Petrobras vê breve retomada de plataformas após coronavírus; manutenções postergadas
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Por Marta Nogueira e Roberto Samora
RIO DE JANEIRO/S?O PAULO (Reuters) - A Petrobras previu nesta sexta-feira um breve retorno da produ??o em duas plataformas de petr?leo que foram paralisadas devido a casos de coronav?rus, e anunciou tamb?m altera??o no cronograma deste ano de paradas programadas para manuten??o das unidades da empresa, devido ?s medidas preventivas ? doen?a, afirmaram diretores da companhia a jornalistas.
A estatal registrou at? o momento 160 casos de coronav?rus entre os empregados, sendo que metade dos confirmados s?o funcion?rios terceirizados.
As plataformas paralisadas em fun??o dos casos de coronav?rus s?o a FPSO Cidade de Santos, da afretadora Modec, na Bacia de Santos, e a FPSO Capixaba, da afretadora SBM Offshore, na Bacia de Campos.
Segundo o diretor-executivo de Explora??o e Produ??o, Carlos Alberto Oliveira, a Cidade de Santos deve voltar ? opera??o no fim de semana e a Capixaba em cerca de dez dias.
A empresa est? cumprindo todos os protocolos de seguran?a relacionados ? doen?a, frisou o diretor-executivo de Relacionamento Institucional da petroleira, Roberto Ardenghy, durante uma videoconfer?ncia com jornalistas.
'Estamos estudando, inclusive, o teste em todos os empregados que v?o para as plataformas para que a gente possa tornar mais r?gido esse controle', afirmou Ardenghy.
Os testes de coronav?rus antes do embarque da tripula??o j? foram estabelecidos nas frotas de ambas as afretadoras, Modec e SBM, ap?s os casos nas embarca??es, conforme informaram anteriormente.
Foi a primeira vez que a Petrobras informou o n?mero de funcion?rios que contra?ram o novo coronav?rus em suas instala??es. At? ent?o, a petroleira vinha respondendo que n?o iria comunicar, como forma de preservar a privacidade dos funcion?rios.
J? a ag?ncia reguladora ANP informou nesta sexta-feira dez novos casos de Covid-19 em empresas de explora??o e produ??o at? a noite de quinta-feira, totalizando 172 funcion?rios infectados.
Entre eles, 80 profissionais haviam acessado instala??es mar?timas de perfura??o e produ??o, um acr?scimo de dois novos casos ante o n?mero contabilizado at? a noite de quarta-feira.
O coronav?rus tamb?m afetou as opera??es da Petrobras de outras formas, com uma redu??o da demanda por petr?leo e seus derivados causando um recuo acentuado dos valores desses produtos no mercado global.
A pr?pria empresa est? reduzindo os pre?os dos seus produtos.
Na ?ltima quarta-feira, baixou o valor m?dio da gasolina em suas refinarias em 8%, levando o pre?o cobrado das distribuidoras de combust?veis para menos de 1 real por litro. No ano, a redu??o j? ? de cerca de 50%.
O diesel da estatal, por sua vez, teve no mesmo dia seu valor reduzido em 6%, acumulando um recuo de cerca de 35% no ano.
CORTES DE PRODU??O
Em meio a pandemia, a Petrobras anunciou a hiberna??o de diversas plataformas de alto custo e adiou paradas de manuten??o de outras plataformas para o segundo semestre, enquanto busca lidar com o novo cen?rio.
A petroleira Petrobras anunciou recentemente que planeja cortar 200 mil barris di?rios de sua produ??o, fixando um patamar de bombeamento de 2,07 milh?es de bpd para abril, ante m?dia de 2,394 milh?es de bpd registrada no ?ltimo trimestre de 2019.
Como parte desse plano, a empresa iniciou a hiberna??o de 62 plataformas em campos de ?guas rasas nas bacias de Campos, Sergipe, Potiguar e Cear?, somando um corte de produ??o de 23 mil barris de petr?leo por dia (bpd).
'O corte est? dentro da ordem de grandeza e vamos fazendo uma administra??o no dia a dia em torno desse valor. E obviamente vai depender da evolu??o do cen?rio em rela??o ? demanda mundial do petr?leo', afirmou o diretor-executivo de Explora??o e Produ??o.
Oliveira explicou tamb?m uma mudan?a nas paradas programadas para manuten??o de plataformas.
'A gente tem pensar que nesse cen?rio de coronav?rus, n?s reduzimos os efetivos a bordo, dentro da linha do maior distanciamento social e controle da popula??o embarcada, dentro disso a gente resolveu postergar as paradas programadas que a gente estava prevendo agora...', disse ele.
Embora as paradas programadas tenham sido transferidas para o segundo semestre, isso n?o traz impactos nem para opera??o nem para a produ??o, comentou o executivo.
'Estamos dentro do 'range' poss?vel de redefinir essas paradas... N?o estamos podendo aproveitar esse momento de redu??o da produ??o para fazer as paradas, at? porque a redu??o da produ??o se d? pelo motivo de demanda por um lado, mas tamb?m com essa restri??o de pessoas a bordo a gente n?o tem como fazer as paradas agora.'
FORNECEDORES E EMPREGADOS
O cen?rio tamb?m levou a companhia a chamar grandes fornecedores para renegociar contratos, ressaltou a diretora-executiva de Finan?as e Relacionamento com Investidores, Andrea Almeida, que evitou apresentar novas metas financeiras, apesar de considerar 'dif?cil' atingir o objetivo de desalavancagem apontado para este ano.
Sobre o tema, o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, ressaltou que para a empresa ? 'fundamental a manuten??o da cadeia de suprimentos'.
'Estamos renegociando contratos apenas com grandes fornecedores, aqueles que tem musculatura suficiente para enfrentar situa??o de uma recess?o global, n?o com pequenos fornecedores, porque n?o queremos que nenhum deles desapare?a, queremos que continuem saud?veis', afirmou o CEO.
O executivo tamb?m ponderou que o atual cen?rio poder? atrasar o plano de desinvestimentos da empresa, mas ressaltou que o processo permanece em curso e ser? poss?vel cumprir compromissos de venda com o ?rg?o antitruste Cade at? o fim do pr?ximo ano.
Sobre os empregados, Castello Branco frisou que, apesar das acusa??es, 'n?o vamos realizar demiss?es em massa'.
'Nossa principal preocupa??o ? com a sa?de dos nossos empregados e com a sa?de da nossa companhia', afirmou.
Em meio aos cortes de custos, vendas de ativos e paralisa??es de atividades, a empresa vem apresentando diversos planos de demiss?o volunt?ria, mesmo antes da pandemia do novo coronav?rus.
Neste m?s, a empresa criou um novo Programa de Aposentadoria Incentivada (PAI) com vig?ncia at? 2023 e ajustou est?mulos previstos em planos de desligamento anteriores, projetando que as iniciativas possam alcan?ar 3,8 mil empregados.
(Por Marta Nogueira, no Rio de Janeiro, e Roberto Samora, em S?o Paulo; com reportagem adicional de Gram Slattery e Rodrigo Viga Gaier)
Escrito por Reuters
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