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R$0,25 a mais no preço de lanche pode reduzir sofrimento de milhões de animais, diz ONG

Placeholder - loading - Proteção Animal Mundial lança campanha para melhoria de condições de vida de frangos de corte no Brasil REUTERS/Seun Sanni
Proteção Animal Mundial lança campanha para melhoria de condições de vida de frangos de corte no Brasil REUTERS/Seun Sanni

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S?O PAULO (Reuters) - Basta uma moeda a mais para que milh?es de animais de produ??o tenham uma vida melhor antes de virarem alimento em redes de fast food do Brasil, defende campanha lan?ada nesta quarta-feira pela organiza??o internacional Prote??o Animal Mundial, que toma como base estudo comparativo de custos de cria??o de frangos no pa?s.

Segundo a entidade, ONG anteriormente conhecida como Sociedade Mundial de Prote??o Animal, um sandu?che de uma rede de fast food no Brasil que usa frango criado com alto n?vel de bem-estar sai 25 centavos de real mais caro que aquele que cont?m carne de um animal criado em condi??es que estimulam crescimento acelerado e alta concentra??o de animais por metro quadrado.

A pesquisa, realizada em parceria com a consultoria internacional IHS Markit, analisou custos fixos e vari?veis de diferentes sandu?ches de carne de frango e outros produtos de frango como nuggets. Segundo o levantamento, a carne de frango representa entre 8% e 11% do custo total do produto.

'O Brasil n?o tem legisla??o espec?fica sobre bem-estar de animais de produ??o e a? ficamos ? merc? de quem compra os produtos. Quem impulsionar? a mudan?a ? quem consome', afirmou ? Reuters a coordenadora de bem-estar animal na Prote??o Animal Mundial no Brasil, Paola Rueda.

A campanha da Prote??o Animal Mundial ? lan?ada em um momento de crescimento no n?mero de consumidores que se declaram como vegetarianos ou que t?m interesse em produtos alternativos ? carne animal. Empresas como Fazendo Futuro, Superbom, Seara e Marfrig lan?aram este ano produtos ? base de plantas alternativos a itens como hamb?rgueres de carne de boi e bife de frango, de olho em um mercado que est? movimentando bilh?es de d?lares nos Estados Unidos.

'Nenhuma rede fast food hoje no Brasil tem compromissos de aquisi??o de produtos que zelam pelo bem-estar dos animais. Estamos procurando comprometimentos no Brasil das grandes redes internacionais, que l? fora t?m compromissos firmados', acrescentou ela, referindo-se a frango de corte e citando como exemplos redes como KFC , Burguer King e Subway.

Rueda comentou que atualmente o tempo m?dio de crescimento dos frangos no Brasil at? o abate ? de 42 dias, ganhando 65 gramas de peso por dia. Segundo ela, essa velocidade causa uma s?rie de problemas aos animais e preju?zo ?s pr?prias granjas, uma vez que o desenvolvimento acelerado dos frangos gera dores cr?nicas e at? fraturas, o que leva ao descarte.

'Hoje, o frango cresce muito rapidamente por causa de melhoramentos gen?ticos, mas as articula??es n?o aguentam essa velocidade de crescimento muscular. Um dos nossos pontos ? que esses animais tenham um crescimento saud?vel, um pouco mais lento, passando de 42 para 52 dias antes do abate', disse Rueda.

Al?m do crescimento acelerado, a entidade tamb?m cita um quadro de aumento na densidade das granjas, que podem chegar a destinar um espa?o menor que uma folha de papel A4 para cada frango viver. O pedido da Prote??o Animal Mundial ? para uma redu??o na m?dia de animais por metro quadrado de 11 para 8,5. Essa redu??o, al?m de dar mais espa?o ?s aves, ajudaria, junto com a desacelera??o no crescimento, a reduzir o n?vel de estresse dos frangos, fortalecendo o sistema imunol?gico dos animais, disse Rueda.

'Animal sem estresse cr?nico fica menos sujeito a ficar imunossuprimido e a possibilidade das bact?rias se reproduzirem ? menor', disse ela, citando a salmonella como exemplo.

A rede Subway afirmou em comunicado que d? prefer?ncia de compra a fornecedores que compartilham do compromisso do grupo com o bem-estar animal e que todo frango servido nas lojas no pa?s vem de aves livres de confinamento em gaiolas.

'N?s j? iniciamos uma transi??o para trabalharmos apenas com fornecedores que utilizam ovos de galinhas n?o confinadas em gaiolas. Nos comprometemos que at? 2025 ou antes, 100% dos ovos utilizados nas f?rmulas dos produtos nos restaurantes da Subway Brasil, ser?o de galinhas n?o submetidas a confinamento.'

Por sua vez, a KFC Brasil, franquia master da rede KFC, afirmou em comunicado que 'embora alguns mercados estejam mais avan?ados do que outros nessas ?reas (de bem estar animal), nosso objetivo ? a melhoria cont?nua dos padr?es de cuidados com animais em todo o mundo'. A companhia afirmou ainda que sua pol?tica global ? concentrada em quatro ?reas principais de sa?de e bem-estar animal: taxas de mortalidade reduzidas, sa?de animal aprimorada, mobilidade animal e redu??o do estresse.

O Burguer King Brasil afirmou que 'possui pol?ticas r?gidas relacionadas ao bem estar animal que precisam ser cumpridas para que um fornecedor seja homologado. A rede refor?a o seu compromisso na escolha de seus parceiros para oferecer respeito e qualidade em toda cadeia produtiva'.

Segundo a Prote??o Animal Mundial, que em novembro vai organizar um simp?sio em S?o Paulo sobre o futuro dos sistemas de produ??o de alimentos, apesar de a maior parte dos grandes criadores de frango no pa?s estar nos n?vels 3 e 4 de uma escala de 1 a 6 do Farm Animal Welfare Report, que classifica o n?vel de bem estar dos animais, o sistema fechado de cria??o intensiva sem luz natural tem mostrado sinais de estar crescendo no pa?s.

Nas contas da entidade, incluir cuidados como instala??o de poleiros e fardos de feno nas granjas e garantir seis horas cont?nuas de escuro por dia para descanso adequado das aves, custariam 38 centavos de real a mais por quilo de ave viva.

'A ideia aqui n?o ? defender a cria??o de frango solto, o que geraria um custo absurdo para os produtores... O que o estudo mostra ? que se mexer em todos esses outros aspectos, o bem-estar dos animais melhora muito e o custo n?o ? t?o caro.'

Escrito por Redação

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