Reestruturação da Odebrecht complica com fracasso de venda da Braskem, dizem fontes

Por Tatiana Bautzer e Carolina Mandl

S?O PAULO (Reuters) - O fracasso na venda da Braskem para a LyondellBasell e a falta de caixa est?o complicando a tarefa de reestruturar 80 bilh?es de reais em d?vidas da Odebrecht fora de uma recupera??o judicial, afirmaram tr?s fontes com conhecimento do assunto.

A Odebrecht estava contando com os dividendos da Braskem para cumprir pagamento de juros de sua divida, mas uma ordem judicial em abril suspendeu o pagamento da remunera??o numa a??o aberta ap?s surgimento de crateras e fissuras em tr?s bairros de Macei? que ficam em ?reas pr?ximas de atividades de minera??o da petroqu?mica.

O neg?cio para vender a Braskem tamb?m poderia ter gerado uma entrada de caixa importante para o conglomerado.

Procurada, a Odebrecht SA afirmou que a recupera??o judicial n?o ? objetivo da Odebrecht SA.

Alguns credores, especialmente bancos estatais, vinham evitando pressionar a Odebrecht nos ?ltimos tr?s anos, dando tempo para a companhia reestruturar sua d?vida, mas agora n?o est?o mais dispostos a esperar.

A venda da Braskem para a Lyondell estava em discuss?o h? um ano e meio e a Odebrecht tem trabalhado em reestrutura??o da d?vida com bancos locais nos ?ltimos tr?s anos.

Inicialmente, a Odebrecht queria apenas transformar suas a??es da Braskem em a??es da Lyondell. Mas, sob press?o dos credores, j? tinha concordado em receber um aparte em dinheiro para pagar os bancos.

H? um ano, os maiores bancos privados brasileiros, Bradesco e Ita? Unibanco fizeram um acordo com a Odebrecht, provendo um empr?stimo de 2,6 bilh?es de reais para dar um respiro ao grupo, que se esperava na ?poca que fosse de dois anos.

As a??es da Braskem detidas pela Odebrecht est?o em aliena??o fiduci?ria aos bancos, e pela legisla??o brasileira, teriam que ser exclu?das de uma eventual recupera??o judicial da holding.

Os bancos cobraram aumento de garantias, recebendo mais a??es da Braskem. O refinanciamento naquela ?poca incluiu tamb?m Banco do Brasil, Santander Brasil e BNDES, que concordou em mudan?as nas garantias mas se recusou a prover dinheiro novo. Segundo os termos do acordo, a Odebrecht usou 100 milh?es de reais para pagar parte da d?vida com o BB.

Nos ?ltimos dois anos, os bancos brasileiros aumentaram provis?es para um eventual default da Odebrecht, mas nem todos aumentaram garantias reais.