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Diretor do Inpe será exonerado após polêmica sobre dados de desmatamento

Placeholder - loading - Vista aérea de área desmatada na Amazônia, no Estado do Pará 20/04/2013 REUTERS/Nacho Doce
Vista aérea de área desmatada na Amazônia, no Estado do Pará 20/04/2013 REUTERS/Nacho Doce

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Por Jake Spring

BRAS?LIA (Reuters) - O diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Ricardo Galv?o, ser? exonerado do cargo ap?s a pol?mica com o presidente Jair Bolsonaro em torno de dados de desmatamento da Amaz?nia, informou o Minist?rio da Ci?ncia, Tecnologia, Inova??es e Comunica??es.

'O Minist?rio da Ci?ncia, Tecnologia, Inova??es e Comunica??es (MCTIC) informa que o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Ricardo Galv?o, ser? desligado do cargo de diretor do Instituto, conforme anunciado por ele em pronunciamento ? imprensa na manh? desta sexta-feira', afirmou a pasta em nota.

'O MCTIC agradece a Ricardo Galv?o pelo profissionalismo ? frente do instituto, pela condu??o dos projetos que gerenciou e tamb?m destaca o seu alto gabarito e curr?culo exemplar. O ministro Marcos Pontes afirma que o Inpe ? um instituto de grande relev?ncia para a sociedade brasileira, com imenso prest?gio no Brasil e exterior, mantendo seu compromisso com as pesquisas e projetos que desenvolve.'

Segundo o comunicado, a escolha do substituto de Galv?o 'se dar? de acordo com o m?rito necess?rio ao cargo'.

O pr?prio Galv?o comentou a decis?o a jornalistas antes da divulga??o da nota do minist?rio, afirmando que a situa??o ficou insustent?vel por conta de sua declara??es quando Bolsonaro disse que os dados do Inpe sobre desmatamento da Amaz?nia eram mentirosos.

'Eu tinha uma preocupa??o muito grande que isso ia respingar no Inpe. Isso n?o vai acontecer. O ministro inclusive, n?s discutimos em detalhe como vai ser a continua??o da administra??o do Inpe, agora ? claro, diante do fato, a maneira como eu me manifestei com rela??o ao presidente, criou-se um constrangimento que ? insustent?vel. Ent?o eu serei exonerado', disse Galv?o nesta sexta-feira.

'Ele (Pontes) concorda inteiramente com os dados do Inpe, ele sabe como s?o os dados do Inpe. Foi s? uma quest?o simples de comunica??o que houve e que n?s esperamos corrigir. N?s temos que aprender com os erros e temos que corrigir no futuro', acrescentou Galv?o.

A exonera??o de Galv?o foi criticada por parlamentares contr?rios ao governo Bolsonaro e o l?der da oposi??o na C?mara dos Deputados, Alessandro Molon (PSB-RJ), disse que a medida faz parte de uma 'escalada autorit?ria' do presidente, que nas ?ltimas semanas tem feito uma s?rie de declara??es controversas.

'Estamos acompanhando uma escalada autorit?ria de Jair Bolsonaro. Ele n?o aceita ser contrariado, mesmo quando h? fatos cient?ficos comprovando que ele est? errado. Este foi o caso do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais sobre o desmatamento da Amaz?nia', disse Molon, segundo nota divulgada por sua assessoria.

'A forma como tem conduzido a sua pol?tica ambiental tem consequ?ncias graves, que n?o afetam apenas o meio ambiente, mas tamb?m a economia e a qualidade de vida das pessoas --no Brasil e no mundo tamb?m.'

A informa??o de que o desmatamento da Amaz?nia havia saltado 88% em junho deste ano na compara??o com igual per?odo de 2018, baseada em dados do sistema de monitoramento Deter, do Inpe, irritou Bolsonaro que, em entrevista a correspondentes estrangeiros no m?s passado, disse que os dados eram mentirosos e que o diretor do Inpe poderia estar a servi?o de organiza??es n?o governamentais. [nL2N24K0ON]

Galv?o rebateu o presidente tamb?m de forma dura, classificando a atitude de Bolsonaro de 'pusil?nime e covarde'. Ele disse, ainda, ? ocasi?o, que a inten??o do presidente era de que ele pedisse demiss?o do posto, mas que ele n?o faria isso e desafiou Bolsonaro a repetir as declara??es pessoalmente.

Na quinta-feira, Bolsonaro deu uma entrevista coletiva ao lado do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, em que reconheceu que o desmatamento da Amaz?nia est? em alta, mas n?o nos patamares indicados pelo Inpe. Ele afirmou, ainda, que a divulga??o de not?cias sobre meio ambiente que, segundo ele, n?o condizem com a verdade, prejudicam o Brasil no exterior, especialmente na assinatura de acordos. [nL2N24X1V8]

Na mesma entrevista, Salles afirmou que o desmatamento da Amaz?nia est? crescendo desde 2012, mas tamb?m disse que a informa??o de alta de 88% em junho n?o ? verdade, embora n?o tenha estimado qual seria o percentual real. O ministro argumentou que o Deter n?o serve para avaliar o desmatamento m?s a m?s. [nL2N24X1VB]

Salles anunciou que ser? aberta uma licita??o para contratar um novo sistema de monitoramento e disse que o Deter seguir? sendo usado para alertas de desmatamento em tempo real no aux?lio ? fiscaliza??o.

Ele apontou o sistema Prodes, tamb?m do Inpe e que h? d?cadas avalia o desmatamento da Amaz?nia no per?odo de 12 meses de agosto de um ano a julho do ano seguinte como a m?trica mais adequada para aferir a perda florestal amaz?nica.

Na coletiva, Bolsonaro reconheceu que sua fama no exterior ? 'p?ssima', ao passo que Salles disse que o governo tem uma estrat?gia de comunica??o para, segundo ele, esclarecer a situa??o real do desmatamento da Amaz?nia fora do Brasil.

(Reportagem adicional de Eduardo Sim?es e La?s Martins, em S?o Paulo, e de Anthony Boadle, em Bras?lia)

Escrito por Redação

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