PGR prorroga Lava Jato de Curitiba até final de janeiro de 2021, mas sinaliza mudanças

Por Ricardo Brito

BRAS?LIA (Reuters) - A Procuradoria-Geral da Rep?blica (PGR) decidiu prorrogar at? o dia 31 de janeiro do pr?ximo ano a designa??o de todos os 14 procuradores que integram a for?a-tarefa da opera??o Lava Jato de Curitiba, segundo nota divulgada pela assessoria de imprensa do ?rg?o nesta quarta-feira.

A decis?o da Procuradoria-Geral da Rep?blica n?o atende integralmente o que queria o grupo --uma nova prorroga??o por um ano-- e sinaliza que poder? haver mudan?as futuras na forma de combate ? corrup??o no pa?s.

Isso porque, no mesmo comunicado, a PGR determinou que o Conselho Superior do Minist?rio P?blico Federal (CSMPF) --inst?ncia m?xima administrativa-- adote solu??es para ampliar e institucionalizar a atua??o conjunta no combate ? corrup??o em todo o pa?s, segundo a nota.

A for?a-tarefa de Curitiba, respons?vel pela maior investiga??o de combate ? corrup??o do Brasil, teria de ser renovada at? 10 de setembro ap?s seis anos de trabalho.

Em nota curta ap?s o an?ncio, o grupo elogiou a decis?o da PGR.

'A prorroga??o dos trabalhos da for?a-tarefa da opera??o Lava Jato em Curitiba vai ao encontro do interesse p?blico, pois permitir? que resultados significativos sejam obtidos em prol da sociedade brasileira', disse.

CR?TICAS

O grupo vem sendo alvo de cr?ticas dentro e fora da PGR e tendo decis?es sendo revistas principalmente pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Reportagem da Reuters h? duas semanas apontou que, sob amea?a de n?o ser prorrogada, a for?a-tarefa de Curitiba tinha 400 inqu?ritos em andamento com v?rias frentes de investiga??o, como casos envolvendo empreiteiras, empresas estrangeiras e multinacionais que firmaram contratos com a Petrobras.

No in?cio do m?s, o procurador Deltan Dallagnol deixou a coordena??o do grupo alegando raz?es pessoais. Posteriormente, ele foi punido pelo Conselho Nacional do Minist?rio P?blico com uma pena de censura por coment?rios que fez em redes sociais contra o senador Renan Calheiros (MDB-AL) na ?poca da sucess?o da Presid?ncia do Senado, no in?cio de 2019.

Em entrevista ? Reuters, o procurador aposentado Carlos Fernando Lima, que teve papel de destaque na for?a-tarefa, disse que a prorroga??o dos trabalhos por um per?odo t?o curto, ainda mais durante a pandemia do novo coronav?rus, indica a inten??o de se for?ar um encerramento prematuro das investiga??es.

'A opera??o est? numa decrescente nos ?ltimos anos, mas ainda tem rescaldo, trabalho que n?o foi desenvolvido', frisou ele, ao considerar que, se adiante isso n?o for apurado, a responsabilidade ser? do atual procurador-geral da Rep?blica, Augusto Aras.

'Se ele (Aras) resolver efetivamente terminar a for?a-tarefa em janeiro, vamos ter um problema s?rio desse gargalo de trabalho', completou.

(Edi??o de Alexandre Caverni)