Petrobras tem margens de combustíveis apertadas após alta do petróleo, dizem analistas
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Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - Sem reajustar diesel e gasolina h? semanas, a Petrobras est? com margens apertadas e dever? elevar os valores cobrados nas refinarias nos pr?ximos dias, caso as altas dos pre?os no mercado internacional devido a tens?es no Oriente M?dio se mantenham, avaliaram especialistas.
A petroleira publicou na sexta-feira que decidir? 'oportunamente' sobre os pr?ximos ajustes, depois que um ataque ordenado pelos Estados Unidos matou o importante comandante militar iraniano Qassem Soleiman e impulsionou os pre?os no mercado externo.
O petr?leo Brent, refer?ncia internacional, fechou com alta de 3,6% na sexta-feira, a 68,60 d?lares por barril. Nesta segunda-feira, a cota??o chegou a ultrapassar o patamar dos 70 d?lares por barril, mas operava com alta de 0,15%, a 68,70 d?lares, no in?cio da tarde no Brasil.
Especialistas acreditam que ainda n?o h? clareza sobre as potenciais consequ?ncias desse ataque na produ??o de petr?leo global e, por isso, acreditam que um reajuste da Petrobras ainda poder? aguardar.
'A margem est? apertada sim', disse o presidente da Associa??o Brasileira dos Importadores de Combust?veis (Abicom), S?rgio Ara?jo, pontuando acreditar que a empresa permanecer? acompanhando o mercado, mas sem repassar volatilidades.
'Ainda n?o est? consolidada a rea??o do mercado. N?o foi um aumento t?o grande das cota??es, que poder?o ainda subir ou cair... por isso, eu acho que a Petrobras deve aguardar um ou dois dias para fazer seu reajuste.'
A pol?tica de pre?os da Petrobras para gasolina e diesel tem como base o pre?o de paridade de importa??o, formado pelas cota??es internacionais desses produtos mais os custos que importadores teriam, como transporte e taxas portu?rias.
No entanto, a empresa tem evitado repassar volatilidades externas ao mercado dom?stico, depois que uma greve de caminhoneiros eclodiu no ano passado, em meio ? pol?tica anterior de ajustes quase que di?rios nas cota??es da petroleira.
A Petrobras n?o revela seus c?lculos de paridade de importa??o.
Ara?jo ponderou, entretanto, que se as altas se mantiverem cont?nuas, a empresa eventualmente ter? que elevar pre?os. Para ele, a petroleira precisa manter sua posi??o de independ?ncia em rela??o ao governo, para que possa seguir com seu programa de venda de ativos e melhorar sua sa?de financeira.
DEFASAGENS
A petroleira n?o reajusta o diesel desde 21 de dezembro. Nos c?lculos da Abicom, 'com a eleva??o do pre?o no mercado internacional (+R$0,04/L desde o ?ltimo reajuste) e fixa??o nos pre?os dom?sticos, as opera??es de importa??o seguem inviabilizadas, com defasagens variando entre -R$0,13/L a -R$0,02/L'.
J? a gasolina est? com os pre?os mantidos desde 1? de dezembro. Segundo a Abicom, desde o ?ltimo reajuste, o pre?o do produto no mercado internacional teve queda de R$0,05/L, abrindo oportunidades para importa??o para Santos e Aratu. O diferencial atual varia entre -R$0,09/L a +R$0,02/L, a depender da regi?o.
A consultoria INTL FCStone, por sua vez, informou em relat?rio a clientes que a defasagem no diesel no mercado dom?stico em rela??o ao externo no momento est?, em m?dia, pr?ximo a 4 centavos por litro. A gasolina, segundo a consultoria, est? com defasagem de at? 2 centavos de defasagem.
'O cen?rio ainda ? de incerteza e n?o temos nenhuma restri??o efetiva na oferta global, com a alta de pre?os sendo apenas pr?mio de risco at? o momento', disse ? Reuters o chefe da ?rea de ?leo e g?s da consultoria INTL FCStone, Thadeu Silva.
O presidente Jair Bolsonaro chegou a procurar a Petrobras na sexta-feira para avaliar o cen?rio de pre?os, mas tem mantido sua posi??o de que o governo n?o ir? interferir na pol?tica da petroleira estatal.
Especialistas defendem mudan?as na cobran?a de impostos sobre os combust?veis que permitam amenizar impactos no mercado interno sem que a arrecada??o seja afetada.
O diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) Adriano Pires destacou acreditar que a Petrobras reaja da mesma forma como agiu no ?ltimo evento de maior relev?ncia no oriente m?dio, quando instala??es da Ar?bia Saudita foram alvejadas em setembro.
'Eu acho que a Petrobras vai agir da mesma maneira que agiu no caso do ataque feito ? Ar?bia Saudita. Ela est? aguardando para ver se a poeira abaixa ou n?o e, dependendo dessa semana, ela vai tomar uma decis?o', disse Pires.
O especialista ressaltou n?o acreditar em uma disparada importante de pre?os, a n?o ser que eventos extremos aconte?am, uma vez que a demanda global pelo petr?leo n?o est? alta e que a produ??o dos pa?ses que n?o pertencem ? Organiza??o dos Pa?ses Exportadores de Petr?leo (Opep) se tornou mais relevante nos ?ltimos anos.
Escrito por Reuters
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