Crise argentina afeta exportações de veículos e produção brasileira despenca em setembro
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S?O PAULO (Reuters) - O Brasil deve amargar uma redu??o de 8,6 por cento nas exporta??es de ve?culos neste ano por conta da crise na Argentina, previu nesta quinta-feira a entidade representativa das montadores brasileiras.
A previs?o ? que o Brasil exporte este ano 700 mil ve?culos, ante estimativa no in?cio do ano de embarques de mais de 800 mil unidades, disse nesta quinta-feira a Associa??o Nacional dos Fabricantes de Ve?culos Automotores (Anfavea).
'V?rias de nossas empresas est?o ajustando suas produ??es para a nova realidade das exporta??es, que ? muito menor do que est?vamos esperando no come?o do ano', disse o presidente da Anfavea, Antonio Megale, a jornalistas ap?s divulgar dados do setor para o m?s de setembro. [nE6N1RG00N]
'A Argentina representa 70 por cento de nossas exporta??es e no m?s passado a Argentina foi respons?vel por 50 por cento. Esperamos que as medidas que o governo de l? est? tomando permitam ? Argentina equacionar as suas dificuldades. Isso ? muito importante para n?s no Brasil', acrescentou.
No acumulado do ano, as exporta??es de ve?culos do Brasil para a Argentina somam 363,1 mil unidades de um volume total vendido ao mercado externo de 524,3 mil. Um ano antes, as exporta??es acumuladas para a Argentina nos nove primeiros meses do ano tinham sido de 395,2 mil ve?culos.
O executivo afirmou ainda que, al?m da Argentina, o M?xico reduziu muito as importa??es do Brasil. 'Estamos com queda acumulada neste ano de 50 por cento ante o mesmo per?odo do ano passado.' Tamb?m no acumulado do ano, as vendas de ve?culos produzidos no Brasil para o M?xico somaram 34,9 mil unidades ante volume de 69,3 mil vendido no mesmo per?odo de 2017.
Com a queda nas exporta??es, a produ??o de ve?culos no Brasil caiu 23,5 por cento em setembro ante agosto, para 223,1 mil carros, comerciais leves, caminh?es e ?nibus, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira pela Anfavea.
Megale comentou que apesar dos ajustes de produ??o feitos pelas montadoras em um ambiente de demanda menor que a esperada no in?cio do ano o n?vel de emprego no setor n?o est? amea?ado 'de maneira nenhuma'. A ind?stria automotiva encerrou setembro com 132.480 postos ocupados, um crescimento de 3,6 por cento na rela??o anual.
Segundo o presidente da Anfavea, as montadoras est?o tentando redirecionar produ??o para outros destinos, que incluem outros mercados na Am?rica do Sul, como Chile, Col?mbia e Peru. As exporta??es de ve?culos e m?quinas agr?colas em setembro somaram 990 milh?es de d?lares, queda de 23,6 por cento ante agosto e de 28,6 por cento sobre um ano antes.
Na compara??o com setembro de 2017, a produ??o teve queda de 6,3 por cento. Com o resultado, no acumulado de janeiro a setembro, o volume produzido alcan?ou 2,19 milh?es de unidades, 10,5 por cento acima do total montado no mesmo per?odo do ano passado.
Os licenciamentos de ve?culos novos no m?s passado ca?ram 14,2 por cento ante agosto e avan?aram 7,1 por cento na compara??o anual, para 213,3 mil unidades, segundo os dados da entidade. As vendas nos nove primeiros meses do ano somaram 1,85 milh?o de ve?culos, 14 por cento a mais que o registrado um ano antes.
PESADOS
O destaque das vendas no mercado interno segue sendo o mercado de ve?culos pesados. As vendas de caminh?es em setembro subiram 47,7 por cento na compara??o anual, para 6,7 mil unidades, enquanto as de ?nibus dispararam 73 por cento frente a n?meros fracos do ano passado.
'Poder?amos estar crescendo mais. Algumas condi??es econ?micas, como financiamento, j? permitem isso', disse Marco Saltini, vice-presidente da Anfavea sobre o segmento de caminh?es.
Questionado se o movimento nas vendas de caminh?es ? um desdobramento da introdu??o da tabela de fretes rodovi?rios, Saltini afirmou que trata-se mais de estrat?gia de renova??o de frotas uma vez que empresas geradoras de carga seguem fazendo consultas sobre aquisi??es de ve?culos pr?prios, mas n?o est?o fechando neg?cios. 'H? muitas consultas, muitas empresas pesquisando pre?os, mas ainda n?o houve neg?cios.'
Sobre o cen?rio eleitoral, o presidente da Anfavea afirmou que a entidade espera que o ritmo de recupera??o da economia 'se mantenha para o ano que vem'.
'Entendemos que n?o vamos ter uma mudan?a radical no come?o. Estamos vendo que, qualquer que seja o candidato eleito, eles entendem que ? preciso fazer ajustes na economia. O n?vel de otimismo na economia vai depender da velocidade com que as reformas forem implementadas', disse Megale.
(Por Alberto Alerigi Jr.)
Escrito por Redação
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