Queiroz diz em depoimento escrito que administrava pagamentos de gabinete de Flávio Bolsonaro

Por Rodrigo Viga Gaier

RIO DE JANEIRO (Reuters) - Fabr?cio Queiroz, ex-assessor do senador Fl?vio Bolsonaro (PSL-RJ), disse ao Minist?rio P?blico do Rio de Janeiro em depoimento escrito que administrava os pagamentos do gabinete do ent?o deputado estadual e garantiu que n?o havia irregularidades nos pagamentos dos servidores.

Queiroz foi convocado mais de uma vez pelo MP para prestar depoimento sobre a movimenta??o financeira at?pica em suas contas verificada pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), mas n?o compareceu alegando problemas de sa?de.

No depoimento escrito o ex-assessor de Fl?vio, filho do presidente Jair Bolsonaro, declarou que era o respons?vel por gerenciar o pagamento dos funcion?rios lotados no gabinete do ent?o deputado estadual, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), mas que Fl?vio n?o tinha conhecimento sobre funcionamento.

Queiroz disse no depoimento escrito que gozava de confian?a do ent?o deputado e que foi escolhido para o cargo por ter atua??o pr?xima a pessoas da ?rea de seguran?a e pol?cia, grupos ligados ? base eleitoral de Fl?vio.

O ex-assessor disse que ?entendeu que a melhor forma de intensificar a atua??o pol?tica seria a multiplica??o dos assessores da base eleitoral, valendo-se, assim, da confian?a e da autonomia que possu?a para designar v?rios assistentes de base, a partir do gerenciamento dos valores que cada um recebia mensalmente?.

Sobre o movimento identificado pelo Coaf de 1,2 milh?o de reais entre os anos de 2016 e 2017, Queiroz argumentou que isso seria referente a dinheiro recebido pela fam?lia uma vez que o sal?rio de toda a fam?lia incluindo mulher e filhos era depositado em sua conta. Al?m disso, pela conta, segundo o ex-assessor, passavam tamb?m recursos provenientes de compra e venda de carros e eletrodom?sticos.

Na avalia??o de uma fonte pr?xima ?s investiga??es, que pediu para n?o ser identificada, o depoimento era fr?gil, pouco esclarecedor e inconclusivo.

?? um depoimento do tipo 'n?o fede nem cheira'. O papel aceita qualquer vers?o?, disse a fonte. ?Se por decis?o judicial, o caso puder evoluir para uma quebra de sigilo fiscal e banc?rio podemos conhecer o verdadeiro perfil do cidad?o e o que ele realmente fez?, acrescentou.

Procurado, o MP do Rio de Janeiro afirmou que o caso segue sob sigilo de Justi?a e que as informa??es s? poder?o estar dispon?veis se houver o levantamento do sigilo.

O advogado de Queiroz, Paulo Klein, disse ? Reuters que o ex-assessor n?o ?cometeu nem confessou nenhum crime?.

?O MP tem a sua vis?o, a argumenta??o pode ter sido considerada fr?gil porque ainda n?o ? o momento de apresentar as provas. Vamos entregar as provas, uma defesa s?lida e consistente para mostrar que n?o houve nenhuma ilicitude?, argumentou Klein.