Produção e novos pedidos despencam em abril e contração da indústria do Brasil se aprofunda, mostra PMI
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Por Camila Moreira
S?O PAULO (Reuters) - A contra??o da ind?stria brasileira se aprofundou em abril, em meio aos efeitos da pandemia de coronav?rus, com quedas recordes em volume de produ??o e novos pedidos, mostrou a pesquisa ?ndice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em ingl?s) nesta segunda-feira.
O IHS Markit informou que o PMI do setor industrial foi a 36,0 em abril, de 48,4 em mar?o, na deteriora??o mais acentuada nas condi??es de neg?cios desde o in?cio da pesquisa, em fevereiro de 2006. O recorde anterior havia sido registrado no auge da crise financeira mundial, em janeiro de 2009.
Ao ir mais ainda abaixo da marca de 50 --que separa crescimento de contra??o--, o ?ndice apontou quedas recordes nos volumes de produ??o e novos pedidos em abril, diante do fechamento de empresas e do isolamento de pessoas para evitar a propaga??o do coronav?rus, o que reduziu fortemente a demanda.
Os novos pedidos recuaram em todos os tr?s subsetores pesquisados, com a queda mais intensa sendo registrada pelos produtores de bens de investimento, segundo o IHS Markit.
'Os dados do PMI de abril mostram a forte e s?bita contra??o que atingiu o setor industrial brasileiro ap?s o surto da Covid-19. Os volumes de produ??o e de novos pedidos ca?ram significativamente..., com a retra??o sendo ainda mais severa do que a crise financeira global e a pior desde o in?cio da pesquisa h? mais de quatorze anos', destacou em nota Andrew Harker, diretor de Economia do IHS Markit.
As restri??es vistas em mercados de todo o mundo tamb?m fizeram com que o volume novos pedidos para exporta??o contra?sse a um ritmo substancial.
Diante da queda da demanda, a redu??o do n?vel de empregos no m?s foi a mais forte desde junho de 2016, em meio ?s tentativas de reduzir custos e de fazer ajustes diante das necessidades mais baixas de produ??o.
A alta do d?lar frente ao real tamb?m afetou o setor industrial, uma vez que os pre?os de insumos continuaram a aumentar a um ritmo acentuado. Como consequ?ncia, as empresas aumentaram seus pre?os de venda.
O subsetor de bens de consumo foi o que registrou o aumento mais forte nos pre?os de insumos dentre as tr?s categorias monitoradas.
'Como se n?o bastasse, as empresas tamb?m est?o sendo atingidas por aumentos de custos causados pelo enfraquecimento do real em rela??o ao d?lar americano, for?ando-as a aumentar seus pre?os de venda apesar da forte queda na demanda', disse Harker.
Em abril, o d?lar chegou a flertar com 5,75 reais na venda, um recorde hist?rico nominal. A cota??o subiu 4,69% no m?s passado, o quarto seguido de ganhos, e j? acumula aprecia??o de 35,51% em 2020.
Com a pandemia, d?vidas sobre o tempo que a economia levar? para voltar ao normal e preocupa??es em rela??o ao consumo, o otimismo em rela??o aos neg?cios caiu acentuadamente em abril pelo segundo m?s consecutivo e atingiu o ponto mais baixo em pouco mais de quatro anos.
Ainda assim, algumas empresas esperam que a produ??o aumente, ajudada por um crescimento de novos pedidos depois que a pandemia for controlada.
Escrito por Reuters
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