Petrobras volta atrás e mantém preço do diesel após pressão de Bolsonaro, diz fonte

BRAS?LIA/RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras voltou atr?s e desistiu de elevar o pre?o do diesel nas refinarias a partir desta sexta-feira, diante de uma press?o do presidente Jair Bolsonaro sobre a pol?tica de reajustes da petroleira, disse uma fonte ? Reuters.

Na v?spera, a Petrobras chegou a anunciar uma alta de 5,7 por cento no valor do combust?vel a partir desta sexta-feira, para 2,2662 reais por litro, o maior patamar desde outubro do ano passado.

Entretanto, ainda na quinta-feira, anulou o aumento e decidiu manter a cota??o em 2,1432 reais por litro.

'O presidente (Bolsonaro) pediu para reduzir o aumento, de 5 para 1 por cento... ? manter o aumento, mas n?o nesse percentual', afirmou uma fonte palaciana ? Reuters, que pediu para n?o ser identificada dada a sensibilidade do assunto.

A potencial press?o de Bolsonaro se d? em meio a uma recente insatisfa??o entre caminhoneiros, que no ano passado desencadearam uma greve hist?rica justamente por causa da alta do diesel.

Conforme essa fonte do Pal?cio do Planalto, o pr?prio Bolsonaro ligou ao CEO da Petrobras, Roberto Castello Branco, ap?s uma conversa com o chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.

Segundo outra fonte, ligada ? estatal, o movimento colocaria a companhia em uma zona de risco que remete aos tempos de interfer?ncia de governos anteriores, quando os pre?os de diesel e gasolina eram 'congelados' para ajudar a segurar a infla??o.

'O Bolsonaro est? fazendo exatamente o populismo perigoso que a (ex-presidente) Dilma (Rousseff) fez, e isso ? uma afronta ?s regras de governan?a e compliance da empresa', afirmou a segunda fonte. 'Se quer questionar a pol?tica, que se manifeste atrav?s do conselho de administra??o, mas quem decide pre?o ? a diretoria executiva, e n?o o presidente da Rep?blica.'

Em comunicado ao mercado ap?s voltar atr?s no reajuste, a Petrobras afirmou que 'em conson?ncia com sua estrat?gia para os reajustes dos pre?os do diesel... revisitou sua posi??o de hedge e avaliou, ao longo do dia, com o fechamento do mercado, que h? margem para espa?ar mais alguns dias o reajuste'.

'A empresa reafirma a manuten??o do alinhamento com o Pre?o Paridade Internacional (PPI)', concluiu.

(Por Lisandra Paraguassu, em Bras?lia, e Rodrigo Viga Gaier, no Rio de Janeiro; reportagem adicional de Marta Nogueira, no Rio de Janeiro)