Governo do Equador fecha acordo com grupos indígenas para encerrar protestos
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Por Alexandra Valencia e Ignacio Munoz
QUITO (Reuters) - O presidente do Equador, Len?n Moreno, concordou em substituir uma lei que encerrava subs?dios de d?cadas para os combust?veis por uma nova legisla??o que direciona recursos para os pobres, como parte de um acordo fechado no domingo com l?deres de protestos que assolaram o pa?s andino durante 10 dias.
O an?ncio foi feito ap?s a primeira reuni?o entre Moreno e l?deres ind?genas que levaram milhares de manifestantes ?s ruas da capital Quito para exigir que o presidente restabelecesse os subs?dios.
Moreno vinha se recusando a receber os manifestantes e defendia os cortes nos subs?dios como medida fundamental para os esfor?os de recuperar as finan?as do Equador depois de assinar um contrato de empr?stimo de 4,2 bilh?es de d?lares com o Fundo Monet?rio Internacional (FMI).
Mas conforme os confrontos entre a pol?cia e os manifestantes se tornaram mais violentos, Moreno disse que concordou em descartar a lei que era alvo de manifestantes, o Decreto 883, substituindo-a por uma vers?o modificada.
'Uma solu??o para a paz e para o pa?s: o governo substituir? o Decreto 883 por um novo que possua mecanismos para direcionar seus recursos para as pessoas que mais precisam', disse Moreno no Twitter ap?s o encontro na cidade de Cumbaya.
Em troca, os l?deres ind?genas, incluindo a organiza??o ind?gena Conaie, concordaram em cancelar os protestos, disse Arnaud Peral, representante local da Organiza??o das Na??es Unidas (ONU) e um dos mediadores nas negocia??es.
'Com este acordo, os protestos e a??es em todo o Equador terminam', disse Peral ao anunciar que um acordo fora alcan?ado, em declara??o transmitida pela televis?o.
Em segundos, fogos de artif?cio foram acionados em Quito e carros tocaram suas buzinas em comemora??o. Apesar do toque de recolher em toda a cidade, alguns moradores agitaram a bandeira do Equador em locais p?blicos para marcar o que parecia ser o fim de mais de uma semana de dist?rbios.
A Conaie disse que tamb?m estava comemorando a 'vit?ria', enfatizando a revoga??o dos cortes nos subs?dios dos combust?veis. Mas alertou no Twitter que o movimento 'n?o est? terminado at? que o acordo seja totalmente concretizado'.
Os dist?rbios come?aram primeiro com protestos liderados por caminhoneiros. Posteriormente, os manifestantes ind?genas tomaram a frente, mas afirmam que extremistas n?o ligados a eles foram respons?veis por instigar confrontos, e criticaram o governo pelo que consideram uma repress?o desproporcional.
N?o ficou claro o que especificamente ser? alterado com a nova lei ou em quanto tempo ela entrar? em vigor. Mas o governo est? comprometido em trabalhar com grupos ind?genas para elaborar a nova pol?tica, disse Peral.
No come?o do domingo, a cidade montanhosa de quase 3 milh?es de habitantes parecia uma zona de guerra, com ve?culos militares blindados patrulhando algumas ruas e sons de explos?es e tiros. No centro hist?rico, homens se abrigavam atr?s de barricadas improvisadas em meio a nuvens de g?s lacrimog?neo.
Pelo menos sete pessoas morreram, v?rias centenas ficaram feridas e mais de 1 mil foram presas nos protestos que come?aram em 3 de outubro, de acordo com monitores.
Moreno atribuiu os protestos ?s 'for?as das trevas' ligadas ao ex-presidente Rafael Correa, que ? um cr?tico feroz de seu governo. Correa nega ter se envolvido e chamou Moreno de vendido por ter dado uma guinada ? direita depois de ser eleito em uma plataforma de esquerda.
Os Estados Unidos e outros pa?ses da Am?rica do Sul apoiaram Moreno e condenaram a viol?ncia.
(Reportagem de Alexandra Valencia e Ignacio Munoz; Reportagem adicional de Mitra Taj)
Escrito por Redação
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