PF investiga ex-governador de Goiás Marconi Perillo por propina de R$12 milhões

Por Pedro Fonseca

(Reuters) - A Pol?cia Federal lan?ou opera??o nesta sexta-feira contra o ex-senador e ex-governador de Goi?s Marconi Perillo, do PSDB, para investigar suspeita de recebimento de propina no valor de 12 milh?es de reais da empreiteira Odebrecht, em um desdobramento das investiga??es da opera??o Lava Jato, informou o Minist?rio P?blico Federal.

As investiga??es encontraram ind?cios de que Perillo era o chefe de um grupo que cobrou propina da empreiteira em 2010 e em 2014 em troca de favorecer interesses da empresa relacionados a contratos e obras p?blicas no Estado de Goi?s, de acordo com os procuradores do N?cleo de Combate ? Corrup??o do MPF em Goi?s.

Agentes da PF cumpriram cinco mandados de pris?o e 14 mandados de busca e apreens?o nas cidades de Goi?nia, Aparecida de Goi?nia, Piren?polis e Aruan?, em Goi?s, al?m de Campinas e S?o Paulo, como parte da opera??o. Uma grande quantidade de dinheiro em esp?cie que ainda ser? contabilizada foi encontrada na casa de um dos alvos, de acordo com a PF.

Apesar de ser apontado como suposto l?der da organiza??o, Perillo n?o ser? preso por ser candidato ao Senado nas elei??es de outubro, uma vez que a lei eleitoral n?o permite a pris?o de candidatos entre 15 dias antes e 2 dias ap?s o pleito.

'A Opera??o Cash Delivery ? um desdobramento das investiga??es da Opera??o Lava Jato e decorre de acordos de leni?ncia e colabora??o premiada firmados pelo MPF Federal com a Construtora Norberto Odebrecht e seus executivos. Quando ainda era senador e, depois, tamb?m como governador, Marconi Perillo solicitou e recebeu propina no valor de, em 2010, 2 milh?es de reais e, em 2014, 10 milh?es de reais', disse o MPF em comunicado.

'A opera??o deflagrada hoje busca apreender provas que estejam em poder dos investigados, com a finalidade de tentar identificar o destino da propina recebida', acrescentou o MPF.

Perillo foi governador de Goi?s de janeiro de 1999 a 2006 e novamente de 2011 a abril deste ano, quando renunciou para concorrer a uma vaga no Senado, posi??o que ocupou de 2007 a 2010.

Em nota, a defesa do ex-governador disse que 'n?o h?, sequer en passant, qualquer fiapo de ind?cio contra Marconi Perillo', e que a realiza??o de busca e apreens?o na resid?ncia do ex-governador a 9 dias da elei??o tem 'car?ter claramente eleitoreiro e demonstra um abuso por parte do Minist?rio Publico e do Poder Judici?rio'.

A opera??o contra o Perillo ? mais uma a atingir o PSDB antes das elei??es.

No dia 11 de setembro, a PF prendeu o ex-governador do Paran? e candidato ao Senado Beto Richa por suspeita de direcionamento de licita??o e pagamento de propina, e no dia seguinte o governador do Mato Grosso do Sul e candidato ? reelei??o, Reinaldo Azambuja (PSDB), foi alvo de mandados de busca e apreens?o no ?mbito de opera??o contra a corrup??o.

A Odebrecht, que fechou acordos de leni?ncia e dela??o premiada em que admitiu ter cometido diversas irregularidades e aceitou pagar multas milion?rias no ?mbito da Lava Jato, afirma sempre ao ser citada nas opera??es da PF e do MPF que 'continua cooperando com as autoridades e est? focada no exerc?cio de suas atividades e na conquista de novos projetos'.