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Polarização crescente na eleição levanta temores sobre futuro da democracia no Brasil

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Por Brad Brooks e Anthony Boadle

S?O PAULO/BRAS?LIA (Reuters) - A mais radicalizada disputa presidencial desde o fim do regime militar h? tr?s d?cadas vem se tornando ainda mais polarizada, o que levanta preocupa??es sobre o futuro da democracia no Brasil.

A menos de tr?s semanas da vota??o, as pesquisas mostram os eleitores come?ando a abandonar os candidatos situados mais ao centro para optarem pelos dois polos da disputa.

? direita est? o l?der das sondagens de inten??o de voto, o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, um capit?o da reserva do Ex?rcito, que saiu de um atentado ? faca em 6 de setembro ainda mais radical.

Em um v?deo de domingo no Facebook, que j? tinha sido visto mais de 7 milh?es de vezes at? esta quarta-feira, Bolsonaro sugere que se perder a elei??o ser? devido a uma manipula??o do sistema de vota??o pelo PT, acirrando ainda mais os ?nimos de uma paisagem pol?tica j? tensa.

Do outro lado, o PT tem chamado a elei??o de fraude porque seu fundador e pol?tico mais popular, Luiz In?cio Lula da Silva, teve a candidatura barrada com base na Lei da Ficha Limpa depois de ter sido condenado em segunda inst?ncia por corrup??o e lavagem de dinheiro. O partido fez de 'Lula Livre' seu bord?o na campanha.

A posi??o do PT alimentou preocupa??es entre uma grande faixa de eleitores, que culpa o partido pela corrup??o pol?tica generalizada e teme que, se o presidenci?vel petista, Fernando Haddad, vencer, ele conceda um indulto a Lula. Na ter?a-feira, o ex-prefeito de S?o Paulo negou categoricamente que ele far? isso, embora tenha admitido que o ex-presidente seria um conselheiro essencial de seu governo, mesmo da pris?o.

Nessa atmosfera cada vez mais t?xica, parece n?o haver qualquer chance de que o primeiro turno da elei??o em 7 de outubro v? unir um pa?s profundamente dividido. Isso aumenta o risco de que o pr?ximo governo fique paralisado por tumultos e uma dura oposi??o, incapaz de avan?ar contra crise dupla, pol?tica e econ?mica, que o Brasil enfrenta.

'Muitos pensavam que quando cheg?ssemos perto da elei??o, seria encontrado algum meio termo, e n?o ? isso que estamos vendo', disse Monica de Bolle, diretora do programa de estudos latino-americanos da Escola Johns Hopkins de Estudos Internacionais Avan?ados.

Em vez disso, Bolsonaro, de 63 anos, est? se encaminhando para um poss?vel segundo turno em 28 de outubro contra Haddad, de 55 anos, um confronto que se mostra, neste momento, em um impasse, segundo as pesquisas.

A elei??o se tornou 'muito perigosa', afirmou De Bolle.

Isso ocorre principalmente porque Bolsonaro, que tem repetidamente elogiado o regime militar brasileiro, e seu companheiro de chapa, o general da reserva Hamilton Mour?o, falaram abertamente 'sobre restringir liberdades civis e reescrever a Constitui??o de maneira autorit?ria', disse De Bolle.

Mour?o j? disse que as For?as Armadas deveriam realizar uma interven??o se o Judici?rio do pa?s n?o puder acabar com a corrup??o pol?tica.

'Eles n?o est?o evitando dizer essas coisas abertamente e n?o est?o sendo criticados por diz?-las', acrescentou De Bolle.

RESPOSTAS F?CEIS

Em meio a crescentes crimes e cont?nuas revela??es de corrup??o, a candidatura de Bolsonaro oferece uma f?rmula simples para os eleitores, enquanto atrai poderosos setores empresariais com promessas de pol?ticas econ?micas liberais e, acima de tudo, impede o retorno do partido de Lula e de seus planos de um maior papel do Estado na economia.

'O que eu acho realmente surpreendente ? que h? um grande segmento da popula??o brasileira, a elite, as pessoas que deveriam saber mais, que est?o basicamente descartando o risco e dizendo 'voc? sabe, eu n?o me importo. N?o quero o PT de volta ao poder'?, disse De Bolle.

Isso ? visto pelos bra?os abertos que influentes grupos econ?micos brasileiros est?o oferecendo ? equipe de Bolsonaro.

Na segunda-feira, Mour?o, que na semana passada disse que a Constitui??o n?o precisa ser escrita por representantes eleitos pelo povo, mas por um grupo de not?veis, fez um discurso de 40 minutos para l?deres empresariais de S?o Paulo, que foi interrompido em v?rios momentos com aplausos. Ele voltou a falar sobre a Constitui??o, chamando-a de 'terr?vel' e 'desatualizada' e destacando 'que precisamos de uma outra'.

'Considero essa a m?e todas as reformas', acrescentou.

Quando questionado se acreditava no processo democr?tico, Mour?o disse que se 'fosse antidemocr?tico, eu n?o estaria participando da elei??o, eu estaria com a minha 45, limpando ela bonitinha, e aguardando melhores dias'.

A declara??o provocou risos da multid?o.

Perguntado sobre a alega??o de Bolsonaro, de que o PT tentaria fraudar o sistema de vota??o para ganhar, Mour?o disse que 'tem que relevar um homem que praticamente morreu, quase morreu, que passou por duas cirurgias graves. O cara est? fragilizado, ent?o vamos relevar o que ele disse'.

Mas o cientista Carlos Melo, do Insper, disse que Bolsonaro levantou essa preocupa??o antes e est? fazendo isso agora como 'uma atitude preventiva que servir? para refor?ar a fiscaliza??o... ou, mais arriscado que isto, para antecipar derrotas, questionando resultados'.

'Bolsonaro ? um personagem pol?tico que nunca esteve do lado de dentro dos muros da democracia no Brasil', disse Melo. 'A escolha do general Mour?o, embora seja um direito l?quido e certo tanto do candidato quanto do militar, ? ?bvio que se trata de mais um elemento que pressiona a democracia.'

Para S?rgio Pra?a, cientista pol?tico da Funda??o Getulio Vargas, o maior perigo seria qualquer tentativa de Haddad conceder perd?o a Lula.

'At? poucos dias atr?s, eu teria dito que qualquer amea?a contra a democracia brasileira era uma piada', disse Pra?a. 'Agora, h? uma tens?o. A ret?rica do companheiro de chapa de Bolsonaro ? altamente incomum, n?o ? normal.'

'Mas o que mais me preocupa ? o perd?o a Lula. N?o porque eu queira ver Lula na pris?o por muito tempo, mas porque seria um duro golpe contra o sistema judicial, que provocaria apoio suficiente dentro da sociedade civil para um golpe militar.'

Escrito por Redação

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