Redução de contribuição para Sistema S é parte de política para desonerar folha, diz Marcos Cintra

BRAS?LIA (Reuters) - A redu??o na contribui??o das empresas para o Sistema S seria parte de uma pol?tica de desonera??o geral da folha de pagamentos visando a cria??o de empregos, disse nesta ter?a-feira o economista Marcos Cintra, que comandar?, no futuro governo, a Secretaria Especial da Receita Federal.

'O custo da folha de sal?rios hoje ? onerado em 20 por cento, contribui??o patronal ao INSS, mais 6,5 por cento, aproximadamente, do Sistema S. E ? esse estudo que est? sendo objeto de uma avalia??o muito precisa, porque o principal objetivo ? gerar emprego. Fazer com que a folha de sal?rios seja menos onerada', defendeu Cintra a jornalistas.

Na segunda-feira, em uma palestra na Federa??o das Ind?strias do Rio de Janeiro (Firjan), o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu um corte de at? 50 por cento nos valores repassados ao Sistema S.

'Como voc? pode falar em cortar isso e aquilo e n?o cortar o Sistema S? Tem que meter a faca no Sistema S tamb?m. Voc?s est?o achando que a CUT perde o sindicato e aqui fica tudo igual? Acho que tem que cortar pouco para n?o doer muito', disse o ministro, causando espanto na plat?ia.

Cintra explicou que a mudan?a defendida pelo ministro estaria dentro de mudan?as tribut?rias para baratear o custo da folha de pagamentos e incluiria n?o apenas os repasses ao sistema, mas tamb?m os 20 por cento da contribui??o patronal ao INSS --que financia a Previd?ncia, quem em 2017 teve um d?ficit de 182 bilh?es de reais.

Cintra admitiu que o governo n?o pode perder arrecada??o, ent?o os recursos teriam que ser substitu?dos.

'O que n?s estamos fazendo ? uma substitui??o de fontes. N?o podemos perder a arrecada??o, evidentemente, mas vamos criar uma fonte adicional', afirmou.

Cintra defendeu ainda que as atividades do Sistema S podem ser feitas diretamente pelas empresas ou por outras entidades e que se as empresas acreditam que o sistema presta um bom servi?o poderiam pagar diretamente, sem a intermedia??o do governo, a um custo menor.

'O Sistema S ? um sistema que hoje absorve cerca de 20 bilh?es de reais anualmente. Esses recursos s?o recolhidos das pr?prias empresas, repassados ao sistema, que tem uma administra??o pr?pria, logicamente, acompanhada pelo governo, mas que acaba gerando quase que uma duplica??o em termos de atividades', afirmou.

Cintra negou ainda que exista a inten??o de tirar esses recursos do Sistema S e us?-los para outras atividades. Segundo ele, ? permitir que o setor privado use os recursos voluntariamente, sem a intermedia??o do governo.

(Reportagem de Lisandra Paraguassu)