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PF cumpre mandados de busca e apreensão em residências de Witzel para apurar irregularidades na saúde

Placeholder - loading - Governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel  08/05/2019 REUTERS/Adriano Machado
Governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel 08/05/2019 REUTERS/Adriano Machado

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Por Rodrigo Viga Gaier e Ricardo Brito

RIO DE JANEIRO/BRAS?LIA (Reuters) - A Pol?cia Federal cumpre nesta ter?a-feira mandados de busca e apreens?o nas resid?ncias oficial e pessoal do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), como parte de uma investiga??o que apura supostas irregularidades na ?rea de sa?de e na instala??o de hospitais de campanha para combater a pandemia de Covid-19, informou a PF.

As dilig?ncias acontecem no Pal?cio Laranjeiras, resid?ncia oficial do governador, e no bairro do Graja?, onde Witzel tem resid?ncia pessoal. Os mandados foram expedidos pelo Superior Tribunal de Justi?a (STJ), onde os governadores t?m prerrogativa de foro. Uma equipe da Pol?cia Federal de Bras?lia participa da opera??o. Os policiais federais passaram cerca de duas horas no Pal?cio Laranjeiras.

Witzel teria sido citado por alvos de uma recente opera??o da Lava Jato que mirou pessoas que teriam obtido vantagens em contratos firmados pela Secretaria de Sa?de do Estado. Os benef?cios ocorreriam desde a ?poca do ex-governador do Rio S?rgio Cabral (MDB).

Witzel foi citado em conversas telef?nicas por alvos de um bra?o da opera??o da Lava Jato, a Favorito, no ?mbito do recredenciamento de uma empresa que estava proibida de prestar servi?os ao setor p?blico. A empresa teria tamb?m liga??o com o empres?rio M?rio Peixoto, um dos maiores fornecedores do Estado, que foi preso em opera??o da Lava Jato.

Duas semanas antes, o ex-subsecret?rio-executivo da secretaria Estadual de Sa?de Gabriell Neves e o substituto dele foram presos acusados de irregularidades nas compras emergenciais para combater a pandemia de Covid-19. O epis?dio e a demora na entrega de hospitais de campanha prometidos pelo governo estadual para combater a doen?a resultaram na sa?da do secret?rio de sa?de Edmar Santos, que ganhou um nova secretaria, o que lhe garantiu foro privilegiado.

Os hospitais de campanha custaram ao Estado cerca de 800 milh?es de reais, mas das sete unidades previstas, apenas uma est? funcionando. Todos deveriam estar abertos no fim de abril.

Foram cumpridos 12 mandados, sendo 10 deles no Rio de Janeiro e dois em S?o Paulo.

Em nota, Witzel negou envolvimento em qualquer irregularidade e atribuiu a opera??o desta ter?a a uma interfer?ncia do presidente da Rep?blica, Jair Bolsonaro, de quem ? desafeto pol?tico, ap?s o ex-ministro da Justi?a Sergio Moro acusar o presidente de buscar interferir politicamente na PF.

'Estranha-me e indigna-me sobremaneira o fato absolutamente claro de que deputados bolsonaristas tenham anunciado em redes sociais nos ?ltimos dias uma opera??o da Pol?cia Federal direcionada a mim, o que demonstra limpidamente que houve vazamento, com a constru??o de uma narrativa que jamais se confirmar?', afirma Witzel na nota.

'A interfer?ncia anunciada pelo presidente da Rep?blica est? devidamente oficializada. Estou ? disposi??o da Justi?a, meus sigilos abertos e estou tranquilo sobre o desdobramento dos fatos.'

Na segunda-feira, a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), uma das mais pr?ximas aliadas de Bolsonaro, disse em entrevista ? R?dio Ga?cha que j? havia alguns governadores sendo investigados pela Pol?cia Federal por supostas irregularidades em contrata??es no ?mbito do combate ? pandemia.

Bolsonaro foi indagado por jornalistas ao deixar o Pal?cio da Alvorada nesta manh? sobre a opera??o que teve Witzel como alvo e afirmou: 'Parab?ns ? Pol?cia Federal. Fiquei sabendo agora pela m?dia. Parab?ns ? Pol?cia Federal, ta ok?' Perguntado se Zambelli sabia da opera??o, o presidente disse que a pergunta deveria ser feita ? deputada.

Na semana passada, Witzel disse ? Reuters que havia rumores de que poderia ser alvo de uma opera??o da PF junto com outros governadores que fazem oposi??o a Bolsonaro.

Tamb?m na semana passada, a Procuradoria-Geral da Rep?blica (PGR) pediu ao STJ investiga??es contra Witzel e os governadores do Par?, Helder Barbalho (MDB), e do Amazonas, Wilson Lima (PSC), por suspeitas de irregularidades em contrata??es emergenciais feitas no ?mbito do combate ? pandemia.

A opera??o que tem Witzel como alvo acontece no momento em que o empres?rio Paulo Marinho, suplente do senador Fl?vio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente, presta novo depoimento na sede da PF no Rio depois de afirmar ao jornal Folha de S.Paulo que Fl?vio soube antecipadamente de uma opera??o da Pol?cia Federal que atingiria Fabr?cio Queiroz, assessor parlamentar do filho do presidente quanado ele era deputado estadual no Rio.

Marinho, que foi aliado pr?ximo de Bolsonaro durante a campanha eleitoral de 2018, mas depois rompeu com o presidente e com seus filhos, ? pr?-candidato ? prefeitura do Rio de Janeiro pelo PSDB. Ele dep?e no inqu?rito que investiga as acusa??es de Moro de que Bolsonaro buscou interferir politicamente na PF, investiga??o sob responsabilidade do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF).

(Edi??o de Eduardo Sim?es)

Escrito por Reuters

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