Queda do petróleo pode cortar em 20% aporte em exploração no país, diz Wood Mackenzie
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Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A derrocada dos pre?os internacionais do petr?leo poder? levar a um corte de 300 milh?es a 600 milh?es de d?lares em investimentos previstos para explora??o de petr?leo no Brasil em 2020, al?m de adiar ou at? mesmo impedir o t?o esperado desenvolvimento de novas fronteiras no pa?s, disseram especialistas da Wood Mackenzie ? Reuters.
Antes do colapso dos pre?os, a renomada consultoria previa para este ano aportes de 3 bilh?es de d?lares no Brasil em explora??o, considerando principalmente planos da Petrobras, da anglo-holandesa Shell, da norueguesa Equinor, dentre outras.
Em seu plano de neg?cios, a petroleira brasileira apontou m?dia de investimentos em explora??o de 2,3 bilh?es de d?lares por ano entre 2020 e 2024.
Para os c?lculos, a Wood Mackenzie considera uma redu??o de at? 20% de aportes previstos pela Petrobras para explora??o neste ano, al?m de um corte percentual similar em investimentos de outras petroleiras, caso os pre?os do petr?leo fiquem por volta dos 35 d?lares por barril.
Os valores do petr?leo Brent, refer?ncia global, ca?ram mais de 50% neste ano, fechando em torno de 30 d?lares por barril na segunda-feira, com impactos de uma guerra de pre?os entre R?ssia e Ar?bia Saudita somando-se aos temores de menor demanda gerados pelo novo coronav?rus.
'Acho que todo mundo... est? fazendo uma avalia??o do que pode fazer para economizar dinheiro, a nossa expectativa ? de corte de capex', afirmou ? Reuters Marcelo de Assis, chefe de pesquisa da Am?rica Latina na ?rea de upstream da Wood Mackenzie.
O especialista ressaltou que atividades explorat?rias, como s?smicas e perfura??es, caso contratadas, t?m mais chances de serem realizadas. Mas a tend?ncia, segundo ele, ? que as empresas prefiram gerar caixa do que se comprometer com novos compromissos.
Atualmente, segundo a consultoria, empresas como Petrobras e Shell --as duas maiores produtoras do Brasil-- j? t?m contratos de perfura??o ou de outras atividades explorat?rias em curso, que podem ser mantidos.
'A Petrobras tinha um programa bastante extenso para este ano de explora??o no pr?-sal, vamos ver se realmente ser? efetivado', afirmou Assis.
Ambas as empresas n?o responderam imediatamente a pedidos de coment?rios.
J? a norte-americana Exxon e a francesa Total ainda aguardam licen?as importantes para perfura??o, o que facilitaria a posterga??o de atividades, na avalia??o da consultoria.
Em resposta ? Reuters, ambas as empresas afirmaram que, at? o momento, n?o houve mudan?as nos planos para o pa?s.
A francesa acrescentou que entrou com pedido de licen?a em fevereiro junto ao Ibama para perfurar o bloco C-M-541, na Bacia de Campos, arrematado em leil?o no ano passado por um b?nus de assinatura de 4,029 bilh?es de reais. Al?m disso, tem em curso uma campanha de perfura??o de quatro po?os desde junho de 2019 no campo de Lapa, na Bacia de Santos, com sonda j? contratada.
A norueguesa Equinor, para a Wood Mackenzie, provavelmente dever? manter atividades importantes para o desenvolvimento da importante descoberta de Carcar?, cuja declara??o de comercialidade j? foi submetida ? ag?ncia reguladora ANP.
? Reuters, a Equinor afirmou que est? seguindo seus planos e 'atualmente n?o h? mudan?as no projeto de Carcar? ou no programa de explora??o'.
INCERTEZAS
A poss?vel deteriora??o do cen?rio para investimentos em explora??o vem ap?s o Brasil ter obtido sucesso em anos anteriores concedendo grandes e promissoras ?reas do pr?-sal para a explora??o e, com isso, arrecadando bilh?es de d?lares em b?nus de assinatura.
Mas tais ?reas ainda cont?m riscos explorat?rios n?o mitigados e um futuro ?xito na produtividade delas n?o est? garantido, ressaltaram especialistas da Wood Mackenzie.
Juliana Miguez, gerente de pesquisa da Am?rica Latina na ?rea de upstream, ressaltou que duas grandes ?reas concedidas recentemente, Peroba (operado pela Petrobras) e Alto de Cabo Frio Oeste (operado pela Shell), apresentaram resultados n?o operacionais ap?s as primeiras perfura??es.
'J? havia um cen?rio de incerteza e agora ? agravado pelo pre?o do barril', disse Miguez.
Outra consequ?ncia negativa do recuo de pre?os do petr?leo poder? ser um adiamento ainda maior da explora??o e desenvolvimento de novas fronteiras no Brasil, algo que governantes e ind?stria no Brasil v?m buscando h? muitos anos em regi?es como na margem equatorial.
H? um entendimento de que a explora??o do potencial dessas ?reas j? deveria estar em curso, uma vez que diversos pa?ses v?m buscando estimular o desenvolvimento de energias renov?veis e reduzir aos poucos o uso do combust?vel f?ssil.
'Se demorar 10 anos entre uma descoberta at? o primeiro ?leo, a gente j? est? falando em depois de 2030. Ent?o, imagina como ser? o cen?rio, no contexto de transi??o energ?tica... existe uma chance real desses volumes n?o serem desenvolvidos', afirmou Miguez.
(Por Marta Nogueira)
Escrito por Reuters
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