Plano de retomada do governo prevê investimentos em infraestrutura e criar até 1 milhão de empregos

Por Lisandra Paraguassu

BRAS?LIA (Reuters) - O plano de retomada da economia que come?a a ser desenhado pelo governo prev? um investimento na retomada de obras p?blicas, com expectativa de gerar at? 1 milh?o de empregos apenas na ?rea de infraestrutura, disseram nesta quarta-feira ? Reuters duas fontes com conhecimento do assunto.

A estrat?gia para retomada da economia, que vem sendo coordenada pela Casa Civil, est? sendo informalmente chamada de 'Plano Marshall', em refer?ncia ao programa criado pelo governo dos Estados Unidos para recupera??o dos pa?ses europeus depois da Segunda Guerra.

O projeto prev? um planejamento de tr?s anos com ?nfase na r?pida retomada de investimentos p?blicos atrav?s de obras paradas ou que andam lentamente, e na acelera??o do programa de concess?es.

Em uma reuni?o ministerial na manh? desta quarta-feira, o ministro da Infraestrutura, Tarc?sio de Freitas, apresentou a possibilidade de tocar rapidamente entre 70 e 150 obras, entre algumas j? iniciadas e outras que podem ser implementadas rapidamente por j? terem projetos e licen?a ambiental prontos.

Nesta ?rea, o investimento seria de 30 bilh?es de reais, sendo 12 bilh?es de recursos novos, al?m dos previstos no Or?amento -- aproximadamente 6 bilh?es por ano, de acordo com uma das fontes.

Nas contas do minist?rio, essa retomada permitiria a cria??o de at? 1 milh?o por ano, afirmou a fonte.

Outras duas ?reas que entram com peso neste plano, batizado de Pr?-Brasil, s?o Minas e Energia e Desenvolvimento Regional. As duas ?reas ainda preparam seus planos e n?o apresentaram proje??o de impacto de investimentos totais e empregos.

De acordo com a fonte, deve ser poss?vel tocar v?rias a??es especialmente na ?rea de saneamento, cujo novo marco regulat?rio prev? concess?es a iniciativa privada.

Al?m disso, o Minist?rio do Desenvolvimento Regional prepara um diagn?stico de obras nas ?reas de habita??o, al?m do saneamento, que podem ser rapidamente retomados.

MINAS E ENERGIA

Na ?rea de Minas e Energia o governo prev? a retomada de uma s?rie de projetos, especialmente usinas hidrel?tricas, e concess?es como Angra 3, mas os c?lculos de investimentos e proje??o de cria??o de empregos ainda n?o est?o prontos, de acordo com uma segunda fonte.

'Est? se desenhando um novo modelo para p?r no mercado. A inten??o ? p?r na rua o m?ximo de coisas para fazer a economia girar', disse a fonte.

Em infraestrutura, a conta ? que o programa de concess?es pode ser acelerado para apresentar uma carteira de 230 bilh?es de reais a serem contratados at? 2022. No entanto, em uma economia mundial em recess?o, n?o h? garantias de sucesso nos leil?es.

De acordo com essa fonte, no entanto, o plano n?o tem previs?o de ser posto em pr?tica at? o abatimento da epidemia. 'N?o se sabe ainda quando isso vai ser e quando se vai poder come?ar. Est? se trabalhando em um plano ainda', disse.

O in?cio est? sendo chamado de 'Dia D+1' -- quando for poss?vel.

Na semana passada, o ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto, assinou uma resolu??o criando um grupo de trabalho para colocar de p? 'a??es estruturantes e estrat?gicas para recupera??o, crescimento e desenvolvimento do pa?s', no ?mbito do comit?. Esse grupo, que incluiu todos os minist?rios, reuniu-se na manh? desta quarta.

Parte do governo v? como ?nica sa?da um investimento maci?o de recursos p?blicos para acelerar a economia, o que ? visto com retic?ncias pela equipe econ?mica.

Na segunda-feira, o ministro de Infraestrutura j? havia afirmado, ao ser questionado sobre de onde o governo tiraria recursos para manter obras de infraestrutura em andamento, que 'n?o h? outro caminho que n?o seja trazer recursos para o Or?amento, e isso tem que ser feito via endividamento'. [nL1N2C80RQ]

A equipe econ?mica ? refrat?ria ? mensagem de uso de recursos p?blicos para alavancar a economia e tem defendido que isso deve ocorrer atrav?s da atra??o de investimentos privados a partir da realiza??o de reformas, privatiza??es e disponibiliza??o de cr?dito.

(Reportagem adicional de Marcela Ayres)