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Presidente interina da Bolívia busca unir oposição a Morales em recomeço de batalha eleitoral

Placeholder - loading - Presidente interina da Bolívia, Jeanine Añez 30/12/2019 REUTERS/David Mercado
Presidente interina da Bolívia, Jeanine Añez 30/12/2019 REUTERS/David Mercado

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Por Adam Jourdan e Monica Machicao

LA PAZ (Reuters) - A presidente interina da Bol?via, Jeanine A?ez, est? tentando unir a fragmentada oposi??o para assegurar uma vit?ria eleitoral em maio e impedir que o partido socialista do l?der destitu?do Evo Morales volte ao poder.

A?ez, uma conservadora de 52 anos de idade que chegou ao poder com o v?cuo que se seguiu ? ren?ncia de Morales no ano passado, disse que convocaria nesta semana uma c?pula de partidos pol?ticos para ajudar na derrota do Movimento para o Socialismo (MAS) de Morales.

Ela disse, no entanto, que no momento n?o planeja se candidatar. Morales est? na Argentina e j? disse que n?o participar? das elei??es de maio, mas est? desempenhando um papel importante na campanha do partido fundado por ele.

'Se diluirmos os votos, isso ir? obviamente beneficiar Evo Morales', disse A?ez em uma entrevista ? Reuters no pal?cio presidencial, no centro hist?rico de La Paz. 'N?o podemos arriscar um retorno aos mesmos 14 anos de opress?o e autoritarismo de Evo Morales, que ? totalmente doente pelo poder.'

A iniciativa para unir a oposi??o a Morales ressalta o desafio que os conservadores bolivianos ter?o pela frente em uma elei??o que poder? ser chave para o futuro do pa?s rico em g?s e l?tio.

A?ez, que se tornou presidente quase ao acaso depois de assumir seguindo a linha de sucess?o ap?s Morales e seu vice renunciarem, est? no centro de uma tempestade pol?tica que desestabilizou a Bol?via, onde a imagem de Morales era onipresente desde o transporte p?blico a est?dios esportivos por mais de uma d?cada.

Morales deixou o cargo no dia 10 de novembro, um m?s ap?s uma vit?ria eleitoral contestada que levou a protestos e ao desembarque do apoio de aliados, pol?cia e militares pouco depois.

A convuls?o pol?tica deixou duras divis?es no pa?s, que ter? novas elei??es no dia 3 de maio. Os candidatos de alguns dos principais partidos pol?ticos ainda n?o foram escolhidos.

Morales diz que A?ez e outros lideraram um golpe apoiado pelos Estados Unidos contra seu governo. Seus cr?ticos dizem que ele se manteve no poder por muito tempo, inclusive se candidatando a um quarto mandato que desafiou os limites constitucionais.

A forte presen?a policial no lado de fora do pal?cio presidencial funciona como um lembrete dos dist?rbios violentos do ano passado. A?ez nega que um golpe tenha acontecido.

'Foi um processo vencido por todos os bolivianos quando sa?mos ?s ruas para defender a democracia e a liberdade', disse. O fato de seu governo interino ter estabelecido um novo tribunal eleitoral e um cronograma para a realiza??o de novas elei??es ? uma evid?ncia de que ela n?o est? tentando se manter no poder, acrescentou.

POL?TICA EXTERNA

Sob A?ez, a Bol?via fez um giro de 180 graus em sua pol?tica externa, afastando-se dos aliados de esquerda de Morales na Venezuela e Cuba e refor?ando os la?os com os Estados Unidos.

'Agora que estamos iniciando um processo eleitoral, esperamos que eles (Estados Unidos) nos ajudem, assim como tamb?m estamos recebendo ajuda da Uni?o Europ?ia e da Organiza??o dos Estados Americanos', afirmou.

A?ez disse que uma equipe t?cnica da Usaid, a ag?ncia de desenvolvimento dos EUA que foi expulsa da Bol?via por Morales em 2013, estava no pa?s, realizando reuni?es com departamentos governamentais para avaliar uma poss?vel colabora??o em torno da ajuda.

'Vamos receber a ajuda com prazer, embora eu enfatize dentro da estrutura de nossa pr?pria soberania. Vamos trabalhar com eles', disse A?ez.

As mudan?as nas alian?as ??criaram problemas para a Bol?via, com destaque para os l?deres de esquerda no M?xico e na Argentina. A Bol?via expulsou o embaixador mexicano por uma disputa diplom?tica, enquanto os la?os comerciais com a Argentina se deterioraram.

Isso impactou as negocia??es sobre as principais exporta??es de g?s.

'Fomos muito bem com o Brasil, mas ainda n?o iniciamos negocia??es com a Argentina, o que provavelmente ser? mais dif?cil', disse A?ez, citando diferen?as pol?ticas e ideol?gicas.

(Reportagem de Adam Jourdan e Monica Machicao)

Escrito por Reuters

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