Presidenciáveis apontam negligência do governo federal em crise com venezuelanos

BRAS?LIA (Reuters) - Desde domingo, ap?s onda de viol?ncia em Pacaraima, em Roraima, candidatos ? Presid?ncia apontam ?neglig?ncia? e ?omiss?o? do governo federal para lidar com a crise da imigra??o de venezuelanos por meio da fronteira no norte do Estado.

Para a candidata pela Rede, Marina Silva, o governo brasileiro vem negligenciando a situa??o desde a ?poca da ex-presidente Dilma Rousseff, quando errou, por 'alinhamentos pol?ticos e ideol?gicos', ao n?o impedir que, na opini?o dela, a situa??o chegasse ? falta de democracia no pa?s vizinho.

?Negligencia agora, quando deixa o problema dos refugiados nas m?os do Estado de Roraima, que n?o tem condi??o de dar respostas praticamente sozinho para uma situa??o como essa?, afirmou, defendendo a forma??o de uma coaliz?o humanit?ria entre pa?ses para atuar no problema dos refugiados venezuelanos.

Na mesma linha, o candidato Geraldo Alckmin (PSDB) ao Planalto classificou a situa??o de Roraima como ?grave?, responsabilizou o atual governo, e tamb?m o anterior.

?Desde ontem venho falando sobre a grave situa??o em Roraima. S? chegamos a esse ponto por omiss?o do governo federal, que precisa apoiar o Estado. Temos que garantir a seguran?a da popula??o e acolher quem foge do caos econ?mico provocado na Venezuela por um governo apoiado pelo PT?, disse o presidenci?vel tucano em seu perfil do Twitter.

Ciro Gomes, que disputa a Presid?ncia pelo PDT, afirmou que o atual governo n?o toma atitudes para resolver o problema e lembrou que h? milh?es de brasileiros dispersos pelo mundo, raz?o pela qual ? necess?rio um tratamento ?humanit?rio respeitoso? a imigrantes.

?Esse governo n?o est? fazendo absolutamente nada. Esse governo ? criminoso e irrespons?vel e ele ? o grande culpado de tudo isso?, afirmou o pedetista.

?Qual o papel do Brasil nisso? N?s temos que chegar antes, temos que ajudar esses refugiados, temos que proteg?-los, n?o podemos deixar que eles entrem selvagemente e destruam o tecido comunit?rio de cidades como Pacaraima?, disse, argumentando que a resposta n?o passa, no entanto, pela viol?ncia e por queimar ?roupas de quem j? est? miser?vel e sendo humilhado porque n?o consegue sobreviver no seu pa?s, mulheres, crian?as?.

Ciro aproveitou para declarar que o candidato pelo PSL, Jair Bolsonaro, tem responsabilidade na dissemina??o da ?cultura de ?dio? no debate pol?tico.

Bolsonaro, por sua vez, afirmou em seu perfil do Twitter que ?h? mais de um ano, muitos v?deos vem sendo publicados no youtube e mostram nossa postura sobre o assunto e as deriva??es da irresponsabilidade dos governos brasileiro e venezuelano?.

No fim de semana houve uma onda de viol?ncia em Pacaraima, deflagrada depois que o dono de um estabelecimento local foi esfaqueado e espancado supostamente por quatro venezuelanos.

Manifestantes brasileiros destru?ram tendas usadas pelos venezuelanos para acampar na rua perto de um terminal de ?nibus e incendiaram os pertences que os imigrantes deixavam para tr?s. Em resposta aos incidentes, o governo federal decidiu no domingo enviar um refor?o de 120 homens da For?a Nacional de Seguran?a a Roraima e determinou a intensifica??o dos esfor?os de interioriza??o de venezuelanos para outros Estados.

Dezenas de milhares de venezuelanos atravessaram a fronteira com o Brasil em Pacaraima nos ?ltimos anos, fugindo da turbul?ncia econ?mica e pol?tica em seu pa?s. O fluxo sobrecarregou os servi?os sociais do Estado e causou uma crise humanit?ria, com fam?lias dormindo nas ruas em meio ? crescente criminalidade e prostitui??o.

O governo de Roraima ingressou com a??o no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira solicitando a suspens?o tempor?ria da imigra??o de venezuelanos por meio da fronteira em Pacaraima, informou o governo estadual em nota.

A medida refor?a uma a??o j? impetrada por Roraima junto ao Supremo pedindo o fechamento da fronteira para a entrada de imigrantes venezuelanos, e visa 'evitar eventual perigo de conflitos, com derramamento de sangue entre brasileiros e venezuelanos', de acordo com o governo de Roraima.

(Reportagem de Maria Carolina Marcello)