Petrobras volta a procurar delatores após escândalo em unidade de trading, dizem fontes

Por Gram Slattery

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras est? reexaminando o tratamento que d? a den?ncias de delatores internos, ap?s acusa??es contra seis operadores de petr?leo da empresa em dezembro indicarem que os esfor?os da companhia para lidar com problemas de corrup??o teriam falhado, de acordo com pessoas familiarizadas ao assunto.

Nas ?ltimas semanas, representantes da estatal convocaram atuais e antigos funcion?rios que sinalizaram casos de corrup??o na empresa, especialmente em suas opera??es de trading, disseram as fontes.

Nas entrevistas, as autoridades focaram suas quest?es em como as reclama??es dos funcion?rios haviam sido tratadas, de acordo com as pessoas, que pediram anonimato para abordarem assuntos internos.

Alguns dos funcion?rios disseram que estavam profundamente insatisfeitos com a resposta da companhia, e que acreditavam que os casos de irregularidade n?o haviam sido endere?ados pela empresa, disseram as fontes.

A estatal afirmou em comunicado que n?o est? realizando investiga??es a respeito de seus controles internos, mas sim uma investiga??o interna minuciosa relacionada aos indiciamentos dos operadores de petr?leo em dezembro, com cerca de 27 profissionais dedicados ao assunto.

A empresa disse que n?o poderia entrar em detalhes a respeito das investiga??es internas para proteger funcion?rios e a integridade dos trabalhos.

O movimento mostra como a Petrobras ainda luta melhorar sua conformidade e deixar para tr?s o esc?ndalo de corrup??o que impactou a empresa com as investiga??es da opera??o Lava Jato, considerada pelos EUA como o maior caso de corrup??o corporativa de todos os tempos.

A Petrobras insiste que corrigiu seus rumos desde que a Lava Jato veio ? tona, em 2014, em partes devido a um robusto departamento de conformidade e a uma fortalecida equipe de investiga??es internas.

Em dezembro, entretanto, procuradores revelaram mais um esquema de propinas, desta vez na divis?o de trading da empresa, que tamb?m envolveu as companhias Glencore, Vitol e Trafigura.

Em mar?o, a Reuters noticiou que autoridades da Petrobras tinham conhecimento dos problemas em suas opera??es comerciais h? anos, embora a empresa tenha falhado em identificar e afastar suspeitos rapidamente.

Das seis pessoas indiciadas em dezembro, uma se declarou culpada de conspira??o para lavagem de dinheiro e est? colaborando com as autoridades dos Estados Unidos, em paralelo ?s investiga??es sobre o esquema, reportou a Reuters em fevereiro.

Diversos funcion?rios entrevistados nas ?ltimas semanas haviam denunciado anteriormente irregularidades no escrit?rio comercial da Petrobras em Cingapura, segundo as fontes.

Os indiciamentos de dezembro foram focados no escrit?rio da empresa em Houston, levantando a possibilidade de as investiga??es sobre o com?rcio de petr?leo se expandirem geograficamente.

A Petrobras n?o comentou as alega??es.

De acordo com documentos enviados a investigadores da Pol?cia Federal e vistos pela Reuters, um funcion?rio cingapuriano reclamou a autoridades da Petrobras em dezembro de 2012 de com?rcio irregular de combust?vel para navios ('bunker').

Uma investiga??o interna subsequente revelou que a Petrobras pagara pr?mios incomuns por uma quantia significativa de 'bunker' em 2012, segundo os documentos. Investigadores internos recomendaram uma s?rie de medidas para melhorar a transpar?ncia na unidade de comercializa??o de Cingapura.

A Pol?cia Federal n?o respondeu a um pedido por coment?rios.