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Mudança no tom do Copom, sem menção a alta de juros, não foi acidente, diz Ilan

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Por Marcela Ayres

BRAS?LIA (Reuters) - A retirada da men??o a eventual in?cio gradual de subida nos juros dos comunicados mais recentes do Banco Central n?o foi acidente, ressaltou nesta quinta-feira o presidente da autoridade monet?ria, Ilan Goldfajn, apontando que a assimetria do balan?o de riscos de fato diminuiu, mas que o BC est? atento sobretudo ?s tend?ncias para tomar seus pr?ximos passos.

Em meio ? lenta infla??o e uma retomada econ?mica que segue sem f?lego expressivo, o BC apontou na semana passada que a conjuntura econ?mica prescreve pol?tica monet?ria estimulativa, ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural. Por isso, decidiu manter a Selic em seu piso hist?rico de 6,5 por cento.

Mas a autoridade monet?ria excluiu men??o que estava presente em comunica??es anteriores, de que 'esse est?mulo come?ar? a ser removido gradualmente caso o cen?rio prospectivo para a infla??o no horizonte relevante para a pol?tica monet?ria e/ou seu balan?o de riscos apresentem piora'.

'De fato a retirada (da frase) ocorreu, n?o foi um acidente, n?o foi que a gente esqueceu. E o fato de a gente retirar claramente d? um sinal da nossa assimetria. A assimetria caiu, diminuiu, est? correto isso, ent?o de fato essa interpreta??o ? correta', disse Ilan.

Questionado se o atual quadro abre espa?o para uma queda adicional dos juros b?sicos, Ilan respondeu que o BC precisa de cautela, perseveran?a e serenidade, para que o cen?rio vol?til -- seja de um lado, seja de outro -- n?o afete sua percep??o.

'Tanto para diminu?da, quanto para subida (dos juros), n?s temos que olhar ao longo do tempo a tend?ncia', afirmou.

'Quando a pergunta do mercado, dos analistas, era por que n?o tinha que apertar (os juros), conjuntura vol?til, o c?mbio estava depreciando, a pergunta era outra. E acho que nos ajudou ter essa serenidade e olhar para a frente, olhar a tend?ncia ao inv?s de olhar o curto prazo. Ent?o isso vale para um lado e vale para o outro tamb?m', acrescentou.

Em rela??o ? atua??o recente do BC no mercado de c?mbio, com an?ncios de leil?o de linha, o presidente do BC afirmou que ela ? mais pautada por uma quest?o sazonal, para dar liquidez em per?odos em que h? press?o maior por quest?es de remessas de lucros e dividendos. Ele pontuou ainda que o BC optou pelo mesmo caminho -- e volumes ofertados -- no fim do ano passado.

Durante a coletiva, ele refor?ou que apesar de o BC ter aumentado em seu balan?o o risco do n?vel de ociosidade elevado produzir trajet?ria prospectiva para a infla??o abaixo do esperado, tamb?m vendo chances menores de frustra??o das expectativas sobre a continuidade das reformas econ?micas, o risco altista ligado ao cen?rio internacional segue forte.

'N?o estamos vendo redu??o do risco externo. O risco externo est? elevado e continua elevado. Ao longo do ano n?s tivemos um risco maior para economias emergentes, eu acho que agora temos um risco um pouco mais global', disse ele, citando preocupa??es sobre como a economia mundial vai se comportar.

'Isso se soma ?queles conflitos comerciais que n?s temos observado ao longo do ano, o ?ltimo deles foi a disputa Estados Unidos e China que ainda est? em andamento', completou.

(Por Marcela Ayres)

Escrito por Redação

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