Protestos no Chile deixam 11 mortos; Piñera diz que país enfrenta inimigo poderoso
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Por Aislinn Laing e Natalia A. Ramos Miranda
SANTIAGO (Reuters) - O n?mero de mortos nos protestos ocorridos durante o fim de semana no Chile subiu para 11 pessoas, informaram autoridades nesta segunda-feira, ap?s um recrudescimento da viol?ncia e do vandalismo na capital que levou o presidente Sebasti?n Pi?era a declarar que o pa?s est? em guerra contra um inimigo poderoso.
Apesar de seu clamor por um di?logo para se chegar a acordos a respeito das demandas feitas nas manifesta??es, saques e barricadas continuaram na madrugada desta segunda-feira, em que vigorou um toque de recolher que levou militares e ve?culos blindados ?s ruas de v?rias cidades do pa?s.
Moradores da capital retomaram a rotina parcialmente nesta segunda-feira, mas com restri??es nos servi?os de transportes e no com?rcio, em meio aos vest?gios das barricadas, que deixaram danos numerosos.
Grandes filas se formaram diante de postos de combust?vel, assim como em supermercados, mas alguns mercados municipais operavam normalmente.
As manifesta??es se replicaram em v?rias outras cidades chilenas, como Valpara?so e La Serena, onde tamb?m se imp?s o controle militar.
'Estamos em guerra contra um inimigo poderoso, implac?vel, que n?o respeita nada nem ningu?m, que est? disposto a usar a viol?ncia e a delinqu?ncia sem nenhum limite, inclusive quando significa perda de vidas humanas', disse Pi?era na noite de domingo, em refer?ncia aos atos de vandalismo.
O general Javier Iturriaga, encarregado de vigiar a capital durante o estado de emerg?ncia e dotado do poder de restringir a liberdade de movimento dos cidad?os, disse taxativamente nesta segunda-feira que n?o est? em guerra com ningu?m.
'Sou um homem feliz. A verdade ? que n?o estou em guerra com ningu?m', disse, ao ser indagado em uma coletiva de imprensa na qual informou a abertura parcial do com?rcio e dos servi?os.
A governadora da regi?o metropolitana de Santiago, Karla Rubilar, confirmou que, at? o momento, h? 11 mortos na regi?o em consequ?ncia dos incidentes do fim de semana, tr?s v?timas fatais no s?bado e oito no domingo.
Em Santiago, as autoridades de transporte disponibilizaram mais ?nibus e reabriram parcialmente o metr? ap?s a interrup??o total do final de semana. A maioria das escolas e universidades estava fechada, e v?rias empresas autorizaram seus funcion?rios a ficarem em casa nesta segunda-feira.
A capital do Chile, um pa?s citado como exemplo de estabilidade econ?mica e pol?tica na Am?rica Latina, n?o era submetida a um toque de recolher h? mais de 30 anos, quando ainda vigorava a ditadura do general Augusto Pinochet.
A alta comiss?ria das Na??es Unidas para os Direitos Humanos, a ex-presidente chilena Michelle Bachelet, pediu nesta segunda-feira a abertura de uma investiga??o independente sobre as mortes.
Em um comunicado emitido por seu gabinete em Genebra, Bachelet fez um apelo por di?logo imediato entre as partes para deter a 'ret?rica inflamat?ria'.
'? essencial que todos os atos que tenham provocado les?es e morte, tanto por parte das autoridades como dos manifestantes, sejam submetidos a investiga??es independentes, imparciais e transparentes', disse Bachelet, que foi presidente do Chile por dois mandatos.
(Reportagem adicional de Fabi?n Andr?s Cambero, em Santiago, e Stephanie Nebehay, em Genebra)
Escrito por Redação
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