Polícia prende PM reformado e ex-PM por suspeita de assassinato de Marielle
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Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - Um policial militar reformado e um ex-policial militar foram presos, nesta ter?a-feira, por suspeita de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, ?s v?speras de o crime completar um ano, informaram a pol?cia e o Minist?rio P?blico do Rio de Janeiro.
A primeira fase da investiga??o que resultou nas pris?es desta ter?a ainda n?o deixou claro o motivo para o crime e se foi uma a??o encomendada. A segunda fase das investiga??es j? come?ou nesta ter?a com o cumprimento de mais de 30 mandados de buscas e apreens?es.
'Estamos entregando a primeira fase com quem ocupou o ve?culo, quem dirigiu e quem atirou em Marielle e Anderson, mas ainda h? respostas a alcan?ar', disse a jornalistas o delegado respons?vel pelas investiga??es, Giniton Lages.
'Foi um crime praticamente perfeito, sofisticado e que exigiu muita dedica??o ... a solu??o desse crime ? um recado para as pessoas que esse tipo de crime n?o pode se repetir?, acrescentou.
A opera??o para prender os suspeitos do crime foi deflagrada nas primeiras horas do dia pela Pol?cia Civil e pelo Minist?rio P?blico do Rio de Janeiro, e cumpriu mandados na casa de um dos policiais presos no mesmo condom?nio onde o presidente Jair Bolsonaro tem casa, na zona oeste do Rio de Janeiro, segundo as autoridades.
Ao chegar ao Itamaraty para um almo?o com o presidente do Paraguai, Mario Abdo Ben?tez, Bolsonaro disse a jornalistas que s? conheceu sobre Marielle ap?s a morte da ent?o vereadora e afirmou que tamb?m est? interessado em saber quem foi o mandante do assassinato.
O secret?rio da Pol?cia Civil do Rio de Janeiro, Marcus Vin?cius Braga, afirmou que, com as pris?es, os investigadores se aproximam de solucionar o crime.
'Foram presos dois policiais com participa??o direta e efetiva no crime', disse ele ? Reuters. 'Com essas pris?es ficamos perto da solu??o do crime', acrescentou.
Os suspeitos presos foram identificados como Ronnie Lessa e ?lcio Vieira de Queiroz. N?o foi poss?vel contactar representantes dos suspeitos de imediato.
De acordo com as investiga??es, Lessa foi o autor dos disparos de arma de fogo contra Marielle e Anderson, enquanto Queiroz seria o condutor do ve?culo utilizado para a execu??o. Lessa ? policial militar reformado, enquanto Queiroz foi policial militar, tendo sido expulso da corpora??o.
Marielle e Anderson foram assassinatos em uma emboscada em 14 de mar?o do ano passado no bairro do Est?cio, na zona norte do Rio.
O assassinato da ent?o vereadora, que denunciava abusos cometidos por policiais militares, aconteceu quando ela voltava de um evento e o carro em que estava foi atingido por diversos tiros.
O crime chamou aten??o de entidades internacionais de defesa dos direitos humanos, que t?m cobrado das autoridades brasileiras uma solu??o para o caso.
Giniton Lages afirmou que a segunda fase das investiga??es deve buscar respostas para perguntas sobre o crime que ainda est?o sem reposta: por que Marielle foi morta e se os criminosos agiram sob encomenda.
'Ele tinha uma obsess?o por pessoas com posi??es pol?ticas diferentes da dele', declarou Lages. 'A segunda fase das investiga??es est? em curso e nada do que foi dito at? agora pode ser desconsiderado... o caso ainda est? em aberto', completou.
GOVERNADOR ESPERA DELA??O
Antes das pris?es desta ter?a, uma das linhas de investiga??o apontava que o assassinato de Marielle teria sido encomendado por milicianos incomodados com a atua??o da vereadora no combate ? especula??o imobili?ria na zona oeste. Um vereador do Rio chegou a ter seu nome ligado ao crime. Outra linha apontava para possibilidade de pol?ticos do Estado terem arquitetado o crime para atingir um parlamentar do partido de Marielle.
O governador Wilson Witzel (PSC) disse esperar que os presos possam contribuir com a investiga??es com um acordo de dela??o premiada.
'Isso j? foi consagrada pela Lava Jato', lembrou ele. 'Demos uma resposta importante ? sociedade sobre um crime b?rbaro contra uma parlamentar no desempenho de sua atividade, que teve a sua vida ceifada de forma criminosa, odienta e inaceit?vel', acrescentou.
A den?ncia apresentada pelo Minist?rio P?blico estadual contra os suspeitos presos nesta ter?a afirma que ?? inconteste' que Marielle foi 'sumariamente executada em raz?o da atua??o pol?tica na defesa das causas que defendia?.
(Reportagem adicional de Lisandra Paraguassu, em Bras?lia)
Escrito por Redação
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