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Petroleiras preparam ofertas para leilão de pré-sal do Brasil temendo eleições

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Por Alexandra Alper

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Exxon Mobil, a Shell e outras empresas v?o participar na pr?xima sexta-feira de um leil?o de cobi?adas ?reas de petr?leo e g?s do pr?-sal, antes de elei??es que criam temores sobre barreiras para o investimento estrangeiro e at? sobre a continuidade das licita??es.

O leil?o no Rio de Janeiro de quatro blocos nas bacias de Santos e Campos acontece apenas uma semana antes da elei??o presidencial mais imprevis?vel em uma gera??o, que inclui candidatos que podem procurar diminuir o ritmo dos leil?es de petr?leo, revisar a legisla??o favor?vel ao mercado ou at? mesmo reclamar campos de ?leo j? leiloados.

'Eles podem tentar revisar o processo todo de abertura (da ind?stria petrol?fera) para as companhias internacionais de petr?leo', disse um executivo do setor de servi?os petroleiros, que recusou ser identificado.

Atra?das pela geologia de classe mundial, pela diminui??o de reservas em outros lugares e a alta dos pre?os da commodity, as companhias deixaram muito dinheiro no Brasil, o maior produtor da Am?rica Latina, para garantir participa??o na camada de pr?-sal do pa?s, onde bilh?es de barris de petr?leo est?o presos sob uma camada grossa de sal no oceano.

A chinesa CNOOC, a Chevron, a BP, a norueguesa Equinor e a francesa Total tamb?m est?o todas registradas para participar no leil?o.

O seu interesse foi incentivado por pol?ticas favor?veis ??? ind?stria sob o presidente Michel Temer, incluindo o afrouxamento de regras que favoreciam fornecedores locais e a suspens?o da obriga??o de a Petrobras ser o ?nico operador nos blocos de pr?-sal.

Temores de um retrocesso dessas pol?ticas devem encorajar grandes apostas na sexta-feira, de acordo com Edmar Almeida, professor do departamento energia na Universidade Federal do Rio de Janeiro.

'Ser? um leil?o muito disputado', ele disse.

O candidato de direita, Jair Bolsonaro, que lidera as pesquisas, falou pouco sobre o setor petroleiro, apesar de, como deputado, ter uma vez votado contra diminuir o monop?lio da Petrobras. Ele tem comentado ideias de privatiza??es e indicou que ir? adotar uma abordagem favor?vel ao mercado, se for eleito.

Entretanto, as pesquisas de inten??o de voto indicam que o prov?vel segundo turno no dia 28 de outubro teria uma disputa apertada. Fernando Haddad, um acad?mico de esquerda que subiu para o segundo lugar nas pesquisas depois de ser apoiado pelo ex-presidente Lula, que est? preso atualmente, tem uma vis?o muito mais nacionalista da ind?stria.

Prometendo 'recuperar o pr?-sal para servir ao futuro da popula??o brasileira, n?o aos interesses das empresas internacionais', de acordo com a sua plataforma, ele restauraria os requerimentos mais restritos para usar fornecedores locais.

? incerto se Haddad adotaria tamb?m a promessa de Lula de retomar o monop?lio da Petrobras como ?nica operadora de campos de pr?-sal e diminuiria o ritmo dos leil?es.

Ciro Gomes, ex-governador de esquerda que est? em terceiro lugar, amea?ou congelar os leil?es e expropriar os blocos que j? foram vendidos.

Se Haddad ou Ciro ganhar, 'n?s podemos dar adeus para os leil?es', disse outro executivo do setor, que pediu para n?o ser nomeado. 'Eles querem nacionalizar tudo de novo. Ser? o inferno', disse.

As melhores ofertas desta semana devem ser pelos blocos de Tit? e Saturno, na Bacia de Santos, que foram retirados pela Justi?a de um leil?o anterior em mar?o, decepcionando a Exxon.

Tanto Pau Brasil, na Bacia de Santos, e o sudoeste do campo de Tartaruga Verde, na Bacia de Campos, n?o receberam ofertas em uma rodada no ano passado. Por?m dessa vez a Petrobras exerceu seu direito de prefer?ncia na licita??o do bloco de Tartaruga Verde, adjacente a uma ?rea que a estatal j? possui.

Sob as leis brasileiras, a Petrobras pode expressar interesse pr?vio em operar um bloco onde poderia operar com pelo menos 30 por cento de participa??o. A estatal tamb?m pode fazer ofertas por outros blocos no dia do leil?o em que n?o exerceu prefer?ncia.

As empresas competir?o ofertando a maior quantidade de petr?leo --subtraindo custos indiretos-- ao governo, com os lances m?nimos indo de 9,5 por cento a 35 por cento.

(Por Alexandra Alper)

Escrito por Redação

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