mero de empregados em sobreaviso parcial pelos pr?ximos tr?s meses, al?m de suspender temporariamente todos treinamentos.

Em paralelo, a Petrobras tamb?m adiou para 15 de dezembro o pagamento de dividendos referentes a 2019 de 1,7 bilh?o de reais para detentores de a??es ordin?rias e 2,5 milh?es de reais para as a??es preferenciais.

(Reportagem adicional de Paula Laier, em S?o Paulo, e Gram Slattery, no Rio de Janeiro)

Escrito por Reuters

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