Plano de aportes da Petrobras pode crescer, dependerá de venda de ativos, dizem fontes

Por Rodrigo Viga Gaier

RIO DE JANEIRO (Reuters) - Os investimentos previstos no plano de neg?cios da Petrobras entre 2019 a 2023 poder?o superar os aportes estimados no per?odo anterior (2018-2022), quando a estatal projetou investir 74,5 bilh?es de d?lares, disseram ? Reuters fontes com conhecimento do assunto.

O volume total, contudo, depender? do tamanho dos desinvestimentos previstos. Se aumentarem as vendas de ativos, o plano de investimentos pode at? ser menor, disse uma das fontes, na condi??o de anonimato.

Ainda nesta semana, o plano come?a a ser apreciado pela c?pula da estatal para ser aprovado pelo Conselho de Administra??o at? meados de dezembro, segundo as fontes. A Petrobras havia previsto tal cronograma anteriormente.

'A situa??o da companhia melhorou, j? tem um lucro de 24 bilh?es de reais este ano, a tend?ncia ? que se aprove um valor maior do que o atual', disse a fonte ? Reuters.

'O plano de neg?cios est? no forno... vai para a diretoria executiva para seguir para o conselho', acrescentou.

As perspectivas de investimentos depender?o do total das vendas de ativos poss?veis, ponderou a fonte, lembrando que a empresa tem focado mais em explora??o e produ??o de petr?leo, enquanto busca desinvestir em refinarias, por exemplo.

'Se voc? desinvestir mais, tem mais dinheiro em caixa para investir e menos investimento a fazer em ativos existentes. Por outro lado, se cortar o desinvestimento, o plano ser? maior, mas se aumentar o desinvestimento pode ser menor', explicou a fonte.

A fonte ressaltou que os n?meros ainda est?o em processo de an?lise e defini??o, e que qualquer estimativa seria prematura no momento.

No in?cio do m?s, o presidente-executivo da estatal, Ivan Monteiro, disse que a Petrobras n?o conseguir? atingir sua meta de desinvestimentos de 21 bilh?es de d?lares para o bi?nio 2017 e 2018, devido a impasses judiciais para vender importantes ativos, como a unidade de gasodutos no Nordeste (TAG) e fatias em refinarias.[nL2N1XH1KP]

Apesar da mudan?a de governo, a fonte garantiu que o novo plano n?o tem qualquer influ?ncia da nova equipe econ?mica do presidente eleito Jair Bolsonaro, at? porque a estatal tem mecanismos pr?prios e independentes para decis?es estrat?gicas, afirmou.

'Dif?cil falar em influ?ncia do novo governo. O que vai sair nas pr?ximas duas semanas j? est? sendo feito h? muito tempo. O trabalho j? est? bem encaminhado. Se for mudar, n?o tem plano. Se (o novo governo) fosse mudar, s? ter?amos um novo l? para julho ou agosto', disse a fonte.

Ela explicou que a empresa j? tem muitos compromissos assumidos e as plataformas para o ano que vem j? est?o em fase final de obra.

'O plano tem pouca flexibilidade. O que d? para considerar (em termos de um novo governo) ? seguir um novo rumo, se vai ter mais venda de ativos num ritmo mais acelerado. Mas o plano j? est? amarrado', adicionou a fonte.

Uma segunda fonte ouvida pela Reuters disse que o plano ainda tem uma 'amarra??o de pontas para ser fechada, embora os trabalhos estejam adiantados'.

J? uma terceira fonte confirmou que os processos est?o bem encaminhados, podendo ser analisados pelo conselho ainda esta semana.

'Isso deve passar pelo conselho amanh? (quarta-feira)', disse a terceira fonte em condi??o de sigilo.

Em nota ao mercado, a Petrobras afirmou que o Plano de Neg?cios e Gest?o 2019-2023 ainda est? em discuss?o e ser? submetido ao Conselho de Administra??o, ?rg?o competente para sua aprova??o, antes da divulga??o tempestiva ao mercado.

Adicionalmente, a companhia esclareceu que a aprecia??o anual do plano pelo conselho ? uma exig?ncia prevista na Lei das Estatais, 'que deve ocorrer at? a sua ?ltima reuni?o ordin?ria do ano'.

Assim, a 'companhia informa que n?o ? poss?vel confirmar, neste momento, os valores de investimentos divulgados pela m?dia'.

(Por Rodrigo Viga Gaier)