PF apura supostos pagamentos indevidos a ex-diretor da Aneel

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Pol?cia Federal realizou nesta sexta-feira opera??o de busca e apreens?o em Bras?lia na chamada Opera??o El?tron, que apura um eventual recebimento indevido de valores por um ex-diretor da Ag?ncia Nacional de Energia El?trica (Aneel), informou a PF em nota nesta sexta-feira.

A opera??o, segundo a PF, ocorreu com apoio da Controladoria-Geral da Uni?o (CGU).

De acordo com documento judicial visto pela Reuters, a investiga??o apura o suposto envolvimento do ex-diretor Edvaldo Alves de Santana.

O inqu?rito policial, instaurado em 2016, teve in?cio a partir de nota t?cnica da CGU, que identificou ind?cios de irregularidades em decis?es tomadas por diretores da reguladora entre os anos de 2010 e 2013, contrariando os pareceres t?cnicos da pr?pria ag?ncia em benef?cio de empresas de energia, segundo a PF.

Os preju?zos aos cofres p?blicos, segundo a PF, seriam de mais de 12 milh?es de reais.

Procurado nesta tarde pela Reuters, Santana disse que ainda estava tentando saber o teor das acusa??es.

'Embora, quando na Aneel, possa ter tomado algumas poucas decis?es sem seguir as ?reas t?cnicas, n?o lembro de nada pol?mico', afirmou ele.

O ex-diretor acrescentou que, ap?s deixar a ag?ncia, atuou em outras empresas, mas sempre recebeu como pessoa jur?dica. 'Tudo com emiss?o de faturas...', disse.

'Tamb?m fiz pareceres t?cnicos, fui conselheiro de empresa, mas jamais recebi pagamentos sem NF (nota fiscal). Segunda-feira irei ? Pol?cia Federal, pois s? agora cheguei em Bras?lia. Estou vivendo um pesadelo. Espero esclarecer tudo.'

Procurada, a Aneel afirmou em nota que est??? disposi??o das autoridades para colaborar e prestar todos os esclarecimentos necess?rios ?s investiga??es.

'A Aneel procura sempre robustecer seus mecanismos de controle e tem um processo decis?rio transparente e alinhado com as melhores pr?ticas mundiais de regula??o', afirmou na nota.

A PF apontou que o ex-diretor, ap?s deixar a ag?ncia, foi nomeado diretor de empresas de energia e que teria constitu?do uma consultoria na ?rea.

A apura??o mostrou que entre os anos 2014 e 2015 houve um aumento significativo de dep?sitos nas contas vinculadas ao ex-diretor e sua empresa, afirmou a PF.

A investiga??o apontou ainda que grande parte dos valores depositados n?o consta na declara??o de ajuste anual dos dois anos.

(Por Marta Nogueira, com reportagem adicional de Luciano Costa)